#SalaSocial: Redes sociais aproximam brasileiros adeptos do 'poliamor':pitaco apostas online

O 'trisal' Juliana, Joviano e Daiane vive junto há dois anos; apaixonados, compartilham experiências sobre o "poliamor" no Facebook

Crédito, ACERVO PESSOAL

Legenda da foto, O 'trisal' Juliana, Joviano e Daiane vive junto há dois anos; apaixonados, compartilham experiências sobre o "poliamor" no Facebook
  • Author, Ricardo Senra
  • Role, Da BBC Brasilpitaco apostas onlineSão Paulo

pitaco apostas online pitaco apostas online "A monogamia é uma invenção social."

Se por muito tempo a opinião dos chamados poliamoristas foi compartilhada à boca pequena,pitaco apostas onlinereuniões íntimas ou mesas discretaspitaco apostas onlinefundopitaco apostas onlinebar, agora a banda toca diferente: com ajuda das redes sociais, o poliamor "saiu do armário".

Em grupos secretos ou fechados no Facebook, milharespitaco apostas online"trisais" ("casais" formados por três indivíduos), "quatrilhos" (quatro pessoas), grupos e curiosos defendem a possibilidadepitaco apostas onlinemúltiplos relacionamentos amorosos simultâneos, sempre com o consentimentopitaco apostas onlinetodos os envolvidos.

Nas redes, compartilham suas fotos, dúvidas e experiências. Discutem ciúme, fidelidade e regras para relacionamentos "poli". Detalham diferentes modelospitaco apostas onlinerelações. Trocam dicas para a discussão do temapitaco apostas onlinefamília e tomam coragem para se assumirem publicamente.

Também, claro, aproveitam o espaço para flerte e para encontrar novos pares.

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Famílias

"Sou casada no papel com Joviano há 12 anos. Conhecemos Daiane há sete. Há dois, moramos todos juntos. Dois filhos são biologicamente meus e dois são dela. No coração, eles são filhos dos três", conta a donapitaco apostas onlinecasa Juliana Cabral,pitaco apostas online30 anos, ao #SalaSocial.

Ao ladopitaco apostas onlineDaiane, Joviano e dos quatro filhos, ela diz viver uma experiência familar poliamorosa "bem-sucedida".

Os filhos hoje aceitam bem o modelo não-convencional. "Eles dizem para os amiguinhos que têm duas mães", conta, orgulhosa.

Mas nem sempre foi assim. "Foi difícil para o mais velho. Ele perguntou: 'você é sapatão, mãe?'. Eu disse que não. Contei que amo estas duas pessoas igualmente, independentepitaco apostas onlinegênero. Aí ele começou a relaxar."

A dificuldade não residia só dentro da casa simples onde vivem, na cidade goianapitaco apostas onlineAporé, cuja população não chega a quatro mil pessoas.

"Minha mãe deixoupitaco apostas onlinefalar comigo. Meu pai não toca no assunto. Às vezes, professoras nos chamam para entender como são as coisas. Tudo bem, vou e explico. Já aconteceupitaco apostas onlineuma delas, evangélica, proibir as criançaspitaco apostas onlinetocarem no assunto. 'Era pecado'. Então, mudamospitaco apostas onlineescola."

<link type="page"><caption> Leia mais: 'Estamos documentando o que sempre existiu', diz tabeliã que uniu três pessoas</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2012/08/120828_ping_uniao_poliafetiva_jp.shtml" platform="highweb"/></link>

'Amar é natural'

A principal das barreiras a se enfrentar, diz Juliana, era ela própria.

"Até descobrir o grupo, eu me sentia pessoa errada. Lá que descobri que amar é natural. Então procuramos ajuda psicológica e só confirmamos isso. Se dá para amar seis filhos, por que não amar seis maridos ou esposas? O que impede a gente? Aprendi a resposta: a sociedade."

O grupo a que Juliana se refere está no Facebook, chama-se Poliamor e reúne maispitaco apostas online5 mil interessados. "A internet me ajudou muito, moço. No começo eu tinha vergonhapitaco apostas onlinedizer que era casada com um homem e uma mulher. Vendo os depoimentos, vi muita gente como eu. E era gente feliz."

Com a ajuda dos desconhecidos da rede, vergonha se tornou orgulho.

"Ponho foto no Facebook. Faço declarações. Todo mundo sabe. Nos queremos bem, não fazemos mal a ninguém e precisamos ser respeitados. Poliamor não é suruba ou safadeza. Poliamor é amor."

<bold><link type="page"><caption> Leia mais: Quatro pessoas, cinco casais: conheça a rotina dos ‘poliafetivos’</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2013/08/130819_poliamor_analise_fn.shtml" platform="highweb"/></link></bold>

Encontros

A principal dificuldade relatada nos grupos pelos novatos é identificarpitaco apostas onlinequal categoria poliamorosa se encaixam.

Mais comum, o termo poligamia é rechaçado pela maioria dos poliamoristas. "A poligamia sempre foi associada aos haréns, a relações machistas entre homens e várias mulheres. Aqui os direitos são iguais e mulheres têm direitopitaco apostas onlineter quantos homens desejarem", explicam.

O cardápio é vasto, e inclui triângulos abertos (por exemplo, uma mulher casada com dois homens que não se relacionam entre si), triângulos fechados (triospitaco apostas onlineque todos os membros se relacionam) a grupospitaco apostas onlineque os quatro integrantes se relacionam.

Nuno*, Lucas* e Rômulo* formam um triângulo fechado. "Esse é meu marido e esse é meu namorado", diz o primeiro, apontando para a fotopitaco apostas onlineque aparece abraçado a dois rapazes - um, com quem se casou no papel no ano passado e outro, com quem ambos se relacionam (e vivem juntos) há dois meses.

Ele conta que, uma vez juntos, precisaram conversar para definir as regras da relação para driblar o ciúme e possíveis frustrações.

"O 'contrato' padrão dos namoros e casamentos por aí é normativo: 'eu não traio e você não me trai'. Quando fugimos desse padrão, precisamos colocar parâmetros: Seremos só nós três? Podemos fazer com mais gente? Sempre todos juntos ou pode separado? Tem que avisar antes ou não tem?".

As regras, diga-se, ainda são obscuras na legislação.

Termo "poligamia" é rechaçado por poliamoristas. "A poligamia sempre foi associada aos haréns, a relações machistas entre homens e várias mulheres."

Crédito, thinkstok

Legenda da foto, Termo "poligamia" é rechaçado por poliamoristas. "A poligamia sempre foi associada aos haréns, a relações machistas entre homens e várias mulheres."

Jurisprudência

A principal experiênciapitaco apostas onlineoficializaçãopitaco apostas onlinerelações poliafetivas no Brasil foi registradapitaco apostas online2012, na cidadepitaco apostas onlineTupã, interiorpitaco apostas onlineSão Paulo. Uma escritura públicapitaco apostas onlineUnião Afetiva uniu oficialmente duas mulheres e um homem que viviam na mesma casa há três anos.

Em entrevista à BBC Brasil na época, a tabeliã Claudia do Nascimento Domingues, que lavrou a união, defendeu que nada na Constituição brasileira impedia maispitaco apostas onlineduas pessoaspitaco apostas onlineviverem como família.

"O modelo descrito na lei épitaco apostas onlineduas pessoas. Maspitaco apostas onlinenenhum lugar está dizendo que é crime constituir uma família com maispitaco apostas onlinedois. E é com isso que eu trabalho, com a legalidade. Sendo assim o documento me pareceu bastante tranquilo. Trata-sepitaco apostas onlineum contrato declaratório, não estou casando ninguém", afirmou Claudia na oportunidade.

Nuno*, o rapaz que vive com outros dois apresentado nesta reportagem, reclama:

"Estes documentospitaco apostas onlinecartório funcionam como uma declaraçãopitaco apostas onlinesociedade. Aí tudo é gerenciado como se fosse uma empresa, para efeitopitaco apostas onlinepartilhapitaco apostas onlinebens. Não é a mesma coisa (que uma relação reconhecida no papel)."

<link type="page"><caption> Leia mais: União estávelpitaco apostas onlinetrês abre polêmica sobre conceito legalpitaco apostas onlinefamília</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2014/11/141119_suecia_poligamia_rb.shtml" platform="highweb"/></link>

*Os nomes são fictícios a pedido dos entrevistados