Inimigo número 1 dos taxistas, aplicativo Uber vira casoleovegas cassinopolícia:leovegas cassino
O valor da corrida é calculado pelo aplicativo e normalmente custa 30% a mais do que um táxi comum - o Uber fica com 20% do valor final. Há uma taxa fixa, acrescidaleovegas cassinoum valor por minuto e outro por quilômetro rodado, num sistema semelhante aoleovegas cassinotaxímetros.
Por isso, o Uber entrou na mira dos taxistas. Segundo a lei federal nº 12.468, é privativa destes profissionais "a utilizaçãoleovegas cassinoveículo automotor, próprio ouleovegas cassinoterceiros, para o transporte público individual remuneradoleovegas cassinopassageiros, cuja capacidade será de, no máximo, sete passageiros".
Em junho, motoristas cariocas bloquearam ruas da cidade e se articulam para colocarleovegas cassinopauta na Câmara Municipal um projetoleovegas cassinolei que sirva para banir o Uber da cidade.
Covardia
"O que estão fazendo não é só exercício ilegal da profissão. É covardia", diz André Oliveira, da Associaçãoleovegas cassinoAssistência ao Motoristaleovegas cassinoTáxi do Brasil (AAMOTAB), que organizou o protesto.
"Não é carona. É serviço clandestino. Trabalham como taxistas sem autorização. O faturamento do táxi no exterior caiu até 40% com o Uber. Temos lutado muito pelo reconhecimento da profissão para uma empresa aparecer do nada e dizer que pode explorar a atividade."
A Prefeitura do Rio diz que só motoristas e carros cadastrados na prefeitura podem fazer esse tipoleovegas cassinotransporte. A Secretaria Municipalleovegas cassinoTransportes emitiu um ofício à Delegacialeovegas cassinoRepressãoleovegas cassinoCrimesleovegas cassinoInformática, que tem um inquéritoleovegas cassinocurso para investigar programas como o Uber.
A Prefeituraleovegas cassinoSão Paulo também é contra o serviço e informou por nota que o motorista "flagrado realizando uma atividade irregular terá seu veículo apreendido".
"Temos uma das melhores frotas da América Latina, com carros novos e profissionais qualificados. Por que não usar essa mãoleovegas cassinoobra?", diz Ricardo Auriemma, presidente da Associação das Empresasleovegas cassinoTáxileovegas cassinoFrotaleovegas cassinoSão Paulo (Adetax).
"Estamosleovegas cassinocontato com associaçõesleovegas cassinooutros estados para impedir o Uberleovegas cassinooperar no Brasil, seja com uma nova lei ou na Justiça."
O Uber não está surpreso com a reação, já que o mesmo ocorreleovegas cassinooutras das 150 cidadesleovegas cassino41 países onde está presente.
Houve protestosleovegas cassinoLondres, Paris, Berlim, Barcelona, Madri, Milão e Taipei. Também enfrenta problemas com autoridadesleovegas cassinoBruxelas, Seul, Xangai e nos estadosleovegas cassinoVictoria, na Austrália, e Virginia, nos Estados Unidos.
"Não é incomum que uma indústria queira impedir a concorrência", diz Lane Kasselman, porta-voz do Uber, que argumenta não ser uma empresaleovegas cassinotáxi, masleovegas cassinotecnologia.
"Não temos carros ou motoristas contratados. Oferecemos uma plataforma que liga motoristas a passageiros. E a realidade é que passageiros estão insatisfeitos. Querem um serviço mais seguro e confiável."
Motorista sob demanda
O publicitário Walter Motta Junior,leovegas cassino23 anos, tornou-se cliente fiel do Uberleovegas cassinoSão Paulo.
"Sem desmerecer nossos taxistas, mas o serviço do Uber éleovegas cassinooutro nível. É como um motorista particular sob demanda”, afirma Motta Junior. “Nem penso maisleovegas cassinopegar táxi."
Os motoristas também dizem que o programa tem vantagens.
"Não circulo com dinheiro, então, tenho menos medoleovegas cassinoser assaltado", afirma Anderson Garcia,leovegas cassino37 anos, que começou no Uber há duas semanas.
"Façoleovegas cassinoquatro a cinco viagens por dia, o que já é bom. Mas a quantidadeleovegas cassinoserviço deve aumentarleovegas cassinobreve."
Para Marco Aurélio Dória,leovegas cassino34 anos, que estreou como motorista do Uber na última segunda-feira, a remuneração é melhor.
"Era motorista particular, mas os preços desse mercado caíram muito e deixouleovegas cassinovaler a pena. Agora, tenho a chanceleovegas cassinoganhar mais", afirma Dória.
"Também não daria para virar taxista, porque quem tem uma licença não quer vender e quem tem cobra muito caro por ela."
Esta é uma reclamação comum, porque desde 2011 nenhuma nova licençaleovegas cassinotáxi é emitida no Rio ouleovegas cassinoSão Paulo. As prefeituras dizem que não o fazem porque as cidades têm táxis suficientes. São 34 milleovegas cassinoSão Paulo (um para cada 285 habitantes) e 33 mil no Rio (um para cada 195 habitantes). A única formaleovegas cassinoobter uma licença é por meioleovegas cassinouma doaçãoleovegas cassinoum antigo dono, mas não é o que acontece na prática.
O Ministério Público Estadualleovegas cassinoSão Paulo move, desde 2011, um processo contra a Prefeitura da capitalleovegas cassinoque aponta que o sistema municipalleovegas cassinolicençasleovegas cassinotáxis viola o artigo 185 da Constituição Federal, o qual exige que todos os serviços públicos sejam licitados.
No entanto, diz o MPE, o que ocorre é a venda ilegal dos alvarás, por valores que chegam a R$ 140 mil e podem triplicarleovegas cassinopontos mais cobiçados, como aeroportos. Também há denúnciasleovegas cassinoque pessoas detêm múltiplos alvarás e os alugam, fazendo da licença uma fonteleovegas cassinorenda equivalente àleovegas cassinoum imóvel.
"A saída seria alugar um táxi por dia e começar a rodar já no prejuízo”, diz o motorista Dória, que desistiuleovegas cassinotentar ser taxista. "Com o Uber, não preciso correr por aí para pegar o máximoleovegas cassinopassageiros e compensar o aluguel."
Novas leis
O Uber conta com o apoioleovegas cassinomotoristas e passageiros para vencer a resistência encontrada nas cidades onde opera.
"Quando os políticos ouvem o público e veem o impacto positivo gerado pelo serviço, eles nos apoiam para mudar as leis", diz Kasselman, do Uber.
A empresa vem obtendo vitórias. Os estados americanos do Colorado e da Califórnia mudaram as regras para permitir a operação do Uber, assim como as cidadesleovegas cassinoWashington e Seattle.
Em Londres, o departamentoleovegas cassinotransportes disse que não pode impedi-loleovegas cassinooperar porque o aplicativo não é um taxímetro e deixou a decisão final para a Justiça, que se pronunciaráleovegas cassinoagosto.
Em Toronto, no Canadá, o prefeito rejeitou leis mais duras para este tipoleovegas cassinoserviço por não querer "impedir a competição".
Larry Downes, diretorleovegas cassinoprojetos no Centroleovegas cassinoNegócios e Políticas Públicas da escolaleovegas cassinonegócios da Universidade Georgetown, acredita que a batalha está perdida para taxistas e políticos, mesmo que o Uber viole leis existentes.
"Isso é comumleovegas cassinomercados como osleovegas cassinotáxi, energia ou água, porque as leis são antigas. Foram criadas porque o consumidor não tinha poderleovegas cassinobarganha e, assim, o Estado pode agirleovegas cassinonome do público", afirma Downes. "Mas, hoje, os aplicativos e redes sociais permitem que o passageiro avalie o serviço e exerça este tipoleovegas cassinocontroleleovegas cassinoforma mais eficiente."
Em Big Bang Disruption: strategy in the age of devastating innovation (Ruptura Big Bang: estratégia na era da inovação devastadora, numa tradução livre; 2014), Downes analisou os conflitos gerados por novas tecnologiasleovegas cassino30 indústrias e diz que "a nova tecnologia sempre ganha".
"Integrantesleovegas cassinomercados muito regulados e políticos têm um relacionamento forte e trabalham para manter tudo como está, mesmo que seja ruim para os consumidores. Foi assim com a música digital e videocassetes", diz Downes.
"Mas os consumidores descobrem que a vida pode ser melhor e pressionam por mudanças. Os taxistas podem usar a Justiça para impedir o Uberleovegas cassinofuncionar, mas isso não funciona no longo prazo."