Ex-ministro da Saúde apoiará pedidob1bet apostasaborto legal por microcefalia no STF:b1bet apostas
Como a BBC Brasil revelou na última quinta-feira, o mesmo grupob1bet apostasadvogados, acadêmicos e ativistas que articulou a descriminalização do abortob1bet apostasfetos anencéfalos no STF, acatadab1bet apostas2012, se organiza para levar ação similar à Suprema Corteb1bet apostasmeio à epidemiab1bet apostasmicrocefalia que se espalha pelo país.
À frente da ação, a professora Debora Diniz diz que a interrupçãob1bet apostasgestações "é só um dos pontosb1bet apostasuma ação maior", que também cobra políticas que erradiquem o mosquito Aedes aegypti, vetor do zika vírus, e garantiasb1bet apostasacompanhamento e tratamentob1bet apostascrianças com deficiência ou má-formação por conta da doença.
'Que país é este?'
Durante seu mandato como ministro, Temporão defendeu publicamente, por diversas vezes, o direito à escolha pelo aborto legal como questãob1bet apostas"saúde pública". Na época, chegou a afirmar que a discussão era conduzida no país "de forma machista".
"A presidente Dilma nunca falou sobre o assunto e nenhum dos ministros que me sucedeu tocou no tema. Eu me arrisquei, botei meu rosto no debate e nunca recuei", diz hoje, se definindo como um "homem militante da causa feminista".
"A questão tratada nesta demanda ao Supremo se refere aos direitos da mulher", prossegue Temporão. "Caso seja comprovada esta relação entre zika e microcefalia, a mulher deve ter o direitob1bet apostaslevar a gravidez adiante ou não."
O avanço da microcefalia e do zika vírus nas Américas foi declarado como emergência internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS),b1bet apostasreuniãob1bet apostasGenebra nesta segunda-feira. Segundo a organização, o zika seguirá se alastrando rapidamente pelo continente e poderá afetar até 4 milhõesb1bet apostaspessoas neste ano, com até 1,5 milhãob1bet apostasvítimas no Brasil.
A OMS ainda investiga a "potencial" relação entre o vírus e os casosb1bet apostasmicrocefalia, diz Bruce Aylward, diretor-executivo da instituição.
"Nesta etapa, o que precisamos é obter mais evidências científicas eb1bet apostassaúde pública que deem substância à questão que irá ao Supremo", argumenta Temporão. "Há robustas evidências epidemiológicas e clínicas, mas ainda não há comprovação determinada e absoluta. Por isso coloquei que é muito importante ouvir e ler mais sobre o tema."
O ex-ministro, que atendeu ao telefonema da reportagemb1bet apostasum hotelb1bet apostasQuito, no Equador, cita diversas o médico Drauzio Varella, que afirmou à BBC Brasil nesta terça-feira que a proibição do aborto no Brasil "pune quem não tem dinheiro".
"Que país é este que faz vista grossa para que a classe média faça o aborto e coloca na cadeia aquelas que ousam fazer, mas são pobres?", indaga Temporão, afirmando que o Brasil e a maioria dos países da América Latina estão entre os "mais atrasados do mundo" na legislação sobre o aborto legal.
- <link type="page"><caption> Leia também: 'Aborto já é livre no Brasil. Proibir é punir quem não tem dinheiro', diz Drauzio Varella</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2016/02/160201_drauzio_aborto_rs" platform="highweb"/></link>
'Falsa impressão'
Para o médico, que não quis comentar a gestão do atual ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB-RJ), "é um absurdo que a sexta economia do mundo tenha índices tão altosb1bet apostasinfestação" pelo vírus.
"Basta comparar bairros mais ricos e mais pobres, a diferença (na incidência da doença) é gritante. Isso colocab1bet apostasriscob1bet apostasmaneira diferenciada essas mulheres", afirma.
Temporão afirma que haveria "uma falsa impressão"b1bet apostasque epidemia seria fruto da "negligência das pessoas". Para o ex-ministro, a principal culpa é do Estado, que não ofereceria "coletab1bet apostaslixo, fornecimento corretob1bet apostaságua e esgotamento sanitário"b1bet apostasforma adequada.
"Cercab1bet apostas80% dos focos no Nordeste não estão lá por culpa das famílias. Elas não têm acesso a águab1bet apostasforma contínua, por isso estocam. O Brasil enfrenta surtos permanentesb1bet apostaszika, dengue e chikungunya há 30 anos porque estas questões não foram atacadas."