'Espetáculoparaiba show apostascadáveresparaiba show apostaspraias europeias' era previsto, diz brasileiro da ONU:paraiba show apostas
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"Não existe novidadeparaiba show apostasrefugiados", disse ele,paraiba show apostasentrevista à BBC Brasil, no dia seguinte à apresentaçãoparaiba show apostasrelatório da comissão sobre a situação na Síria,paraiba show apostasque disse ser "imperativo" uma ação da comunidade internacional.
Segundo ele, 2 mil sírios morreram afogados no Mar Mediterrâneo tentando chegar à Europa. Ele alertou, ainda, para o crescimentoparaiba show apostas"grupos mafiosos" que traficam pessoas.
Veja abaixo os principais trechos da entrevista, concedida por telefone, desde Genebra:
paraiba show apostas BBC Brasil - O que explica essa nova ondaparaiba show apostasrefugiados que tentam chegar à Europa?
paraiba show apostas Paulo Sérgio Pinheiro - Primeiro, é o agravamento da situação nos países que generosamente acolheram os refugiados sírios. Basicamente, a Turquia, o Líbano e a Jordânia. Você tem 1,2 milhãoparaiba show apostasrefugiados sírios no Líbano, um país que tem 4 milhõesparaiba show apostashabitantes. Hoje tem mais crianças sírias na escola primária do que crianças libanesas.
Então, é evidente que a capacidadeparaiba show apostasesses países acolherem os refugiados sírios está chegando ao limite.
E, evidentemente, diante desse limite, diante do agravamento (da situação na Síria), os sírios tomaram essa decisão angustiante, desesperada,paraiba show apostas(solicitar) ajudaparaiba show apostasgruposparaiba show apostastraficantes mafiosos para chegarem à Europa.
paraiba show apostas BBC Brasil - Essa não é uma crise nova, mas foi preciso haver imagens fortes, como a do menino sírio morto na praia, para que se discutisse alguma ação.
paraiba show apostas Pinheiro - Esse é o problema da Europa, porque na verdade essas cenas brutais dos refugiados tentando escapar da guerra já ocorrem desde 2012.
O problema é que os países vizinhos receberam imensamente mais refugiados do que países europeus até hoje se dispuseram a aceitar. Não existe novidadeparaiba show apostasrefugiados. A crise está aberta desde que a guerra começou.
O único aspecto novo da crise é que os refugiados sírios resolveram, por causaparaiba show apostasseu desespero, assumir essa empreitadaparaiba show apostasenfrentar o mar e ir para a Europa.
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paraiba show apostas BBC Brasil - O senhor disse ser 'imperativo' o mundo ajudar a receber refugiados. Como poderia ser essa ajuda?
paraiba show apostas Pinheiro - A Europa sabe certamente o que tem que fazer. O secretário-geral (da ONU, Ban Ki-moon) já indicou várias possibilidades: a recolocaçãoparaiba show apostasoutros países, admissão humanitária, políticasparaiba show apostasvisto flexíveis, reunificaçãoparaiba show apostasfamílias.
O caso desse menininho (Alan Kurdi) que morreu está ligado a um casoparaiba show apostasreunificação familiar no Canadá que foi negado (na última quinta-feira, o governo canadense havia negado ter recebido um pedidoparaiba show apostasasilo por parte do paiparaiba show apostasAlan). E também esquemas especiaisparaiba show apostasproteção.
Isso já foi feito com os refugiados na Guerra do Vietnã nos anos 1970 e 1980. É só um exercícioparaiba show apostasmemória para saber o que deve ser feito.
Agora, evidentemente, os números ridículos (de recebimento refugiados) que estavam sendo oferecidos não poderiam concretizar o que o secretário-geral da ONU tem apelado às nações europeias.
paraiba show apostas BBC Brasil - A estimativa da Alemanha éparaiba show apostasreceber 800 mil refugiados e imigrantes só neste ano. O que fazer com eles?
paraiba show apostas Pinheiro - Isso é problema dos países europeus. Eu não comento políticasparaiba show apostasEstados específicos. (Mas) as democracias sabem muito bem o que têm que fazer.
Agora, evidentemente que, por serem democracias, não podem usar critérios do tipo 'nós não queremos árabes, nós não queremos muçulmanos'. Isso é uma coisa absolutamente escandalosa no século 21.
Isso é um problema que as democracias e sociedades vão ter que resolver.
paraiba show apostas BBC Brasil - E o Brasil?
paraiba show apostas Pinheiro - O Brasil, já faz algum tempo, abriu para os sírios o visto humanitário, que foi uma coisa positiva. Essa é uma decisão importante.
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paraiba show apostas BBC Brasil - A ONU vai tentar fazer que mais países recebam refugiados?
paraiba show apostas Pinheiro - O nosso discurso está diretamente imbricado nos últimos apelos que o secretário-geral e o alto-comissário para refugiados (António) Guterres vêm fazendo há muito tempo. Muito antesparaiba show apostascomeçar a haver esse espetáculoparaiba show apostascadáveres chegando às praias europeias.
O alto-comissário já tinha alertado, acho que já há maisparaiba show apostasum ano, para esse problema que ia estourar na Europa.
paraiba show apostas BBC Brasil - Como o senhor classifica a situação dentro da Síria?
paraiba show apostas Pinheiro - A situação, na perspectiva das vítimas, é absolutamente caótica e catastrófica. Não existe mais nenhum lugar na Síria onde a população civil está protegida.
Nem o governo nem os grupos rebeldes têm nenhum respeito ao princípioparaiba show apostasdistinção, que é uma coisa básica da lei da guerra, que os combatentes não podem ficar se misturando à população civil, e é exatamente isso que está acontecendo.
Une-se o bombardeio indiscriminado, tanto por parte do governo, que tem aviação aérea, como por parte também dos grupos rebeldes, com a utilizaçãoparaiba show apostasespaços da população civil como base militar.
Sem falar do bombardeio sistemático por parte do governoparaiba show apostasescolas e hospitais.
paraiba show apostas BBC Brasil - O senhor vê alguma possibilidade para o fim da guerra próximo?
paraiba show apostas Pinheiro - Nós estamos condenados a uma solução diplomática. Não existe solução militar. O problema é que os Estados-membros precisam superar aparaiba show apostasambiguidade.
Não dá, ao mesmo tempo, para você dizer que você é a favorparaiba show apostasuma solução diplomática, negociada, e por outro lado você continua apoiando os dois lados, enviando armas, recursos financeiros. É muito difícil terminar uma guerra dessa maneira. A guerra só termina com negociação.
paraiba show apostas BBC Brasil - E como é a vidaparaiba show apostassírios que vivemparaiba show apostasáreas controladas pelo 'Estado Islâmico'?
paraiba show apostas Pinheiro - Primeiro, a vida para as minorias cristãs dos yazidi é um desastre total. Eles são considerados infiéis, as mulheres estão sendo traficadas, submetidas a violações e abusos sexuais.
E alguns cristãos pagam (ao EI) ou então se convertem ou saem. A situação é terrível.
Na população que tem que se submeter, que não é nem cristã nemparaiba show apostasnenhuma minoria, as mulheres perderam totalmente o espaço na vida pública. São totalmente submetidas aos maridos e aos homens. As crianças são totalmente doutrinadas, inclusive utilizadasparaiba show apostasfunções da luta armada.
Mesmo os serviços queparaiba show apostascerto momento estavam sendo asseguradosparaiba show apostasalgumas cidades encontram alguma crise.
É devastadorparaiba show apostastermos das condiçõesparaiba show apostassobrevivência das populações.
paraiba show apostas BBC Brasil - Esse refugiados que agora saem da Síria sãoparaiba show apostasáreas controladas pelo 'Estado Islâmico'?
paraiba show apostas Pinheiro - Não necessariamente. Nos anos anteriores era mais fácil saberparaiba show apostasonde os refugiados estavam vindo. E é uma coisa bastante difícil (sair destas áreas).
paraiba show apostas BBC Brasil - O mundo fracassou na Síria?
paraiba show apostas Pinheiro - O mundo não, mas a diplomacia mundial fracassou.
Até hoje se perderam muitas oportunidades e o problema pior é que, inicialmente, era um combate entre oposição e governo, depois se ampliou para o envolvimentoparaiba show apostaspotências regionais. E hoje, é uma guerra civil... profundamente internacionalizada.
paraiba show apostas BBC Brasil - O que se fazer para aliviar o problemaparaiba show apostasrefugiados?
paraiba show apostas Pinheiro - Primeiro, o que precisa se fazer é terminar a guerra. Não há nenhuma solução mágica para acabar com esse problema dos refugiados, que querem escapar.
O que a Europa pode fazer é reprimir os circuitos mafiososparaiba show apostastraficantes que estão pintando e bordando, aproveitando o desesperoparaiba show apostassírios e nacionaisparaiba show apostasoutros Estados para chegar à Europa.