A polêmica ferrovia que a China quer construir na América do Sul:pixbet aviao
"Trata-se da ferrovia transcontinental que vai cruzar o nosso país no sentido leste oeste cortando o continente sul-americano", disse a presidente que, logo depois,pixbet aviaoconversa com repórteres, classificou a ferrovia como "estratégica para o Brasil".
Ferrovia
Com o projeto da ferrovia, Pequim pretende aumentarpixbet aviaopresença econômica no continente e facilitar o acesso a matérias-primas, o que também gera interesse do Brasil e do Peru.
Em declaração no início da tarde desta terça-feira durante o encontro com Li Keqiang, a presidente Dilma Rousseff afirmou que, com a ferrovia, "um novo caminho para a Ásia se abrirá para o Brasil, reduzindo distâncias e custos".
Especialistas acreditam que a construção da estradapixbet aviaoferro marcaria uma nova fase na relação da China com a região. No entanto, para que o projeto saia do papel, será necessário superar grandes desafiospixbet aviaoengenharia, ambientais e políticos, dizem analistas ouvidos pela BBC.
"Seria uma grande conquista e uma peça-chave da relação da China com a América do Sul, se esse projeto realmente sair do papel", diz Kevin Gallagher, professor da Universidadepixbet aviaoBoston e autorpixbet aviaoestudos sobre a relação China-América Latina.
"Todo o projeto é uma grande promessa, mas deve ser bem feito ou pode se tornar um pesadelo", ressalva.
<link type="page"><caption> Leia mais: Lava Jato abre espaço para investimento chinês no Brasil</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2015/05/150512_china_lavajato_mariana_ru.shtml" platform="highweb"/></link>
Intercâmbio
Keqiang começapixbet aviaovisita ao Brasilpixbet aviaomeio a um momentopixbet aviaodesaceleração da economia chinesa e das sul-americanas.
A região deve crescer menospixbet aviao1% neste ano,pixbet aviaoacordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional),pixbet aviaoparte por causapixbet aviaouma atividade econômica mais fraca no Brasil. E a faltapixbet aviaoinfraestrutura continua a ser um dos principais problemas do país.
A China, porpixbet aviaovez, necessitapixbet aviaorecursos naturais para sustentarpixbet aviaoexpansão econômica e tem interesse primordial na construçãopixbet aviaoprojetos ferroviáriospixbet aviaooutras regiões do globo.
Neste contexto, a Ferrovia Transoceânica, cujo custo é estimadopixbet aviaoaté US$ 10 bilhões (R$ 30 bilhões), poderia cobrir as necessidades dos vários países envolvidos.
<link type="page"><caption> Leia mais: Por que a desaceleração da China importa para o mundo</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2015/05/150508_china_desaceleracao_lgb.shtml" platform="highweb"/></link>
"Próximo passo"
Com a popularidadepixbet aviaobaixa e abalada por escândalospixbet aviaocorrupção, Dilma prepara um programapixbet aviaoconcessõespixbet aviaoinfraestrutura previsto para ser lançadopixbet aviaojunho.
Segundo informações do jornal Folhapixbet aviaoS.Paulo, trechos da ferrovia até a fronteira com o Peru estariam contemplados na segunda etapa das licitações.
Estudos técnicos já foram iniciadospixbet aviaosolo brasileiro para ligar o portopixbet aviaoAçu, no Riopixbet aviaoJaneiro, a Porto Velho, na bacia amazônica.
A ligação da capitalpixbet aviaoRondônia ao Pacífico daria a produtores brasileiros uma alternativa sobre o Atlântico e o Canal do Panamá para enviar matérias-primas para a China.
"Há uma lógica econômica por trás do projeto", disse João Augusto Castro Neves, analista para América Latina da consultoria Eurasia Group.
Nos últimos anos, a relação entre a China e o Brasil é muito focada no aspecto comercial, com o aumento das exportaçõespixbet aviaoprodutos como soja e ferro para o gigante asiático.
Mas, segundo Castro Neves, obras como a da Ferrovia Transoceânica poderiam agregar valor a esse vínculo. "É o próximo passo no relacionamento", diz ele à BBC.
Protestos
O projeto exacerbou as já tensas relações entre o Peru e a Bolívia, cujo presidente, Evo Morales, protestou ao saber que a estradapixbet aviaoferro passaria por fora do território boliviano.
"Não sei se o Peru está jogando sujo", disse Moralespixbet aviaooutubro. Segundo ele, a ferrovia seria "mais curta, mais barata" se passasse pela Bolívia.
No entanto, o presidente peruano Ollanta Humala descartou essa possibilidadepixbet aviaonovembro, comentando sobre um acordo com a China para iniciar os estudos do projeto.
O trem vai passar "pelo norte do Peru, por razõespixbet aviaointeresse nacional", disse Humala.
Juan Carlos Zevallos, economista que presidiu a agência reguladorapixbet aviaotransportes peruana OSITRAN argumenta que a região apresenta "desenvolvimento consolidado"pixbet aviaoinfraestrutura para explorar a estradapixbet aviaoferro, incluindo o portopixbet aviaoPaita, pontopixbet aviaochegada da ferrovia.
Na opiniãopixbet aviaoZevallos, o projeto facilitaria a entradapixbet aviaoprodutos peruanos no Brasil, o maior mercado regional. "Esse é o interesse", disse ele à BBC.
<link type="page"><caption> Leia mais: Quais são os negócios dominados pela Chinapixbet aviaooutros países?</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2015/04/150421_investimentos_china_lgb.shtml" platform="highweb"/></link>
'Problemas'
Especialistas antecipam possíveis problemas com grupos indígenas e defensores do meio ambiente, dada a possibilidadepixbet aviaoque o trem passe por áreas consideradas sensíveis.
"Uma estrada no meio da Amazônia para atender ao mercado chinês (...) seria uma ilusão acreditar que não vai haver impacto", critica Paulo Adario, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace.
Adario observou, contudo, que "a ferrovia tem menor impacto do que a rodovia para o escoamento da produção" e defendeu que sejam feitos estudos para medir o impacto socioambiental da obra.
Também há desafiospixbet aviaoengenharia e custos para a construçãopixbet aviaoum trem que cruze a Cordilheira dos Andes e desemboque no Pacífico.
Castro Neves alertou que, se não houver planejamento adequado, o projeto pode terminar paralisado, como outras grandes promessaspixbet aviaoinvestimentos na infraestrutura da região.
"A questão não é apenas injetar dinheiro", diz ele.
Gallagher disse que o projeto vai representar "um verdadeiro teste para a relação" entre Pequim e da região.
"Se conseguir construir um trempixbet aviaoalta velocidade que funcione e facilite o comércio com a América Latina,pixbet aviaomodo inclusivo e sem prejudicar o meio ambiente, a China tem tudo para se tornar a nova 'queridinha' da América Latina", conclui.