Jovens ganham força como formadoresfreebetsopinião na família:freebets
- Author, Paula Adamo Idoeta
- Role, Da BBC BrasilfreebetsSão Paulo
freebets Em uma casa numa rua estreitafreebetsHeliópolis, maior favelafreebetsSão Paulo, a jovem Fernanda MacedofreebetsAraújo,freebets17 anos, aprendeu que "tudo o que faz é política".
Estudante do 3º ano do ensino médio, Fernanda é integrantefreebetsum grupofreebetsparticipação juvenil organizado pela ONG Unas (UniãofreebetsNúcleos e Associações dos MoradoresfreebetsHeliópolis e Região).
Na sede da ONG, adolescentes participamfreebetsoficinas sobre direitos humanos, fazem campanhas para escolher lideranças regionais e organizam festas comunitárias e palestras. As eleiçõesfreebetsoutubro são parte do debate.
"Acho importante discutir. Às vezes eu converso com o meu pai sobre o assunto enquanto assistimos ao jornal", diz Fernanda. "Ele ficou surpreso: não sabia que eu sabia tanto! Isso até aproximou a gente. Ele me diz: 'Não vota nesse cara porque ele não vale nada'. Um fala pro outro o que sabe e acaba influenciando o outro."
Fernanda, que votará pela primeira vezfreebetsoutubro, se inserefreebetsum perfilfreebetsjovens que, segundo analistas, está se tornando mais comum, sobretudo na nova classe média: mais familiarizados com a internet e bem informados que seus pais, esses jovens estão virando, a seu modo, formadoresfreebetsopinião com cada vez mais influênciafreebetssuas famílias e comunidades.
"Os jovens são um terço do eleitorado (cercafreebets45 milhõesfreebetspessoas), mas são,freebetsmédia, mais escolarizados e conectados que seus pais", diz à BBC Brasil Renato Meirelles, presidente do institutofreebetspesquisas Data Popular e autorfreebetsestudos sobre o tema.
"Esse jovem não quer só escutar, quer contestar. Muitos não acreditamfreebetspartidos ou organizações verticais e se organizam por causas e bandeiras."
<italic><bold>O voto jovem é temafreebetsuma sériefreebets<link type="page"><caption> reportagens</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2014/09/140829_eleicoes2014_jovens_depoimento_salasocial_pai.shtml" platform="highweb"/></link> da BBC Brasil ao longo desta semana e também rendeu animadas discussões nas nossas páginasfreebets<link type="page"><caption> Facebook</caption><url href="https://www.facebook.com/bbcbrasil/photos/a.305083412815.158425.303522857815/10152326359512816/?type=1" platform="highweb"/></link>, <link type="page"><caption> Twitter</caption><url href="https://twitter.com/bbcbrasil/status/509112502752657408" platform="highweb"/></link> e <link type="page"><caption> Google+</caption><url href="https://plus.google.com/b/102439754730579948294/102439754730579948294/posts/7sYCtkrFH7Q" platform="highweb"/></link>.</bold></italic>
Descrença
O papel dos jovens na política é o tema da terceira semana da cobertura especialfreebetseleições da BBC Brasil. A participação juvenil nas eleiçõesfreebets2014 foi um dos principais assuntos levantados pelos leitores da BBC Brasilfreebetsconsultasfreebetsfóruns nas redes sociais. Para muitos, a juventude está descrente com os rumos da política e pouco interessadafreebetstomar parte no processo eleitoral.
De fato, muitos dos jovens consultados pela reportagem dizem que eles próprios e seus amigos falam poucofreebetspolíticafreebetscasa, leem sobre o tema apenas superficialmente e não se veem representados por quem está no poder.
E o próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diz que o númerofreebetseleitores entre 16 e 17 anos caiu 30%freebetsrelação ao eleitoradofreebets2010 - embora esse fenômeno não se deva necessariamente ao desinteresse político, mas sim ao envelhecimento da população e a mudanças na metodologia da contagem.
Mesmo assim, uma pesquisa realizadafreebets2013 pela Secretaria da Juventude da Presidência da República aponta que 54% dos entrevistadosfreebets15 a 29 anos viam a participação política como muito importante – apesarfreebets38% dizerem não gostar do tema.
Para Renato Meirelles, há entre os jovens o menor índicefreebetscrençafreebetspartidos políticos. "Mas isso não quer dizer que eles não acreditem no poder do voto."
É o caso do ativista e produtor cultural Paulo Ishizuka, 24 anos,freebetsGuarulhos (SP). Ativo nos protestosfreebets2013, ele agora vê no pleitofreebets2014 a chancefreebetslevantar bandeiras caras aos que saíram às ruas no ano passado.
"Apesar do descrédito nas eleições, ainda boto fé por ser o único modofreebetspodermos colocar representantes (no poder)", diz ele. "Dois anos atrás, não tinha ninguém falandofreebetslegalização (da maconha),freebetsdemocratização da mídia. Hoje, estou vendo mais candidatos com um históricofreebetslutas populares. E esse pessoal está assumindo compromissos diantefreebetsgente que tem engajamento e argumentos. É melhor do que votar nulo."
'Pequenos tabus'
Ao contráriofreebetsFernanda e seu pai, Paulo não tem tanta afinidade política comfreebetsfamília. No entanto, nem por isso deixafreebetsinfluenciá-la.
"Minha família (mãe e irmãos) é bem conservadora e sempre fui a ovelha negra. Nossos debatesfreebetshojefreebetsdia sãofreebetsvoz alta. Mas tenho abertura quando eu falo. Já consegui derrubar preconceitos contra cotas raciais, contra o usofreebetsmaconha ou mesmo a ideiafreebetsque produtor cultural é vagabundo. São pequenos tabus que vão se quebrando."
Meirelles, do Data Popular, diz que o relatofreebetsPaulo não é exceção.
"O jovem não necessariamente vai influenciarfreebetsquem os pais vão votar, mas vai checar o histórico dos candidatos para os pais na internet ou orientar alguns dos temas que serão mais ou menos predominantes no voto", afirma.
O estudante universitário paulista Paulo Carvalho, 18 anos, é a quem o pai dele recorre quando tem dúvidas sobre como mexer no celular. E durante essas conversas, temas da política também aparecemfreebetsvezfreebetsquando.
<link type="page"><caption> Leia mais na BBC Brasil: Para jovem da periferiafreebetsSP, o que importa é qualidadefreebetsvida e não ideologia</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2014/09/140829_eleicoes2014_jovens_depoimento_salasocial_pai.shtml" platform="highweb"/></link>
"Meu pai não sabe mexer no smartphone e sempre me chama. Eu acabo falando: 'baixa esse aplicativo que é muito legal, vê esse blog'. E eles (adultos) acabam tendo acesso a essa informaçãofreebetsforma diferente também,freebetsvezfreebetssó ouvir alguém falando no telejornal", diz Paulo, moradorfreebetsItaim Paulista, bairro no extremo lestefreebetsSão Paulo.
Ele acabou convencendo o pai a mudar seu voto nas eleições à prefeiturafreebetsSão Paulofreebets2010, algo que dificilmente aconteceria nas gerações anteriores. Paulo, por exemplo, acha que seu pai, na juventude, não teria mudado a opiniãofreebetsseu avô.
"Ele (meu pai) não tinha internet (quando era mais novo), a tecnologia era muito cara. Se meu pai é cabeça dura, imagina o pai dele. Na época dele, o importante era trabalhar na roça e só. Devia ser complicado mudar a cabeçafreebetsalguém assim."
De volta a Heliópolis, o coordenador da Unas, Reginaldo José Gonçalves, diz que a turma atual do grupo "jovens conscientes" é a "mais envolvida e interessadafreebetsparticipar da comunidade" desde 2010, quando o projeto começou. Para ele, muito disso tem a ver com o acesso à informação.
"A internet também permite a eles (jovens) produzir informação - expressarfreebetsopinião e fazer denúncias nas redes sociais", argumenta.
Senso crítico
Mas será que essa busca e produçãofreebetsinformação não está superficial demais, numa épocafreebetsque internautas compartilham notícias sem sequer lê-las?
"Isso não é um problema só do jovem", diz Gonçalves. "As pessoas não pesquisam para ver se o que estão compartilhando é verdade. É algo cultural e educacional. Precisamos preparar os jovens para exercer a cidadania e ter senso crítico."
Para colocar issofreebetsprática, ele organiza debates na ONG sobre temas como maioridade penal e reforma política, nos quais os jovens são convocados a estudar para defender pontosfreebetsvista contra e a favor.
O desafio, agora, é inserir nesse efreebetsoutros debates os jovens que não se interessam pela participação política. Os próprios participantes do grupo juvenil da Unas sabem que eles são minoria no bairro - e talvez no país - onde moram.
"Vejo o pessoalfreebetsfora dos projetos sociais (em Heliópolis), e eles são descolados, zoam. Mas se você tenta discutir um assunto com eles por meia hora não consegue", diz Igor da Conceição, 16 anos, conhecido na Unas por escrever letrasfreebetsrap sobre o cotidiano dos jovens da comunidade. "Para eles o importante é ter dinheiro no bolso."