Brasil vive 'crisecbet supportimagem' às vésperas da Copa:cbet support

Reprodução da revista Spiegel
Legenda da foto, Capa da Spiegel da semana passada fala sobre 'Morte e Jogos' no Brasil
  • Author, Ruth Costas
  • Role, Da BBC Brasilcbet supportSão Paulo

cbet support Para quem acompanha o que acontece no Brasil pela imprensa internacional, a sensação dos últimos meses pode ser acbet supportque a sorte conspira contra o país às vésperas da Copa do Mundo.

Seriacbet supportse esperar que as notícias sobre os atrasos nas obras do Mundial ou os protestos anti-Copa fossem rodar o globo, mas recentemente tornou-se comum ler nos jornaiscbet supportLondres, Madri ou Nova York sobre mazelas brasileiras que antes passariam desapercebidas aos olhos estrangeiros –cbet supportconflitos nas favelas do Rio ao surtocbet supportdengue no Nordeste; das denúnciascbet supportobras superfaturadas nos rincões do país ao riscocbet supportfalta d'águacbet supportSão Paulo.Dez matérias ilustram cobertura 'negativa' sobre Brasil

"Agora quase todos os dias tem matéria sobre o Brasil nos jornais daqui – e realmente chama a atenção o fatocbet supporta grande maioria delas ser negativa", diz Daniel Buarque, jornalista e autor do livro Brazil, um país do presente: A imagem internacional do "país do futuro" (Ed. Alameda), que está na Grã-Bretanha pesquisando sobre a cobertura internacional da Copa.

Recentemente, o Financial Times comparou a presidente Dilma Rousseff ao grupocbet supportcomediantes irmãos Marx; a revista Economist sugeriu que o problema da faltacbet supportcrescimento da produtividade no Brasil teria causas culturais e o New York Times (NYT) destacou a grande quantidadecbet supportobras abandonadas e superfaturadas no país.

Fora do campo econômico, o espanhol El País anunciou que o Brasil estaria vivendo uma "crisecbet supportsegurança" e o tabloide britânico Daily Mirror definiu Manaus como "um buraco dos infernos tomado pelo crime".

Certamente, também há exemploscbet supportreportagens positivas, mas é difícil ignorar que o tom geral da cobertura está mais desfavorável ao Brasil, da mesma forma que há apenas três anos o entusiasmo com o país era evidente.

'Perdeu a chance'

Estadio (Foto AFP)

Crédito, AFP

Legenda da foto, Atrasos nas obras da Copa viraram manchetecbet supporttodo o globo

Para Simon Anholt, especialistacbet supportimagem-país que faz um ranking das nações mais populares do mundo, o Brasil perdeu a chancecbet supportaproveitar os holofotes da Copa para projetar seriedade e competência, fortalecendocbet supportreputação na área econômica.

"Ao que tudo indica, o país não conseguiu agarrar essa oportunidade e deve continuar a ser o país da festa, carnaval e futebol. Um país que as pessoas veem com simpatia, mas que ninguém leva muito a sério", diz Anholt, informando que a pontuação do Brasil emcbet supportpesquisa caiucbet support2013 pelo segundo ano consecutivo,cbet support57,86, para 57,67 (de um totalcbet support70 pontos).

"É claro que fatos negativos viram notícia, antescbet supporttudo, porque fatos negativos estão acontecendo - ecbet supportum momentocbet supportque muitos jornalistas foram deslocados para o Brasil para cobrir a Copa", diz Buarque.

Ele nota, porém, que, há alguns anos, quando o tom da cobertura sobre o Brasil era "quase eufórico", os problemas estruturais do país eram os mesmos.

"Os jornais e TVs oferecem a seu público uma história simples, não uma realidade complexa e multifacetada, o que pode levar a exageros", afirma Peter Hakim, especialistacbet supportassuntos latino-americanos do Inter-American Dialogue.

"As pessoas querem saber se a situação está melhorando ou piorandocbet supportdeterminado país e no Brasil há algum tempo temos uma tendência geralcbet supportdeterioração do cenário econômico e político."

Segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil, a grande quantidadecbet supportnotícias negativas sobre o país deve-se a uma combinaçãocbet supportpelo menos quatro fatores, listados abaixo.

Quatro razões da 'negatividade' da imprensa

Longo Prazo

E qual impacto a cobertura internacional da Copa pode ter na imagem do país no longo prazo?

O governo tem defendido que todo esse clima negativo se reverterá quando os jogos começarem e o Brasil finalmente explodircbet supportuma grande festa.

Também diz que o torneio ajudará a promover o país no exterior, contribuindo para atrair turistas e investidores no longo prazo.

As opiniões dos analistas se dividem.

Para Anholt, não há garantiascbet supportque um evento esportivo desse tipo possa melhorar a imagem externacbet supportum país.

"Pode acontecer inclusive o contrário: a África do Sul, por exemplo, vinha melhorando progressivamentecbet supportposiçãocbet supportnosso ranking (da popularidade dos países) depois do apartheid, mas a Copacbet support2010 fez os sul-africanos retrocederem esses avançoscbet supportdois anos", conta.

"Em muitos lugares não se tem ideia da real extensão do problema da desigualdade no Brasil, por exemplo – e se ela for escancarada pela imprensa internacional podemos ter um impacto negativo na imagem do país", acredita Anholt.

Protesto anti-Copa (Foto AP)

Crédito, AP

Legenda da foto, Protestos contra a Copa teriam ajudado e minar entusiasmo pelo evento

Mais otimista, Anthony Pereira, diretor do programacbet supportestudos brasileiros do King's College London, acredita que a cobertura "excessivamente" pessimista às vésperas do torneio pode fazer com que seja mais fácil para o Brasil chegar a um resultado considerado razoável.

"Essa negatividade ajuda a reduzir as expectativas,cbet supportforma que se nenhum incidente grave ocorrer, isso já será visto como um sucesso", diz ele.

Para Marcos Troyjo, da Universidadecbet supportColumbia, a possibilidadecbet supportque haja um estrago significativo nas percepçõescbet supportinvestidores estrangeiros sobre o Brasil é pequena.

"A Copa realmente pode acabar mostrando que o país ainda tem enormes deficiências na áreacbet supportinfraestrutura, por exemplo, mas às vezes tais carências também são percebidas como oportunidadescbet supportnegócios."

"Entre os altos e baixos da cobertura, acho que ao menos podemos dizer que as pessoas tendem a estar um pouco mais informadas sobre o Brasil no exteriorcbet supportfunção dessa exposição", acredita Daniel Buarque.