Ameaçaebola faz vice-ministra da Saúde da Libéria se impor quarentena:
A vice-ministra da Saúde da Libéria, Bernice Dahn, se autoimpôs uma quarentena depois que uma pessoa entre seus funcionários morreudecorrência do vírus ebola.
A autoridade informou que permanecerácasa durante 21 dias, tempoincubação do vírus, durante o qual o governo recomenda às possíveis vítimas que evitem o contato com outras pessoas.
À BBC, Dahn, que também é a principal autoridade médica liberiana, disse que cumprirá com o isolamento que ela mesma tem defendido para os compatriotas.
O país é o mais afetado pelo vírus, que já matou mais3 mil pessoas na África Ocidental, segundo os últimos números da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Só na Libéria, 1.830 pessoas já morreram neste último surto do vírus, que começou no início do ano, informou o Ministério da Saúde liberiano. Duas novas áreas na Libéria e na Guiné registraram seu primeiro caso da doença, sublinhou a OMS.
O surto é considerado uma "ameaça à segurança global" pela ONU. Os números indicam que mais 6,5 mil pessoas podem estar infectadas nos três países mais afetados da região: Libéria, Guiné e Serra Leoa.
Alguns estudos avaliam que o ebola pode contagiar mais20 mil pessoas até novembro.
Além dos três países com alto grauinfecção, dois outros - Nigéria e Senegal - já registraram casos isolados.
O relatório da OMS destaca o risco a que estão submetidos os profissionais da saúde que trabalham para conter o surto nessas nações: 211 deles morreram por conta do vírus e 375 foram contagiados.
Fortes limitaçõesSerra Leoa
Em uma tentativaconter a epidemiaebola, o presidenteSerra Leoa, Ernest Bai Koroma, ampliou a quarentena que limita a circulaçãopessoas no país.
Com as entradas e saídas nos distritosPort Loko e Bombali, no norte, e Moyamba, no sul, maisum terço dos 6,1 milhõeshabitantesSerra Leoa estão impedidosse movimentar livremente.
Port Loko é onde operam duas das maiores empresasmineração do país e o bloqueio possivelmente terá efeitos econômicos, afirmam correspondentes.
Em um pronunciamento na televisão, o presidente do país reconheceu que esse bloqueio "gera muitas dificuldades" para as pessoas. "Mas a vidatodos e a sobrevivência do país têm prioridade", defendeu Koroma.
Segundo a OMS, 605 pessoas morreramSerra Leoa e 648 morreram na Guiné.
Enquanto a situaçãoSerra Leoa continua a se deteriorar, com um grande aumento do númeronovos casos na capital, Freetown, e distritos vizinhos, a situação na Guiné parece ter se estabilizado.
A OMS alertou que apesar do enviomais profissionaissaúde e da aberturanovos centrostratamento nos países mais afetados, ainda há uma carência2 mil leitos para tratar pacientesSerra Leoa e na Libéria.
Ação internacional
Na sexta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou fundos assistenciais no valorUS$ 130 milhões para os três países mais atingidos pelo ebola.
O Banco Mundial anunciou a destinaçãomais US$ 170 milhões para o combate ao vírus. A instituição já havia doado US$ 230 milhões com este objetivo.
Segundo o presidente do banco, Jim Yong Kim, uma "reação sem paralelo" é necessária "para prevenir a destruição do continente".
O presidente americano, Barack Obama, disse que o mundo precisa agir mais rapidamente contra este surto do vírus no leste do continente.
"Ainda há uma lacuna muito grande entre onde estamos e onde deveríamos estar", disse Obama durante um encontro na ONU.