Barracas, tensão e caos: odisseiabetano paga certoimigrantesbetano paga certobotesbetano paga certoborracha transforma ilha grega:betano paga certo
Eles acabambetano paga certoser resgatadosbetano paga certoalto-mar, quando tentavam chegar a Kosbetano paga certoum botebetano paga certoborracha motorizado que os 50 passageiros tentavam fazer avançar com a ajudabetano paga certodois pequenos remosbetano paga certocaiaque.
Como eles, todos os dias, ao nascer do sol, centenasbetano paga certorefugiados chegam à ilha grega vindos do balneário turcobetano paga certoBodrum, a 20 quilômetros, convertido por traficantesbetano paga certopessoasbetano paga certoprincipal pontobetano paga certopartida da rota clandestina para entrada na União Europeia.
Entre os viajantes, há mulheres grávidas, recém-nascidos, crianças pequenas e idosos.
"Você não pode nem imaginar o que é estarbetano paga certoum botebetano paga certoborracha às três da manhã com tudo escuro ao redor, tendo que manter as crianças quietas para não alertar os guardas", comenta um iraquiano acompanhado da mulher e dos dois filhos,betano paga certoum e cinco anos, o mais velho com deficiência física.
<link type="page"><caption> Leia mais: O que há por trás da crisebetano paga certoimigração na Europa?</caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/08/150829_entenda_migracao_ab.shtml" platform="highweb"/></link>
Um médico origináriobetano paga certoRaqqa, cidade síria dominada pelo grupo extremista autodenominado "Estado Islâmico", conta que seus cinco filhos - a mais novabetano paga certo1 mês e o mais velhobetano paga certo10 anos - não tiveram medo do trajeto.
Ele decidiu fugir depoisbetano paga certoter sido diretamente ameaçado por atender pacientes mutilados pelo 'EI', que impôs a lei islâmicabetano paga certoRaqqa.
"Eles sorriam, acharam divertido. Depoisbetano paga certotudo o que virambetano paga certoRaqqa... Viemos por eles, para que eles tenham um futuro. Lá não resta nada. Daech (acrônimobetano paga certoárabe do Estado Islâmico) controla nossas vidas, não permite nada, e o Exército (sírio) joga bombas nas nossas cabeças", disse o médico, que não quis identificar-se por medobetano paga certorepresálias contra familiares que continuam na Síria."
Insalubridade
Os refugiados começaram a chegar a Kosbetano paga certoabril, mas a prefeitura até agora não providenciou nenhuma estrutura para recebê-los.
A maioria ébetano paga certosírios, iraquianos, afegãos e paquistaneses, que chegam à Turquiabetano paga certocarro, ônibus ou mesmo a pé.
Mas há também uma minoria originária do Mali, Congo e Gana, que entra no território turcobetano paga certoavião, muitas vezes usando todas as economias da família.
Uma vezbetano paga certoKos, muitos acampam nas ruas do centro histórico. O passeio marítimo está tomado por barracas. Na areia da praia, os guarda-sóis perderam espaço para os coletes salva-vidas, boias e restos dos botes usados na travessia desde Bodrum.
Eles têm sido encaminhados a um hotel abandonado, onde não há móveis ou eletricidade. Os banheiros do local estão inutilizados, e os 600 habitantes ali dividem sete latrinas e quatro duchas instaladas há apenas 20 dias por uma equipe da ONG Médicos sem Fronteiras (MSF) .
Os alimentos são preparados no chão cobertobetano paga certopoeira, fraldas e roupas descartadas, restosbetano paga certopapéis ebetano paga certoembalagens ou aindabetano paga certoágua com sabão.
<link type="page"><caption> Leia mais: Imigração ilegal transforma cidade turcabetano paga certo'capital do colete salva-vidas' </caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/08/150828_izmir_salvavidas_tg.shtml" platform="highweb"/></link>
"Este lugar foi feito para alojar 80 pessoas, não 600", afirma Mikael Goldman, gerentebetano paga certologística da MSF.
"Não esperava ver tantas pessoas sendo tratadas sem nenhuma consideração ou dignidade na Europa."
Apesar das dificuldades, os refugiados vistos pelas ruasbetano paga certoKos estão geralmentebetano paga certobanho tomado e roupas limpas.
Segundo a MSF, as doenças se limitam a casos moderadosbetano paga certoinflamações cutâneas e desidratação.
Tensão
No mêsbetano paga certoagosto, o númerobetano paga certorefugiados registradosbetano paga certoKos até o dia 28 passavabetano paga certo13 mil, quase o dobrobetano paga certojulho.
As autoridades estão sobrecarregadas e, diante da faltabetano paga certofuncionários e da barreira linguística, os candidatos ao asilo têm dificuldades para se informar.
"A situação é tensa e, às vezes, perigosa. As regras mudam o tempo todo. Há faltabetano paga certoinformação, e tem gente que passa muito tempo esperando. As pessoas estão cansadas, desconfiadas, com medo", explica Roberto Mignone, coordenadorbetano paga certoemergência da agência da ONU para os refugiados (Acnur).
O grupo ajuda com tradução, organização e tentando acalmar os ânimos dos refugiados, mas não pode envolver-se no processobetano paga certocadastramento, que fica a cargo das autoridades locais e da agência europeiabetano paga certocontrolebetano paga certofronteiras, a Frontex, que conta com um único funcionário na ilha.
<link type="page"><caption> Leia mais: Como o Instagrambetano paga certoum falso migrante africano 'enganou' a internet </caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/08/150803_salasocial_migrante_instagram_falso_cc.shtml" platform="highweb"/></link>
Os protestos se repetem todos os dias diante da sede da polícia, onde aqueles sem documentos passam longas horas esperando para se cadastrar e,betano paga certoseguida, retirar os papéis que lhes permitirá continuarbetano paga certoviagem.
As temperaturas superam os 33ºC, mas representantesbetano paga certoapenas duas ONGs passam esporadicamente para distribuir água ou alimentos aos necessitados.
Enquanto os sírios são automaticamente considerados refugiados e recebem seus papéisbetano paga certocercabetano paga certotrês dias, as demais nacionalidades estão sujeitas a um processo mais complexo e demorado.
"Só estão trabalhando para os sírios. No nosso país, também há guerra", diz um iraquiano.
"Faz 15 dias que estamos esperando, com crianças pequenas, idosos. Tem sírio que chegou aqui ontem e já poderá ir embora amanhã. Por que dizem sim para os sírios e não para a gente?".
"Eles não vão se esquecer da gente, vão?", pergunta um malinês que aguarda há 20 dias por seus documentos.
'Eldorado' alemão
Todos os dias, entre 300 e 500 refugiados deixam a ilhabetano paga certodireção a Atenas,betano paga certoonde seguem viagem pela chamada rota balcânica, atravessando Macedônia, Sérvia, Hungria e Áustria.
A maioria pretende chegar à Alemanha, apresentada por traficantes turcos como o "Eldorado" europeu.
"Eu não tinha preferência. Só queria tirar minha família do Afeganistão. Na Turquia, (os traficantes) nos aconselharam a ir para a Alemanha. Disseram que lá há ajuda e trabalho, que é o melhor país", explica um comerciantebetano paga certoKandahar decidido a proteger a mulher e as três filhas da ameaça dos talebãs. Ele não quis ter seu nome divulgado.
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O congolês Eric,betano paga certo42 anos, fugiu sozinho da violênciabetano paga certoseu país e não conhece ninguém na Alemanha, mas não vê motivos para duvidar dos traficantes.
"Não tenho nenhuma dúvida. A Alemanha é um grande país, tem uma economia forte. Então, não pode nos abandonar", afirma com um sorriso.
Ele acredita que no país terá acesso gratuito a alojamento, cursosbetano paga certoalemão e uma formação técnica como eletricista.
'Arruinaram meu negócio'
A situaçãobetano paga certoKos irrita muitos comerciantes locais, que se queixam que a chegadabetano paga certomassabetano paga certoimigrantes afastou os turistas causando quedasbetano paga certoaté 80% por cento nas vendas durante a temporadabetano paga certoverão. Alguns enxotam os refugiadosbetano paga certosuas portas como se fossem pombas na praça.
"Arruinaram meu negócio. Não tenho mais como pagar o aluguel. Que fechem as fronteiras e mandem todosbetano paga certovolta a seus países", defende um aposentado holandês proprietáriobetano paga certouma lojabetano paga certopresentes vizinha à sede da polícia.
"Normalmente, nessa época do ano o terraço está cheio, servimos 90 mesas. Sabe quantos clientes tivemos ontem? Seis. Metade dos empregados não foram chamados este ano", afirma Laura Buzdugan, garçonetebetano paga certoum restaurante na praçabetano paga certoHipócrates, um dos pontos geralmente mais visitadosbetano paga certoKos.
<link type="page"><caption> Leia mais: Sírios inundam redes com mensagensbetano paga certoamor para Merkel </caption><url href="http://vesser.net/noticias/2015/08/150827_amor_siria_merkel_lab.shtml" platform="highweb"/></link>
Mesmo se os turistas continuam frequentado a ilha, eles evitam as lojas e restaurantes do centro histórico, assim como as praias da ilha, devido à tensão e à sujeira gerados pela concentraçãobetano paga certorefugiados.
A maioria prefere passar os diasbetano paga certopasseiosbetano paga certobarco a banhar-se ao lado dos botesbetano paga certoborracha e coletes salva-vidas abandonados pelos refugiados nas areiasbetano paga certoKos.
A Acnur apresentou planos para instalar um campobetano paga certorefugiados e centrobetano paga certocadastro nos limites da cidade e identificou dois lugares que poderiam servir para isso, mas continua esperando autorização do governo.
Mignone critica as autoridades locais por não terem reagido ainda diantebetano paga certouma crise que começoubetano paga certoabril.
"A prefeitura não quer um campo aqui, provavelmente porque teme atrair ainda mais refugiados. Mas seria benéfico para todos: para os refugiados, para os turistas e para o comércio local", afirma.