Para analista, desmilitarização não resolve problemas da polícia:curso gratis roleta bet365

Agência Brasil

Crédito, Agencia Brasil

Legenda da foto, Para coronel da reserva da PM, problema da polícia não está no militarismo, mascurso gratis roleta bet365modelos ineficientes.

curso gratis roleta bet365 BBC Brasil - A letalidade da polícia no Brasil é hoje maior que o aceitável?

curso gratis roleta bet365 José Vicente da Silva Filho - Eu tenho certeza que sim. Realmente o número é excessivo. O que a gente percebe é que falta uma política clara na gestão da polícia. Os políticos,curso gratis roleta bet365maneira geral, chegam desde a campanha prometendo resultados. Ou eles entram com medidas espetaculares, com polícias cheiascurso gratis roleta bet365nomes novos, ou chegam falando que vão colocar a Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar, uma unidadecurso gratis roleta bet365elite da polícia paulista) na rua.

Essa política mais dura vai percorrendo toda a rede da polícia quase como uma ordem por mais violência por parte da polícia.

Outras vezes os governos resolvem dar uma contenção exagerada e a polícia resolve cruzar os braços. Por isso é complicada a questão da governança. Você deve colocar exigências (por menor letalidade) mas não deve dar o recadocurso gratis roleta bet365"não quero mais políciacurso gratis roleta bet365confronto".

curso gratis roleta bet365 BBC Brasil - O senhor concorda com a tese usada por alguns políticos e ativistascurso gratis roleta bet365que a desmilitarização poderia reduzir a letalidade da polícia?

curso gratis roleta bet365 Silva Filho - Não concordo. O que nós percebemos é que falta aos governos,curso gratis roleta bet365maneira geral, melhor qualidadecurso gratis roleta bet365governançacurso gratis roleta bet365suas polícias. Então, a letalidade é variávelcurso gratis roleta bet365Estado para Estado, mas a gente percebe que à medida que se colocam instrumentos adequados, essa letalidade diminui.

curso gratis roleta bet365 BBC Brasil - O senhor pode explicar o que significa desmilitarizar a polícia no Brasil?

curso gratis roleta bet365 Silva Filho - Esse tema tem sido invocado por um grupo, pequeno na realidade,curso gratis roleta bet365intelectuais e pessoas ligadas à esquerda, que vê no militarismocurso gratis roleta bet365maneira geral, e até nas Forças Armadas, alguma mágoa do passado.

Então é algo muito segmentado, uma pesquisa feita pelo Senado diz que a maioria da população é contra o militarismo, mas tenho certeza que uma boa parte nem sabe o que vem a ser a desmilitarização da polícia.

O problema não está no militarismo ou no fatocurso gratis roleta bet365as polícias militares terem essa qualificação militarizada, mas sim no fatocurso gratis roleta bet365que o nosso modelo policial é um modelo ruimcurso gratis roleta bet365vários sentidos. Ineficiente, muito caro, ele é propenso algumas vezes a uma situaçãocurso gratis roleta bet365violência e é ineficazcurso gratis roleta bet365termoscurso gratis roleta bet365investigação. Então, o problema não é desmilitarizar, talvez o nosso problema seja muito mais nas polícias civis, pelo baixíssimo índicecurso gratis roleta bet365esclarecimento dos crimes, do que nas polícias militares.

No atual estágio que nós estamoscurso gratis roleta bet365segurança pública, eu vejo que, ao se desmilitarizar, vai se perder uma característica importante dessas polícias fardadas, que é uma formacurso gratis roleta bet365hierarquia,curso gratis roleta bet365disciplina ecurso gratis roleta bet365controle.

José Vicente da Silva Filho (foto: Arquivo Pessoal)

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Controlecurso gratis roleta bet365munições pode reduzir letalidade

curso gratis roleta bet365 BBC Brasil - O tema está sendo abordado com a profundidade necessária nas campanhas políticas?

curso gratis roleta bet365 Silva Filho - Não está bem colocado. A gente vê todos os candidatos colocarem a questão da segurançacurso gratis roleta bet365forma muito superficial. Os temascurso gratis roleta bet365maneira geral são superficiais e a segurança não foge à regra. A questão da segurança pública tem um alcance muito maior do que o detalhecurso gratis roleta bet365ser militar ou nãocurso gratis roleta bet365uma das polícias.

curso gratis roleta bet365 BBC Brasil - O senhor acha que se está confundindo desmilitarizar com melhorar a polícia?

curso gratis roleta bet365 Silva Filho - Essa é uma receita enganosacurso gratis roleta bet365que você desmilitarizando você melhora alguma coisa, na verdade piora tudo porque a estruturacurso gratis roleta bet365contenção do crime no Brasil se vale muito - devia se valer menos - mas se vale muito das polícias militares.

Muita gente coloca que a polícia por ser militar vê no bandido um inimigo, alguém para ser morto como se fosse um inimigo numa guerra. Isso é uma inverdade absoluta.

curso gratis roleta bet365 BBC Brasil - Que outras medidas podem ser adotadas para diminuir a letalidade?

curso gratis roleta bet365 Silva Filho - A questão da letalidade não é um problema só nosso. A polícia do mundo inteiro lida com dois grandes problemas: letalidade e corrupção. Mas há alguns mecanismos, como o que foi adotadocurso gratis roleta bet365São Paulo, por exemplo: a polícia evita vítimascurso gratis roleta bet365confrontos, (os policiais) têm que solicitar o apoio da viaturacurso gratis roleta bet365resgate ou UTI móvel.

Outro aspecto é que as unidades que têm atividade operacionalcurso gratis roleta bet365maior capacidadecurso gratis roleta bet365enfrentamento, como a Rotacurso gratis roleta bet365São Paulo e o Bope no Riocurso gratis roleta bet365Janeiro, precisam ter comando estritamente vigiado, (o gasto de) cada munição precisa ser explicada, todos os confrontos precisam da perícia no local. E todo o policial que tenha (participação em) maiscurso gratis roleta bet365três mortescurso gratis roleta bet365confronto tem que ser afastado do policiamento e passar por uma reciclagemcurso gratis roleta bet365dois meses.

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Legenda da foto, Silva Filho afirma que maiores problemascurso gratis roleta bet365políciascurso gratis roleta bet365todo o mundo são letalidade e corrupção.

Então há uma sériecurso gratis roleta bet365mecanismos desse tipo, além evidentemente do rigor das corregedorias nas investigações dos casoscurso gratis roleta bet365letalidade. Ou seja, isso nada tem a ver com a questão militar, mas com a gestão.

curso gratis roleta bet365 BBC Brasil - Quais são os pontos fracos da polícia?

curso gratis roleta bet365 Silva Filho - O primeiro ponto fraco da instituição no Brasil é o fatocurso gratis roleta bet365termos duas polícias. Elas nunca vão se integrar, nunca vão se entender, além do mínimo que as autoridades cobram. Esse é um dos aspectos. O problema do militarismo na polícia, no caso da PM, é que ela sofre um problema sério que eu chamo desatualizaçãocurso gratis roleta bet365gestão organizacional. Isto é, o militarismo antigo, a disciplina excessiva para até problemascurso gratis roleta bet365ordem administrativa, como você punir alguém com prisão porque chegou pela segunda vez atrasado ao serviço.

Outro problema também é uma espéciecurso gratis roleta bet365centralização que existecurso gratis roleta bet365algumas polícias. Uma organização militar moderna descentraliza, delega bastante aos comando intermediários. Isso aqui falha na maioria dos Estados.

Na Polícia Civil você tem um problema muito sério primeiro porque você não tem uma hierarquia sólida, o outro é que os delegados que são os chefes da polícia praticamente se distanciaram demais da base (investigadores e escrivães).

curso gratis roleta bet365 BBC Brasil - O senhor falou que existe um desentendimento entre as duas polícias. A solução seria uma políciacurso gratis roleta bet365ciclo completo, que patrulha e também investiga?

curso gratis roleta bet365 Silva Filho - Quando houver coragem política para decidir isso teremos duas opções. Uma delas é manter as atuais polícias dando-lhes o ciclo completo e cada um atuando numa região, como faz a França, por exemplo. Então, se não houver coragem para ter uma só polícia, uma das sugestões é dar para a Polícia Civil as capitais e deixar para as polícias militares o resto, todo o interior, incluindo estradas, fronteiras dos Estados e tudo o mais.

A outra opção, que seria mais adequada, é fazer uma progressão institucional para que venhamos a ter uma única polícia, como é a polícia americana ou da Alemanha. Nelas você tem um contingente uniformizado, mas você tem uma parte da polícia que faz a investigação também. São as duas soluções possíveis.