Surfe, mágica e feminismo: Alunos da rede pública ganham aulas extras dos sonhos:dafabet 99
Um aluno da rede pública paulista pediu auladafabet 99truquesdafabet 99mágica. Outro,dafabet 99Florianópolis, quer fazer aulasdafabet 99surfe. Em uma escola municipaldafabet 99Belo Horizonte, o pedido é por aprender a fazer históriasdafabet 99quadrinhos.
A ideia é que os pedidos sejam atendidos por voluntários da sociedade civil, que topem dar aulas gratuitas nas escolas sobre os temas solicitados.
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'Querem um montedafabet 99coisas'
Em dois mesesdafabet 99existência, o Quero na Escola cadastrou 11 escolas (por enquanto,dafabet 99São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina) e recebeu 65 pedidos. Foram cadastrados 32 voluntários, que por enquanto atenderam à primeira dezenadafabet 99pedidos – abrangendo cercadafabet 99300 alunos com aulas, palestras ou oficinasdafabet 99temas como grafite, artesanato, contaçãodafabet 99histórias e fotografia.
"Entrevistando os adolescentes nas escolas, víamos que eles queriam um montedafabet 99coisas, apesardafabet 99serem tachados como desinteressados", diz Cinthia Rodrigues, uma das idealizadoras do projeto.
"O gatilho para nós foi ouvirdafabet 99uma jovemdafabet 9915 anos que ela gostariadafabet 99fazer auladafabet 99escrita criativa. Como jornalistas, podíamos ensinar isso para ela. E pensamos: e se tivesse uma formadafabet 99todos os alunos dizerem o que querem na escola?"
"A gente também quer fazer uma conexão – apresentar a escola à sociedade. Se o portão da escola ficar aberto, a educação vai virar uma pauta real na vida das pessoas."
Os primeiros voluntários vieram das próprias redesdafabet 99contato das organizadoras, mas elas querem ampliar o alcance dessa rede. "Queremos também o eletricista, o pizzaiolo como voluntários."
Para Ricardo Falzetta, gerentedafabet 99conteúdo da organização Todos Pela Educação, o projeto tem o potencialdafabet 99aumentar o interesse dos alunos pelos anos finais dos ensinos fundamental e médio – faixa mais problemática da educação brasileira – edafabet 99permitir à sociedade civil "de fato entender o que acontece dentro das escolas (públicas)".
"A sociedade já dá importância à educação no discurso, mas essa é uma oportunidadedafabet 99que esse discurso não seja apenas para cobrar, mas para entender a educação e ter uma perspectivadafabet 99colaborador."
Ele opina, também, que um segundo passo do projeto, que poderia ser dado pelas próprias escolas, seria associar os pedidos ao Quero na Escola ao próprio currículo escolar que está sendo aplicado aos alunos, para potencializar os resultados – por exemplo, estimulando pedidos por aulas extracurriculares que complementem o ensinadodafabet 99saladafabet 99aula.
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'Não aprendo nada'
Teo Ferreira Dias,dafabet 9918 anos, teve atendido o pedido por uma auladafabet 99cerâmica emdafabet 99escola técnica, na zona oeste paulistana, e pretende mobilizar seus colegas para um futuro pedido por uma auladafabet 99desenho.
"Foi legal para valorizar a escola não só pelo ensino, mas com coisas que a gente gosta", diz.
"Eu sinto uma resistência (dos professores) a alguns pedidos dos alunos, quando sugerimos algum assunto diferente do que está no currículo. Eles tendem a não ensinar. Os professores têm muita matéria para dar e às vezes não têm tempo – até porque, muitas vezes, perdem tempo disciplinando outros alunos."
Segundo Cinthia, a ideia inicial do projeto era justamente encontrar formasdafabet 99ajudar os professores. "Nas nossas pesquisas, víamos que eles se sentiam muito mal, mesmo sendo vencedores – muitos são mal pagos, vistos pela sociedade como encostados e estão no limite, apesar do desejodafabet 99fazer um bom trabalho."
Júlia Rodrigues dos Santos,dafabet 9915 anos, colegadafabet 99escoladafabet 99Teo, pediu uma auladafabet 99fotografia.
"É o tipodafabet 99coisa que por não ter valor no vestibular, por exemplo, as pessoas acabam não dando tanta atenção", diz. "Já tinham pedido para o professordafabet 99Artes dar auladafabet 99foto. Ele me falou que adoraria, mas que não tinha como pois essas aulas não estavam na grade do plano escolar."
Júlia diz que gostou tanto da partedafabet 99história da fotografia como dos exercícios práticos. "Eu agora sei controlar a entradadafabet 99luz na minha câmera e, quanto estou tirando foto com o celular, posso pensar melhor no enquadramento, por exemplo."
Leitura
Alguns dos pedidos atendidos foram oficinas esporádicas; outros têm se tornado eventos regulares nas escolas.
Na Escola Estadual José Cândidodafabet 99Souza, na Pompeia (zona oestedafabet 99São Paulo), a diretora Elizabeth Magnoni usou o Quero na Escola para colocardafabet 99uso a saladafabet 99leitura que havia conseguido colocardafabet 99pé. "Tínhamos a saladafabet 99leitura, mas faltava a contaçãodafabet 99histórias, para (estimular a) pegar no livro", diz.
A voluntária que se cadastrou no projeto transformoudafabet 99contaçãodafabet 99históriasdafabet 99algo constante dentro da escola. "Ela mora a duas quadras daqui e adorou, não imaginava como era a nossa escola. E a nossa escola precisa da comunidade."
*Colaborou Mariana Della Barba, da BBC Brasildafabet 99São Paulo