Japoneses recorrem a adoções no exterior para driblar lei que inviabiliza adoções locais:betsul sports

Foto: © 2012 Sayo Saruta/Human Rights Watch

Crédito, 2012 Sayo Saruta Human Rights Watch

Legenda da foto, Camasbetsul sportsquartos para meninas do ensino fundamentalbetsul sportsuma instituiçãobetsul sportsassistência à menoresbetsul sportsIwate
  • Author, Ewerthon Tobace
  • Role, De Tóquio para a BBC Brasil

betsul sports Masashi Suzuki, 21 anos, foi abandonado pelos pais quando ainda era um bebê. Aos dois, foi parar numa instituição mantida pelo governo japonês na cidadebetsul sportsFunabashi, provínciabetsul sportsChiba, vizinha à capital japonesa.

Esperou por uma chancebetsul sportsser criado numa casa, cercadobetsul sportscarinho e proteção, porém, a burocrática legislação japonesa cerceou os sonhos do jovembetsul sportscrescerbetsul sportsuma família.

No Japão, a lei diz que, mesmo que a criança seja retirada dos cuidados dos pais biológicos, eles ainda terão a guarda sobre ela e podem decidir seu futuro.

Além disto, segundo Sayo Saruta, consultora da organização Human Rights Watch (HRW), os chamados centrosbetsul sportsorientação infantil (a autoridade administrativa local que determina o destino da criança) ainda preferem colocar as criançasbetsul sportsinstituições do quebetsul sportspermitirbetsul sportsadoção.

"Milharesbetsul sportscrianças todos os anos precisambetsul sportsnovas famílias, mas o atual sistema coloca grandes obstáculos no caminho delas", disse.

Foi o casobetsul sportsMasashi. Quando completou 18 anos ele foi obrigado a deixar o abrigo e ficou desnorteado com o novo mundo com o qual se deparou.

"Estava animado, pois pensava que estava deixando finalmente a prisão", contou.

Foto: Ewerthon Tobace

Crédito, Ewerthon Tobace

Legenda da foto, Para Sayo Saruta, governo precisa rever sistemabetsul sportscuidados alternativos para crianças

Em menosbetsul sportsdois anos, passou por 20 diferentes empregos e chegou a morar nas ruas.

"A vida não é como um passeio tranquilo. Um dia parece que nunca termina", afirmou.

O jovem japonês é, para Sayo, um exemplo do que acontece com crianças que crescembetsul sportsinstituições e abrigos e não numa família.

A Human Rights Watch divulgou um relatório inédito sobre a situação destas crianças e apontou que o Japão comete uma das piores violações aos direitos humanos ao negar uma vidabetsul sportsfamília a essas crianças.

"Vínculos consistentesbetsul sportsapego com os pais são importantes para um desenvolvimento normal do cérebro. Nós (japoneses) estamos criando crianças mentalmente atrasadas ao mantê-lasbetsul sportsinstituições", explicou Sumiko Hennessy, diretora da Crossroad Social Work e professora da Universidadebetsul sportsBem-Estarbetsul sportsTóquio.

Aumentobetsul sportsadoções

Em 2011, apenas 430 crianças foram adotadasbetsul sportstodo país. Mas dados do governo japonês mostram que existem cercabetsul sports39 mil crianças vivendobetsul sportsdiferentes tiposbetsul sportsinstituições no país.

"O uso exageradobetsul sportsinstituiçõesbetsul sportsabrigo ao menor ao invésbetsul sportscuidados baseados na família tem feito milharesbetsul sportscrianças japonesas crescerem sem nenhum preparo para a vida independente e produtiva", afirmou Kanae Doi, diretora do escritório japonês da Human Rights Watch.

Foto: Ewerthon Tobace

Crédito, Ewerthon Tobace

Legenda da foto, Kanae Doi critica ' institucionalização'betsul sportscrianças abandonadas

De acordo com o relatório feito pela organização, o Japão envia para instituições cercabetsul sports90% das crianças que foram retiradasbetsul sportssuas famílias por algum tipobetsul sportsproblema, a maioria por abuso.

"Quando encontram uma família disposta a adotar, muitas vezes os pais biológicos são contra. O sentimentobetsul sportscompetição e o orgulho acabam condenando as crianças a viver nas instituições", disse Doi.

Soluções

Para concluir o relatório, a Human Right Watch entrevistou maisbetsul sports200 pessoas entre dezembrobetsul sports2011 e fevereirobetsul sports2014. Baseado no estudo, encaminhou algumas sugestões para o governo japonês.

"Sugerimos, entre outras coisas, atribuir a um painel independentebetsul sportsespecialistas a decisão do que fazer com as crianças caso ela não tenha condiçõesbetsul sportsretornar para o convívio com os pais biológicos. O ideal é que a adoção seja a primeira opção", disse Kanae à BBC Brasil.

Ela sugere ainda uma atenção especial para recém-nascidos e suporte, treinamento e ajuda financeira atravésbetsul sportssubsídios para pais adotivos.

O governo do Japão estipulou um objetivobetsul sportschegar a cercabetsul sportsum terço o númerobetsul sportscrianças que vão para o sistemabetsul sportsadoção ou para casabetsul sportsfamílias nos próximos dez anos.

Atualmente, esse número não chega a 13%. Em países desenvolvidos, a médiabetsul sportsadoção ou encaminhamento para casasbetsul sportsfamílias ébetsul sports70% a 90%.

"O governo precisa revisar esse objetivo e estipular um número mais robusto e investirbetsul sportsum planobetsul sportsação diferente do atual, o qual incentiva o aumento do númerobetsul sportscriançasbetsul sportsinstituições para que estas ganhem cada vez mais subsídios público", sugeriu Kanae.