#SalaSocial: Redes sociais aproximam brasileiros adeptos do 'poliamor':www betmotion com
Também, claro, aproveitam o espaço para flerte e para encontrar novos pares.
<bold><link type="page"><caption> Leia mais: 'Casalwww betmotion comtrês' alimenta debate sobre nova família na Suécia </caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2014/11/141119_suecia_poligamia_rb.shtml " platform="highweb"/></link></bold>
Famílias
"Sou casada no papel com Joviano há 12 anos. Conhecemos Daiane há sete. Há dois, moramos todos juntos. Dois filhos são biologicamente meus e dois são dela. No coração, eles são filhos dos três", conta a donawww betmotion comcasa Juliana Cabral,www betmotion com30 anos, ao #SalaSocial.
Ao ladowww betmotion comDaiane, Joviano e dos quatro filhos, ela diz viver uma experiência familar poliamorosa "bem-sucedida".
Os filhos hoje aceitam bem o modelo não-convencional. "Eles dizem para os amiguinhos que têm duas mães", conta, orgulhosa.
Mas nem sempre foi assim. "Foi difícil para o mais velho. Ele perguntou: 'você é sapatão, mãe?'. Eu disse que não. Contei que amo estas duas pessoas igualmente, independentewww betmotion comgênero. Aí ele começou a relaxar."
A dificuldade não residia só dentro da casa simples onde vivem, na cidade goianawww betmotion comAporé, cuja população não chega a quatro mil pessoas.
"Minha mãe deixouwww betmotion comfalar comigo. Meu pai não toca no assunto. Às vezes, professoras nos chamam para entender como são as coisas. Tudo bem, vou e explico. Já aconteceuwww betmotion comuma delas, evangélica, proibir as criançaswww betmotion comtocarem no assunto. 'Era pecado'. Então, mudamoswww betmotion comescola."
<link type="page"><caption> Leia mais: 'Estamos documentando o que sempre existiu', diz tabeliã que uniu três pessoas</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2012/08/120828_ping_uniao_poliafetiva_jp.shtml" platform="highweb"/></link>
'Amar é natural'
A principal das barreiras a se enfrentar, diz Juliana, era ela própria.
"Até descobrir o grupo, eu me sentia pessoa errada. Lá que descobri que amar é natural. Então procuramos ajuda psicológica e só confirmamos isso. Se dá para amar seis filhos, por que não amar seis maridos ou esposas? O que impede a gente? Aprendi a resposta: a sociedade."
O grupo a que Juliana se refere está no Facebook, chama-se Poliamor e reúne maiswww betmotion com5 mil interessados. "A internet me ajudou muito, moço. No começo eu tinha vergonhawww betmotion comdizer que era casada com um homem e uma mulher. Vendo os depoimentos, vi muita gente como eu. E era gente feliz."
Com a ajuda dos desconhecidos da rede, vergonha se tornou orgulho.
"Ponho foto no Facebook. Faço declarações. Todo mundo sabe. Nos queremos bem, não fazemos mal a ninguém e precisamos ser respeitados. Poliamor não é suruba ou safadeza. Poliamor é amor."
<bold><link type="page"><caption> Leia mais: Quatro pessoas, cinco casais: conheça a rotina dos ‘poliafetivos’</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2013/08/130819_poliamor_analise_fn.shtml" platform="highweb"/></link></bold>
Encontros
A principal dificuldade relatada nos grupos pelos novatos é identificarwww betmotion comqual categoria poliamorosa se encaixam.
Mais comum, o termo poligamia é rechaçado pela maioria dos poliamoristas. "A poligamia sempre foi associada aos haréns, a relações machistas entre homens e várias mulheres. Aqui os direitos são iguais e mulheres têm direitowww betmotion comter quantos homens desejarem", explicam.
O cardápio é vasto, e inclui triângulos abertos (por exemplo, uma mulher casada com dois homens que não se relacionam entre si), triângulos fechados (trioswww betmotion comque todos os membros se relacionam) a gruposwww betmotion comque os quatro integrantes se relacionam.
Nuno*, Lucas* e Rômulo* formam um triângulo fechado. "Esse é meu marido e esse é meu namorado", diz o primeiro, apontando para a fotowww betmotion comque aparece abraçado a dois rapazes - um, com quem se casou no papel no ano passado e outro, com quem ambos se relacionam (e vivem juntos) há dois meses.
Ele conta que, uma vez juntos, precisaram conversar para definir as regras da relação para driblar o ciúme e possíveis frustrações.
"O 'contrato' padrão dos namoros e casamentos por aí é normativo: 'eu não traio e você não me trai'. Quando fugimos desse padrão, precisamos colocar parâmetros: Seremos só nós três? Podemos fazer com mais gente? Sempre todos juntos ou pode separado? Tem que avisar antes ou não tem?".
As regras, diga-se, ainda são obscuras na legislação.
Jurisprudência
A principal experiênciawww betmotion comoficializaçãowww betmotion comrelações poliafetivas no Brasil foi registradawww betmotion com2012, na cidadewww betmotion comTupã, interiorwww betmotion comSão Paulo. Uma escritura públicawww betmotion comUnião Afetiva uniu oficialmente duas mulheres e um homem que viviam na mesma casa há três anos.
Em entrevista à BBC Brasil na época, a tabeliã Claudia do Nascimento Domingues, que lavrou a união, defendeu que nada na Constituição brasileira impedia maiswww betmotion comduas pessoaswww betmotion comviverem como família.
"O modelo descrito na lei éwww betmotion comduas pessoas. Maswww betmotion comnenhum lugar está dizendo que é crime constituir uma família com maiswww betmotion comdois. E é com isso que eu trabalho, com a legalidade. Sendo assim o documento me pareceu bastante tranquilo. Trata-sewww betmotion comum contrato declaratório, não estou casando ninguém", afirmou Claudia na oportunidade.
Nuno*, o rapaz que vive com outros dois apresentado nesta reportagem, reclama:
"Estes documentoswww betmotion comcartório funcionam como uma declaraçãowww betmotion comsociedade. Aí tudo é gerenciado como se fosse uma empresa, para efeitowww betmotion compartilhawww betmotion combens. Não é a mesma coisa (que uma relação reconhecida no papel)."
<link type="page"><caption> Leia mais: União estávelwww betmotion comtrês abre polêmica sobre conceito legalwww betmotion comfamília</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2014/11/141119_suecia_poligamia_rb.shtml" platform="highweb"/></link>
*Os nomes são fictícios a pedido dos entrevistados