Currículo escolar que aceita mudança climática sofre boicote nos EUA:unibetpoker

Crianças na salaunibetpokeraula

Crédito, LG

Legenda da foto, Estados boicotam diretrizes nacionais para o ensino das ciências

"Não aceito que a mudança climática seja um fato", disse o diretor do Conselho Estadual para Educação, Ron Micheli, ao jornal local Casper Star Tribune. "As diretrizes são muito tendenciosas contra o desenvolvimento dos combustíveis fósseis".

O autor da emenda, o republicano Matt Teers, criticou o currículo por "tratar o aquecimento global como ciência comprovada". "Há implicações sociais envolvidas nisso, que não são boas para Wyoming", disse.

Efeito no bolso

As diretrizes nacionais levam esse nome porque foram elaboradas por organizações científicas e especialistasunibetpoker26 Estados. Mas a decisão sobre adotar ou rejeitar, total ou parcialmente, as linhas gerais, cabe a cada unidade federativa.

O currículo foi adotado por uma dúziaunibetpokerEstados, incluindo o DistritounibetpokerColumbia. Porém, encontrou resistênciaunibetpokerlocais como Kentucky, Texas e Oklahoma, alémunibetpokerWyoming. Todos devem grande parteunibetpokersua riqueza à indústriaunibetpokercombustíveis fósseis.

Em Kentucky, o governador acabou forçando o currículo goela abaixo do Legislativo. Mas no Texas, o comitêunibetpokereducação já disse que existe "chance zero"unibetpokero currículo ser adotado. O legislativounibetpokerOklahoma aprovou uma proibição às novas diretrizes semelhante àunibetpokerWyoming.

Apesarunibetpokerabrigar uma variedadeunibetpokeráreas ambientais protegidas, como florestas e parques nacionais, entre eles Yellowstone e Grand Teton, Wyoming deve o maior quinhão daunibetpokerreceita à indústriaunibetpokercarvão.

O Estado, que tem 600 mil habitantes distribuídosunibetpokeruma área do tamanho do EstadounibetpokerSão Paulo, responde por 40%unibetpokertoda a produçãounibetpokercarvão americana, segundo a AdministraçãounibetpokerInformaçãounibetpokerEnergia (EIA,unibetpokeringlês), órgão oficial dos EUA.

Por isso, alémunibetpokerproibir a implementação das novas diretrizes científicas nacionais, o legislativo determinou a elaboraçãounibetpokerum currículo revisado que ressalte os benefícios da indústriaunibetpokercombustíveis fósseis para o Estado.

'Perplexidade'

A disputaunibetpokertorno do ensinounibetpokerciência nas escolas ilustra como a questão climática é "um tema politicamente sensível" no país, disse à BBC Brasil o professor da UniversidadeunibetpokerWyoming James Barrans, que contribuiu para a elaboração das diretrizes.

"O que me impressiona é que a questão da mudança climática é uma parte muito pequena do currículo", afirmou o professor. "A maioria das diretrizes diz respeito a princípios básicos da ciência".

Outros aspectos do currículo que têm sofrido resistênciaunibetpokeráreas religiosas ou socialmente conservadoras são a teoria da evolução, desenvolvida por Charles Darwin no século 19, e a menção à superpopulação do planeta como uma preocupação dos demógrafos.

Porém, nenhum deles tem o "elemento econômico" ligado à ciência sobre o aquecimento global, observa Barrans.

Os Estados mais poluidores já estãounibetpokerpéunibetpokerguerra com a Casa Branca, principalmente depois que a agência ambiental anunciou metasunibetpokerreduçãounibetpokercarbono para as fábricas que funcionam à baseunibetpokercarvão - matéria prima usada na geraçãounibetpoker37% da eletricidade americana, segundo a EIA.

O presidente Barack Obama é acusadounibetpokerempreender uma "guerra ao carvão" por governadoresunibetpokerEstados como Texas e West Virgínia. Republicanos no Congresso dizem que as medidas impulsionadas pelo presidente serão um "peso econômico".

"Eles só querem criar resistência a qualquer coisa que acreditem que ameace a sobrevivência das receitas do Estado com a indústria", rebate o professor da UniversidadeunibetpokerWyoming.

"Como cientista, às vezes ainda fico perplexo com esta batalha políticaunibetpokertorno da ciência do clima nos Estados Unidos. Porque a verdade científica é bem simples".

Desfecho inevitável

Chaminé usinaunibetpokercarvção
Legenda da foto, O EstadounibetpokerWyoming responde por 40%unibetpokertoda a produçãounibetpokercarvão americana

Enquanto a polêmica continua, especialistas apontam que as fábricas americanas já estão substituindo gradualmente o carvão por combustíveis que emitem menos gases causadores do efeito estufa,unibetpokerparticular o gás natural, abundante no país.

Em 2007, o carvão alimentava 50% da geraçãounibetpokereletricidade americana. O governo estima que a extração do hidrocarboneto subirá levemente até 2030 e depois disso, dependendo da legislação ambiental e dos combustíveis disponíveis, estabilizará.

Para Joseph Romm, pesquisador do Center for American Progress, uma organização liberal baseadaunibetpokerWashington, os dados sugerem que o carvão "não tem muito futuro nos EUA".

Para o especialista, os Estados estão dando murrounibetpokerpontaunibetpokerfaca ao se opor ao ensino da ciência climática nas escolas. "É uma tentativaunibetpokercontestar uma tendência no mercado e no mundo que é inevitável", opina.

Por outro lado, Romm lembra que, apesarunibetpokerterem reduzido seu consumo doméstico, os EUA continuam sendo um importante exportadorunibetpokercarvão. E que o governo Obama continua concedendo licenças para novas minasunibetpokerextraçãounibetpokercarvãounibetpokerEstados como Wyoming e Montana.

"Mesmo se diminuirmos o consumounibetpokercarvão neste país, e simplesmente o exportarmos, não estaremos fazendo nada para conter o aquecimento global. O carvão será apenas queimadounibetpokeroutro lugar", diz o ambientalista. "Para o clima do planeta não faz a menor diferença: tudo acaba na atmosfera".