Brasil fica atrásea sports betoutros países no combate ao abusoea sports betsal:ea sports bet

Sal. Foto: Thinkstock

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Legenda da foto, Salea sports betmesa não é o maior dos vilões - maior parte do sódio já vem nos alimentos processados
  • Author, Marcia Carmo, Alessandra Correa e Ewerthon Tobace
  • Role, De Buenos Aires, Washington e Tóquio para a BBC Brasil

ea sports bet Apesarea sports betsucessos recentes no combate ao consumo excessivoea sports betsal - que provoca problemas gravesea sports betsaúde no longo prazo, como hipertensão, doenças cardíacas e derrames -, o Brasil ainda está atrásea sports betpaíses como Argentina, Estados Unidos e Grã-Bretanhaea sports betiniciativasea sports betsaúde do tipo.

Em outros países, as tentativas mais bem-sucedidas até agora sempre envolveram acordos com a indústria alimentícia,ea sports betque fabricantes reduzemea sports betforma voluntária a quantidadeea sports betsódio dos seus alimentos - modelo que está se mostrando bem-sucedido no Brasil.

Um dos motivos desta abordagem é que a maior parte do sal está embutida nos alimentos processados, não no salea sports betmesa acrescentado pelos próprios consumidores. Na medidaea sports betque a indústria mude as suas práticas, as pessoas passam a consumir menos sal.

Em lugares como Estados Unidos, há pressão para que o governo estabeleça limites obrigatóriosea sports betsal, mas por ora as iniciativas ainda são feitasea sports betforma voluntária. No Japão, o governo vai colocar certificadosea sports betaprovação nos rótulosea sports betalimentos que possuem pouco sal a partir do ano que vem.

Veja como alguns países tratam o problema.

Argentina

Pães. Foto: Thinkstock

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Legenda da foto, Na Argentina, redução voluntária começou com acordo com indústriaea sports betpães

Nos últimos quatro anos, a Argentina conseguiu baixar o consumoea sports betsal per capita com a mesma fórmula adotada por vários países: acordos voluntários com a indústria alimentícia.

No primeiro acordo, firmadoea sports bet2010, os fabricantesea sports betpão reduziramea sports bet25% a quantidadeea sports betsódio do alimento.

Pouco tempo depois, o acordo foi ampliado para empresas responsáveis por 435 alimentosea sports betconsumoea sports betmassa, segundo disse à BBC Brasil o diretorea sports betPromoção da Saúde e do Controleea sports betDoenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, o médico Sebastián Laspiur.

"Avançamos muito, mas ainda falta muito. Nestes quatro anos, conseguimos baixar o consumoea sports betsal per capita por ano. Estimamos que este resultado signifiqueea sports bettornoea sports bet2 mil mortes a menos por problemas provocados pelo sal, como o cardiovascular", afirmou.

A Organização Mundialea sports betSaúde (OMS) estipula que o ideal é a quantidadeea sports bet5 gramas per capita. "Estávamosea sports bettornoea sports bet11,5 gramas antes e agoraea sports bettornoea sports betdez gramas per capita anual. Podemos chegar a nove, mas ainda falta muito para atingirmos a meta da OMS", disse Laspiur.

Segundo ele, cercaea sports bet30% das padarias do país aderiram à iniciativa e colocaram cartazesea sports betseus estabelecimentos informando que o produto tem menos sal. Além disso, bares e restaurantesea sports betalguns municípios eea sports betalgumas províncias passaram a atender normas locais tirando o saleiro das mesas. Neste caso, o sal só é entregue caso o freguês peça.

No ano passado, foi aprovada uma lei nacional com regras mais amplas sobre o consumoea sports betsal. Os restaurantes teriam que limitar o usoea sports betsalea sports betsuas comidas e ainda colocar cartazes informando sobre os efeitos negativos para a saúde. No entanto, os detalhes da nova legislação ainda precisam ser definidosea sports betuma lei posterior para que as medidas entremea sports betvigor.

Estados Unidos

Os americano consomemea sports betmédia 3,3 gramasea sports betsódio por dia, acima do aconselhado por especialistas no país,ea sports betno máximo 2,3 gramas diários ou,ea sports betcasos específicos, como para adultos acimaea sports bet50 anos ou com históricoea sports betdoenças como hipertensão ou diabetes,ea sports bet1,5 grama por dia.

Não há no país, porém, regras obrigatórias para a redução dos níveisea sports betsódio nos alimentos.

Uma parceria entre maisea sports bet90 autoridades locais e estaduais e organizações nacionaisea sports betsaúde estabelece metas voluntárias para a redução dos níveisea sports betsódio usados por fabricantesea sports betalimentos e restaurantes.

A Iniciativa Nacional para a Reduçãoea sports betSal (NSRI, na siglaea sports betinglês) é coordenada pelo Departamentoea sports betSaúde da cidadeea sports betNova York e tem o objetivoea sports betreduzir o consumoea sports betsalea sports bet20%.

Foto: Thinkstock

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Legenda da foto, Lobistas pedem que autoridades estipulem metas obrigatórias à indústria, e não voluntárias

As metas abrangem 62 categoriasea sports betalimentos embalados e 25 categoriasea sports betcomida vendidaea sports betrestaurantes.

A iniciativa conta com a adesãoea sports bet28 indústrias alimentícias, supermercados e cadeiasea sports betrestaurantes, entre elas grandes nomes como Unilever, Kraft Foods, Starbucks e Subway. Muitas dessas empresas já atingiram suas metas iniciais.

Em 2010, um órgão consultivoea sports betquestõesea sports betsaúde, o Institutoea sports betMedicina, pediu que o governo americano estabelecesse regras nacionais obrigatórias para a presençaea sports betsódio.

O governo, no entanto, já afirmou que prefere que as regras sejam voluntárias. Em breve, serão lançadas metas para que a indústria reduza a quantidadeea sports betsódio nos produtos alimentícios.

Especialistas pedem maior ação das autoridades para garantir uma redução mais abrangente.

"Na ausênciaea sports betesforços federais para melhorar monitoramento, fiscalização e diretrizes para apoiar essas iniciativasea sports betreduçãoea sports betsódio, a preocupação é aea sports betque esses avanços iniciais não sejam mantidos", disse à BBC Brasil a pesquisadora Kirsten Bibbins-Domingo, diretora do Centro para Populações Vulneráveis da Universidade da Califórnia,ea sports betSão Francisco.

Grã-Bretanha

No Reino Unido, os acordos voluntários com a indústria alimentícia também deram resultados positivos, mas existe um consenso entre especialistasea sports betque é preciso avançar mais.

O consumo diárioea sports betsal está na faixaea sports bet8,1 gramas por pessoa, e a meta do governo é reduzir esta média para 6 gramas. Há metas também específicas para crianças: 2 gramasea sports betsal por dia para criançasea sports betaté três anosea sports betidade; 3 gramas para idadesea sports betquatro a seis anos; e 5 gramas para criançasea sports betsete a dez anos.

Uma pesquisa publicada na revista Hypertension mostrou que 70% das 340 crianças estudadas consomem sal acima da meta.

Segundo a organização Consunsus Action on Salt & Health, o caminho para se atingir os objetivos nacionais é trabalhar junto com a indústria alimentícia. A maior parte do sal vem das comidas já processadas - e não do salea sports betmesa - e portanto está fora do controle dos consumidores.

Desde acordos firmadosea sports bet2007, estima-se que o uso totalea sports betsal tenha caídoea sports bet11 mil toneladas - entre 40% a 50% na maioria dos alimentos.

Japão

Uma refeição japonesa não é completa sem a tradicional sopaea sports betpastaea sports betsoja (misô), legumesea sports betconserva e pratos que usam como base o molhoea sports betsoja (shoyu). Todos altamente ricosea sports betsódio.

Isto fez especialistas alertarem que o Japão está se tornado novamente um dos países que mais consomem o nutriente e que é preciso envolver urgentemente a indústria alimentícia para reduzir a ingestãoea sports betsal.

Segundo dados do Ministério da Saúde japonês, a taxa médiaea sports betconsumo do sal giraea sports bettornoea sports bet11 gramas por dia - semelhante à do Brasil. Mas o governo quer baixar este patamar para 8 gramas por dia.

Entre as medidas, o Ministério vai introduzir, a partirea sports betabrilea sports bet2015, um sistemaea sports betcertificaçãoea sports bet"refeição saudável" para alimentos prontos, como pratos vendidosea sports betlojasea sports betconveniência eea sports betsupermercados.

A quantidade designadaea sports betsal para se obter o certificado éea sports betaté 3 gramas por refeição.

Apesar do alto consumoea sports betsal, os japoneses têm, ironicamente, a maior médiaea sports betlongevidade do mundo.

Para Kenji Shibuya, professor do departamentoea sports betPolítica Globalea sports betSaúde da Universidadeea sports betTóquio, as razões da longevidade japonesa estão relacionadas ao acesso a medidasea sports betsaúde pública, educação, higiene e, claro, uma dieta mais equilibrada, apesar do alto consumoea sports betsódio.

Por iniciativa do governo, o consumoea sports betsal começou a cair depois da Segunda Guerra Mundial. Em algumas regiões, a taxa passouea sports bet18 para 14 gramas por dia.

Com isto, as mortes por pressão alta e por acidente vascular cerebral (AVC), principalmente, tiveram uma significativa queda. Em comparação com dadosea sports bet1947, houve um saltoea sports betmaisea sports bet30 anos na expectativaea sports betvida dos indivíduos.