Podem os EUA dar exemplo na ação climática?:excluir conta f12 bet
- Author, Pablo Uchoa
- Role, Da BBC Brasilexcluir conta f12 betWashington
excluir conta f12 bet Com a divulgaçãoexcluir conta f12 betum importante relatório ambiental e uma bem orquestrada estratégiaexcluir conta f12 betmarketing, a Casa Branca botou na rua aexcluir conta f12 betrenovada agenda sobre mudança climática, que pode inclusive influenciar as negociações internacionais sobre o tema.
A estratégia incluiu um alerta feito por por meioexcluir conta f12 betum gabaritado relatório científico divulgado na terça-feira e a mobilizaçãoexcluir conta f12 betninguém menos que o próprio presidente Barack Obama posandoexcluir conta f12 betgaroto-propaganda para levantar a discussão.
Um porta-voz da organização WWF (World Wide Fund for Nature) disse à BBC Brasil que as medidas são “o indicativo mais forte do compromisso da Casa Branca com uma agenda para o clima”.
Para enfatizar a importância dela, Obama visita nesta quarta-feira áreas no Estado do Arkansas destruídas por tornados e tempestades.
O presidente passou a terça-feira dando entrevistas sobre a Avaliação Nacional sobre o Clima, um relatório científico encomendado pelo Executivo, elaborado por uma equipeexcluir conta f12 betmaisexcluir conta f12 bet300 especialistas e discutidoexcluir conta f12 betcolaborações multissetorais com a sociedade civil e empresas.
Problema ‘no presente’
O documento afirmou que os efeitos do aquecimento global já podem ser sentidosexcluir conta f12 bettodas as regiões dos Estados Unidos.
Segundo os cientistas, as temperaturas médias nos EUA aumentaram menosexcluir conta f12 bet1ºC no último século (as médias regionais variam), mas isto foi suficiente para gerar episódios climáticos extremosexcluir conta f12 betdiferentes áreas do país.
Entre estes, estão a escassezexcluir conta f12 betágua nas regiões mais secas, chuvas torrenciais nas regiões mais alagadas e a multiplicaçãoexcluir conta f12 betincêndios eexcluir conta f12 betinsetos predadoresexcluir conta f12 betáreasexcluir conta f12 betfloresta.
Nos 48 Estados contíguos do país, sete dos dez anos mais quentes da história ocorreram desde 1998. A mais alta temperatura histórica foi igualada ou superada 356 vezesexcluir conta f12 bet2012 – o ano mais quente e o segundo mais extremo da história americana.
Naquele ano, o furacão Sandy deixou prejuízosexcluir conta f12 betUS$ 65 bilhões na costa leste, ondasexcluir conta f12 betcalor causaram perdasexcluir conta f12 betUS$ 30 bilhões e a contaexcluir conta f12 betoutros episódios climáticos extremos se aproximouexcluir conta f12 betUS$ 15 bilhões, lista o documento.
“A mudança climática, antes considerada um problema para um futuro distante, agora aparece firme no presente”, afirmou o relatório.
O chefe do painel científico que elaborou a pesquisa, Jerry Mellilo, disseexcluir conta f12 betentrevista que “todos os americanos vão encontrar coisas que lhes dizem respeito neste relatório”.
“De impactos nas suas regiões a impactosexcluir conta f12 betoutras regiões que afetam o ar que respiramos e as nossas fontesexcluir conta f12 betcomida, água e energia”, exemplificou. “Todos estamos pagando os custos do calor extremo, das chuvas torrenciais eexcluir conta f12 bettemporais mais violentos na costa.”
Ação climática
O documento foi aplaudido por organizações ambientais. “É uma parteexcluir conta f12 betum conjuntoexcluir conta f12 betiniciativas que, juntas, mostram que a Casa Branca está levando a agenda climática a sério”, disse à BBC Brasil o vice-presidente da ONG WWF para a mudança climática, Lou Leonard.
O Congresso americano não ratificou o chamado Protocoloexcluir conta f12 betKyoto, que obrigou os países ricos a adotar metasexcluir conta f12 betreduçãoexcluir conta f12 betemissõesexcluir conta f12 betgasesexcluir conta f12 betefeito estufa – consideradas pelos cientistas a principal razão da mudança climática.
Porém, o governo Obama tem agido nas duas fontes que mais respondem pelas emissões americanas: o setorexcluir conta f12 betgeraçãoexcluir conta f12 beteletricidade e o setorexcluir conta f12 bettransportes (32% e 28% das emissõesexcluir conta f12 bet2012, segundo a agência ambiental americana).
No mês que vem, a agência divulgará novas regras estabelecendo parâmetros para a emissão das usinas geradorasexcluir conta f12 beteletricidade, o que na prática pode aposentar as mais poluidoras. Segundo o governo, 70% da eletricidade gerada no país queima combustíveis fósseis.
No ano passado, as regras da agência para a construçãoexcluir conta f12 betnovas usinas limitaram fortemente o nível autorizadoexcluir conta f12 betemissões, o que no futuro deve incentivar projetosexcluir conta f12 betcapturaexcluir conta f12 betcarbono para compensar a poluição.
Já no setor automotivo, as reformulações das regrasexcluir conta f12 beteficiênciaexcluir conta f12 betcombustível nos últimos cinco anos já resultaram na maior eficiência da frotaexcluir conta f12 betcarros e caminhões. Apesarexcluir conta f12 betum aumento nas distâncias percorridas, a demanda por gasolina tem ficado estável no país.
O objetivo é queexcluir conta f12 bet2025 os veículos rodem 55 milhas com um galãoexcluir conta f12 betgasolina (quase 20 quilômetros por litro).
Com essas e outras medidas,excluir conta f12 bet2012 os EUA reduziramexcluir conta f12 bet10% as suas emissõesexcluir conta f12 betrelação a 2005. A meta do governo Obama é elevar este percentual para 17%excluir conta f12 bet2020.
“Estas políticas são tão agressivas quanto muita gente gostaria? Não, mas são as políticas possíveis com base na autorização que o Congresso deu ao Executivo”, disse à BBC Brasil Brian Murray, diretorexcluir conta f12 betanálise econômica do Instituto Nicholasexcluir conta f12 betpolíticas ambientais da Duke University, na Carolina do Norte.
Sinalização para o mundo
Murray explica que o governo Obama tem usado poderes executivos para regulamentar a questão através da chamada Lei do Ar Limpo (do original Clean Air Act). O problema é que a legislação regulamenta a questão setor por setor, “o que às vezes gera lentidão”, explica Murray.
Porém, a chanceexcluir conta f12 beto governo aprovar no Congresso uma legislação que permita mudanças mais rápidas é considerada nula por especialistas. Muitos congressistas inclusive acusam Obamaexcluir conta f12 betpromover uma “guerra contra o carvão”.
“A Casa Branca não tem nenhuma boa razão política para fazer isso agora. A questão toda é um campo minado”, diz Lou Leonard, da WWF.
Analistas acham que Obama quer deixar um legadoexcluir conta f12 betuma área na qual pode legislar, ainda queexcluir conta f12 betforma limitada, sem passar pelo Congresso.
Outra parte da explicação estariaexcluir conta f12 betum desejo do presidenteexcluir conta f12 betcolocar o país na liderança global da ação climática, uma postura diferente da adotada pelo governo republicanoexcluir conta f12 betGeorge W. Bush, que rejeitou os compromissos do Protocoloexcluir conta f12 betKyoto.
Duas reuniões internacionais cruciais sobre o clima estão previstas para o fim deste ano e do próximo (em Lima e Paris, respectivamente). Espera-se um acordo históricoexcluir conta f12 bet2015 para substituir Kyoto.
Uma posição firme dos EUA não só teria repercussões sobre o clima do planeta – os EUA e a China são os principais emissoresexcluir conta f12 betgases estufa do mundo – como poderia forçar outros países a adotar posições igualmente fortes.
“Os países estão olhando uns para os outros, e principalmente para os EUA e a China, para ver o que vai ser colocado na mesaexcluir conta f12 betnegociações”, diz Leonard.
Ele diz que a Casa Branca está “em uma posição difícil”, porque sem apoio do Congresso não poderá apresentar uma meta numérica mais ambiciosaexcluir conta f12 betredução das emissões.
“Por outro lado, estar no bom caminho quanto à reduçãoexcluir conta f12 betcarbono é a única maneiraexcluir conta f12 betcobrar dos outros países esforços maiores no mesmo sentido.”