#SalaSocial: 'Bloco das favelas' organiza ato após um ano da morte1xbet futebol ao vivoAmarildo:1xbet futebol ao vivo

Crédito, AP

  • Author, Ricardo Senra
  • Role, Da BBC Brasil1xbet futebol ao vivoSão Paulo

1xbet futebol ao vivo O mantra #cadeoamarildo resiste nos morros cariocas. Moradores1xbet futebol ao vivofavelas com Rocinha, Manguinhos, complexo do Alemão, Santa Marta, Cantagalo e Babilônia se reunirão num ato, marcado para o próximo domingo,1xbet futebol ao vivohomenagem ao pedreiro Amarildo1xbet futebol ao vivoSouza, cujo desaparecimento completa um ano nesta segunda-feira.

Batizado como "A festa nos estádios não vale as lágrimas nas favelas", o protesto unificado deve ocorrer no entorno do Maracanã, simultaneamente à partida final da Copa do Mundo.

"Este é um ato diferente dos que aconteceram no Rio desde o ano passado. Dessa vez ele é marcado pelos moradores1xbet futebol ao vivofavelas. A pauta da favela está colocada1xbet futebol ao vivoprimeiro lugar. A favela enfim é protagonista", explica Gizele Martins, 28, comunicadora comunitária da Maré.

Amarildo, segundo Gizele, tornou-se símbolo para uma série1xbet futebol ao vivo"abusos com os quais os moradores1xbet futebol ao vivocomunidades convivem todos os dias".

"Ninguém gosta1xbet futebol ao vivopassar por tanque1xbet futebol ao vivoguerra e armas no quintal1xbet futebol ao vivocasa. Ninguém quer ser revistado e abusado gratuitamente. Ninguém quer ser confundido com bandido, nem ver parentes e amigos desaparecendo. É contra isso que lutamos. E com a Copa isso se intensificou1xbet futebol ao vivoum jeito que nunca tinha acontecido."

Os principais pontos discutidos pelos moradores das comunidades são o que os organizadores chamam1xbet futebol ao vivo"militarização das favelas", por meio das Unidades1xbet futebol ao vivoPolícia Pacificadora (UPPs) e presença das Forças Armadas, e as remoções forçadas para obras como teleféricos, que nem sempre refletem as demandas locais.

'Offline'

O evento, marcado pelo Facebook, já tem 1.300 pessoas confirmadas e mais1xbet futebol ao vivo16 mil convidados. Segundo os organizadores, uma força-tarefa foi organizada online e offline para mobilizar a população.

"As redes sociais são muito importantes, mas a internet é cara. Então fizemos reuniões dentro1xbet futebol ao vivodiferentes favelas também para mobilizar. É como um complemento: nosso público passa oito horas do dia trabalhando, mais tantas outras no transporte, chega1xbet futebol ao vivocasa e não tem tempo ou dinheiro mesmo para internet", diz Gizele.

No ano passado, uma campanha virtual pedindo explicações sobre o desaparecimento do pedreiro Amarildo se espalhou pelas redes graças a hashtags como #cadeoamarildo e #ondeestaamarildo. Elas foram compartilhadas mais1xbet futebol ao vivo15 mil vezes, só no Twitter, e despertaram a adesão1xbet futebol ao vivopersonalidades como os músicos Caetano Veloso e Criolo.

Da mobilização na internet surgiu a pressão que culminou nas investigações e indiciamento1xbet futebol ao vivopoliciais envolvidos no desaparecimento do pedreiro.

No convite do ato, os organizadores convocam moradores1xbet futebol ao vivofavelas cariocas a trazerem "seus cartazes, camisas e faixas para o Bloco das Favelas".

"[O governo faz] Investimentos absurdos1xbet futebol ao vivoelefantes brancos como teleféricos enquanto continuamos a sofrer com falta1xbet futebol ao vivosaneamento, hospitais e escolas", afirmam.

Para evitar novos "elefantes", a organização pede que os moradores das comunidades sejam consultados durante a elaboração1xbet futebol ao vivopolíticas públicas.

"O Estado age como se todas as favelas fossem iguais. Mas a demanda da Rocinha é diferente da demanda da Maré. Não tem que colocar a gente no mesmo saco e generalizar as soluções. Um dos problemas onde moro é o saneamento básico. No Pavão-Pavãozinho pode ser o direito à habitação. É importante que fique claro: a gente quer diálogo, não quer briga", diz a líder comunitária.

Amarildo

O pedreiro Amarildo1xbet futebol ao vivoSouza desapareceu1xbet futebol ao vivo141xbet futebol ao vivojulho do ano passado, após ser levado pela polícia carioca à sede da Unidade1xbet futebol ao vivoPolícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Após passar por "averiguação", nos termos da PM, o pedreiro nunca mais foi encontrado.

Pelo menos 29 policiais envolvidos no caso, incluindo o major Edson dos Santos, ex-comandante da UPP da Rocinha, correm risco1xbet futebol ao vivoserem expulsos da PM por acusações como o convencimento1xbet futebol ao vivotestemunhas a mentirem1xbet futebol ao vivodepoimentos. O inquérito da PM aponta que os crimes devem ser julgados pela Justiça comum, e não pela Justiça Militar.

"O Amarildo representa todos os pobres e favelados que desaparecem todos os dias e ninguém vê, ninguém ouve. Nossa bandeira é o direito à vida. Quando desaparecem Amarildos e Amarildas, enquanto morre pobre, negro e favelado, é porque tem alguma coisa errada. A sociedade tem que se indignar e até lá vamos colocar essa bandeira na rua para sermos tratados como qualquer cidadão", diz Gizele.

Ela dá exemplos sobre mudanças nas favelas desde a entrada das UPPs ou das forças armadas.

"Onde moro existe hoje um soldado para cada 55 moradores. A Maré tem 132 mil moradores segundo o Censo. Pergunta: me diz se tem um professor para cada 55 pessoas? Não tem. Isso mostra a política do Estado nas favelas."

Segundo ela, o aluguel e o custo1xbet futebol ao vivovida também aumentaram.

"Ficou tudo absurdamente caro. As pessoas estão saindo das favelas e indo para favelas mais distantes. Até o início do ano tinham casas1xbet futebol ao vivoR$ 60, 70 mil. Agora custam R$ 150 mil. Faz sentido isso tudo para morar na favela?".