Japoneses recorrem a adoções no exterior para driblar lei que inviabiliza adoções locais:aplicativo blaze crash

Foto: © 2012 Sayo Saruta/Human Rights Watch

Crédito, 2012 Sayo Saruta Human Rights Watch

Legenda da foto, Camasaplicativo blaze crashquartos para meninas do ensino fundamentalaplicativo blaze crashuma instituiçãoaplicativo blaze crashassistência à menoresaplicativo blaze crashIwate

"Milharesaplicativo blaze crashcrianças todos os anos precisamaplicativo blaze crashnovas famílias, mas o atual sistema coloca grandes obstáculos no caminho delas", disse.

Foi o casoaplicativo blaze crashMasashi. Quando completou 18 anos ele foi obrigado a deixar o abrigo e ficou desnorteado com o novo mundo com o qual se deparou.

"Estava animado, pois pensava que estava deixando finalmente a prisão", contou.

Foto: Ewerthon Tobace

Crédito, Ewerthon Tobace

Legenda da foto, Para Sayo Saruta, governo precisa rever sistemaaplicativo blaze crashcuidados alternativos para crianças

Em menosaplicativo blaze crashdois anos, passou por 20 diferentes empregos e chegou a morar nas ruas.

"A vida não é como um passeio tranquilo. Um dia parece que nunca termina", afirmou.

O jovem japonês é, para Sayo, um exemplo do que acontece com crianças que crescemaplicativo blaze crashinstituições e abrigos e não numa família.

A Human Rights Watch divulgou um relatório inédito sobre a situação destas crianças e apontou que o Japão comete uma das piores violações aos direitos humanos ao negar uma vidaaplicativo blaze crashfamília a essas crianças.

"Vínculos consistentesaplicativo blaze crashapego com os pais são importantes para um desenvolvimento normal do cérebro. Nós (japoneses) estamos criando crianças mentalmente atrasadas ao mantê-lasaplicativo blaze crashinstituições", explicou Sumiko Hennessy, diretora da Crossroad Social Work e professora da Universidadeaplicativo blaze crashBem-Estaraplicativo blaze crashTóquio.

Aumentoaplicativo blaze crashadoções

Em 2011, apenas 430 crianças foram adotadasaplicativo blaze crashtodo país. Mas dados do governo japonês mostram que existem cercaaplicativo blaze crash39 mil crianças vivendoaplicativo blaze crashdiferentes tiposaplicativo blaze crashinstituições no país.

"O uso exageradoaplicativo blaze crashinstituiçõesaplicativo blaze crashabrigo ao menor ao invésaplicativo blaze crashcuidados baseados na família tem feito milharesaplicativo blaze crashcrianças japonesas crescerem sem nenhum preparo para a vida independente e produtiva", afirmou Kanae Doi, diretora do escritório japonês da Human Rights Watch.

Foto: Ewerthon Tobace

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Legenda da foto, Kanae Doi critica ' institucionalização'aplicativo blaze crashcrianças abandonadas

De acordo com o relatório feito pela organização, o Japão envia para instituições cercaaplicativo blaze crash90% das crianças que foram retiradasaplicativo blaze crashsuas famílias por algum tipoaplicativo blaze crashproblema, a maioria por abuso.

"Quando encontram uma família disposta a adotar, muitas vezes os pais biológicos são contra. O sentimentoaplicativo blaze crashcompetição e o orgulho acabam condenando as crianças a viver nas instituições", disse Doi.

Soluções

Para concluir o relatório, a Human Right Watch entrevistou maisaplicativo blaze crash200 pessoas entre dezembroaplicativo blaze crash2011 e fevereiroaplicativo blaze crash2014. Baseado no estudo, encaminhou algumas sugestões para o governo japonês.

"Sugerimos, entre outras coisas, atribuir a um painel independenteaplicativo blaze crashespecialistas a decisão do que fazer com as crianças caso ela não tenha condiçõesaplicativo blaze crashretornar para o convívio com os pais biológicos. O ideal é que a adoção seja a primeira opção", disse Kanae à BBC Brasil.

Ela sugere ainda uma atenção especial para recém-nascidos e suporte, treinamento e ajuda financeira atravésaplicativo blaze crashsubsídios para pais adotivos.

O governo do Japão estipulou um objetivoaplicativo blaze crashchegar a cercaaplicativo blaze crashum terço o númeroaplicativo blaze crashcrianças que vão para o sistemaaplicativo blaze crashadoção ou para casaaplicativo blaze crashfamílias nos próximos dez anos.

Atualmente, esse número não chega a 13%. Em países desenvolvidos, a médiaaplicativo blaze crashadoção ou encaminhamento para casasaplicativo blaze crashfamílias éaplicativo blaze crash70% a 90%.

"O governo precisa revisar esse objetivo e estipular um número mais robusto e investiraplicativo blaze crashum planoaplicativo blaze crashação diferente do atual, o qual incentiva o aumento do númeroaplicativo blaze crashcriançasaplicativo blaze crashinstituições para que estas ganhem cada vez mais subsídios público", sugeriu Kanae.