Adoção gay divide opinião pública italiana:bet cassino

Crédito: Fratelli d'Italia

Crédito, BBC World Service

Legenda da foto, Justiça do país permitiu, pela primeira vez, adoçãobet cassinocriança por casalbet cassinolésbicas
  • Author, Marcelo Crescenti
  • Role, De Milão para a BBC Brasil

bet cassino A decisão da Justiça italianabet cassinopermitir, pela primeira vez, a adoçãobet cassinouma criança por um casal homossexual causou polêmica e vem dividindo a opinião pública do país, um dos mais conservadores da Europa.

O Tribunalbet cassinoMenoresbet cassinoRoma deu a guardabet cassinouma criançabet cassinocinco anos a um casalbet cassinolésbicas que havia se casado no exterior – uma das mulheres era a mãe biológica da criança.

Esta foi a primeira vez que a Itália concedeu a um casal homossexual a chamada "stepchild adoption" ou adoçãobet cassinoum enteado, na tradução literal. Até agora ela só tinha sido concedida a casais heterossexuais, ainda assimbet cassinocasos muito raros.

A decisão tomada poucos dias atrás vem causando uma grande polêmica no país desde então. Associações que protegem os direitosbet cassinogays e lésbicas e políticosbet cassinoesquerda defendem o veredito, enquanto setores conservadores da sociedade reprovam o parecer do tribunal.

"Esta é uma vitória da criançabet cassinoquestão e tambémbet cassinotodas as criançasbet cassinosituação semelhante", disse Maria Antonia Pili, da Associação Italiana dos Advogados pela Família e pelos Menores (Aiaf).

Fabrizio Marrazzo, presidente da associação Gaycenter, classificou a sentença como "revolucionária e histórica para a Itália".

Regulamentação

Membros do Partido Democrático do atual primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, defendem a criação uma lei que permita a adoção gay.

Para Ivan Scalfarotto, subsecretário no ministério da reforma constitucional, "agora precisamos pensarbet cassinouma legislação para regulamentar a questão".

No entanto, há muita resistência a medidas mais concretas por parte dos setores mais conservadores da sociedade.

A Igreja Católica, por exemplo, condenou o veredito. O monsenhor Domenico Singali, presidentebet cassinouma comissão episcopal da igreja católica italiana, diz que a adoção gay pode ser um "precedente perigoso" que pode "desnaturar o curso da vida".

Partidos conservadores como o Nuovo Centro Destra (Novo Centro Direita, na tradução literal), que faz parte da coalizãobet cassinoRenzi, também são contra regulamentar a adoção gay.

A polêmica chegou ao seu ápice quando o partido nacionalistabet cassinodireita Fratelli d’Italia resolveu fazer campanha contra a adoção gay, com um pôsterbet cassinoque mostra dois casais homossexuais com um bebê e a frase: "Um filho não é um capricho".

"Foi uma sentença puramente ideológica", disse a presidente do partido, Giorgia Meloni. A campanha tevebet cassinoser tiradabet cassinocirculação por causabet cassinodúvidas quando aos direitos autorais da foto, mas deixoubet cassinomarca na opinião pública.

Dilema

A necessidadebet cassinoregulamentar a adoção gay foi destacada pelo depoimento dramático da italiana Maria Caprì, cuja parceira teve dois filhos. Depois que as duas se separaram, ela não pode mais ver as crianças.

Quando ainda eram um casal, as duas mulheres teriam concordadobet cassinocriar os filhos juntas. No entanto, depois da separação, a mãe biológica teria impedido qualquer contato com as crianças.

"Vi meus filhos só duas vezesbet cassinoseis anos", disse Caprìbet cassinoentrevista ao jornal italiano Corriere della Sera.

"Não tenho qualquer direito. Se na época pudesse ter adotado as crianças, não estaria na situaçãobet cassinoque estou. Na minha vida há um grande vazio."