#SalaSocial: Brasileiros monitoram racistas, machistas e homofóbicos na internet:betesporte pagina principal

Crédito, Twitter

  • Author, Ricardo Senra
  • Role, Da BBC Brasilbetesporte pagina principalSão Paulo

betesporte pagina principal "Todo dia tem racismo fresquinho no Twitter", assegura o criador da página "Não sou racista, mas..." João Filho, 33. "Quem gostabetesporte pagina principalpreto é chicote", "Cada dia mais pegando nojobetesporte pagina principalpreto" ou "Não tô nem aí, não gostobetesporte pagina principalpreto mesmo, ainda mais gordo" são alguns dos comentários que comprovambetesporte pagina principaltese.

João foi o primeiro brasileiro a compartilhar mensagens alheias na rede social para expor o preconceitobetesporte pagina principalseus autores. O perfil, criado meses antes do "A minha empregada" (que chegou a repercutir no exterior nesta semana), foi o pontobetesporte pagina principalpartida para o monitoramentobetesporte pagina principaloutras palavras-chave na rede -- machismo, homofobia, transfobia e preconceito contra pessoas acima do peso são alguns deles.

"Eu procuro por comentários que ouçobetesporte pagina principalforma recorrente no trabalho, no ambiente familiar, nas ruas", diz João.

Segundo ele, frases como "serviçobetesporte pagina principalpreto", "preto fede" e "neguinha favelada" são mais comuns do que se imagina e mostram que o conceitobetesporte pagina principal"preconceito velado" atribuído aos brasileiros não se confirma na internet.

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"O que mais me impressiona é a quantidadebetesporte pagina principaljovens que aparecem nas minhas buscas", afirma. "Dizer que alguém tem 'carabetesporte pagina principalempregada' está na boca da criançada."

São adolescentes entre 15 e 18 anos os principais responsáveis pelos comentários preconceituosos.

João tem um palpite: "É triste, mas não sei se é algo dessa geração. Esses comentários sempre foram comuns entre a classe média. Talvez porque jovens usem menos filtro na horabetesporte pagina principaldestilar preconceito."

Machismo

Inspirada na atitudebetesporte pagina principalJoão, a estudante Gabriella Ramos, 21, resolveu monitorar e expor machistas na rede.

"Os que mais me chocaram até hoje foram os que continham piada com estupro e violência à mulher", diz a jovem criadora do "Não sou machista".

Ela dá exemplos. "Não é estupro. É sexo-surpresa", escreveu um jovembetesporte pagina principalManaus. "Não é estupro se ela usava blusa aparecendo a barriga", afirmou um rapazbetesporte pagina principalSão Paulo. "Se vocês acham minha namorada gostosa é porque não a viram pelada. Só não estupro porque não preciso", disse outro, um brasileiro que mora na Califórnia.

Crédito, Twitter

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Diferente dos outros perfis, Gabriella costuma engatar longas discussões com seus adversários machistas.

"Não adianta se esconder atrás da liberdadebetesporte pagina principalexpressão para disseminar discursobetesporte pagina principalódio", ela explica. "O trabalhobetesporte pagina principalexposição é algo importante, é uma denúncia que nós fazemos. Choca? Incomoda? É essa a intenção."

Homo e transfobia

Com apenas 17 anos, o estudante Nicholas criou a página "Não sou transfóbico".

A dinâmica é a mesma: ele pesquisa e compartilha mensagensbetesporte pagina principalódio contra travestis e transexuais. "Comecei nessa semana depois do 'A minha empregada'. Eu vi o perfil e achei a ideia muito legal. Aí fui procurar algo do tipo sobre transfobia, porque eu sofro na pele, e nao achei nenhum", conta.

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Nicholas acredita que as pessoas tenham "menos filtro" na internet do que nas ruas.

"Como dizem algo online e acham que tem menos consequências que na vida real, todo mundo sai esculachando. Mas para mim isso não faz sentido: bizarrices ditas na internet são públicas e ficam registradas pra sempre."

Outro perfil é dedicado exclusivamente à homofobia (o ódio contra gays e lésbicas).

Com a descrição "Não sou homofóbico. Tenho até amigos gays, mas..." o perfil já publicou maisbetesporte pagina principal700 mensagens agressivas contra homossexuais.

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"As lésbicas são erotizadas por homens o tempo inteiro. Isso também é um tipobetesporte pagina principalviolência", alerta o autor.

Recentemente, ele compartilhou uma mensagembetesporte pagina principalmaio do ano passado que dizia: "É lésbica mas quer virar hétero? Estupro corretivo é a correção".

O autor respondeu, afirmando que a mensagem era antiga e que o retweet da página "Não sou homofóbico" era apenas para chamar atenção.

"Procê ver", respondeu o autor. "As m**** que são faladas na internet não se perdem com o tempo. Melhor não falar da próxima vez, né? :)"

Gordinhos

Há dois meses, o perfil "Só faz gordice" passou a monitorar um tipobetesporte pagina principalpreconceito pouco comentado no Brasil.

Ela compartilha frases como "Odeio ver gordasbetesporte pagina principallegging" ou "Se as gordas que usam roupas justas pagassem multa por poluição visual, nós já não estávamos na crise à bastante tempo".

Diferente dos outros autores, que buscam privacidade, a criadorabetesporte pagina principal"Só faz gordice" publica fotos próprias, sem medobetesporte pagina principalser feliz.

"Beijinho no ombro gordofóbicos! As banhas são MINHAS, mostro quando, se e pra quem EU QUISER!" era a legendabetesporte pagina principaluma das mais recentes.