Dez anos depois, autoriachat ao vivo sportingbetatentadochat ao vivo sportingbetMadri ainda tem mistérios:chat ao vivo sportingbet
- Author, Fernando Kallás
- Role, De Madri, para a BBC Brasil
chat ao vivo sportingbet A Jawal Mundo Telecom era uma das centenaschat ao vivo sportingbetlojaschat ao vivo sportingbettelefonia do bairrochat ao vivo sportingbetLavapiés, o mais multiculturalchat ao vivo sportingbetMadri. Desta loja, na rua Tribulete, número 17, onde dezenaschat ao vivo sportingbetimigrantes iam comprar cartões internacionais ou ligar para familiareschat ao vivo sportingbetseus paíseschat ao vivo sportingbetorigem, saíram os celulares usados para detonar as 13 bombaschat ao vivo sportingbetquatro trens que chegavam à capital espanhola, matando 191 pessoas e deixando 1.824 feridos, no dia 11chat ao vivo sportingbetmarçochat ao vivo sportingbet2004.
Nesta terça-feira, completam-se dez anos do massacre que ficou conhecido como 11-M, o maior atentado da história da Europa. E, ainda hoje, os traumas daquela manhã continuam vivos na memória das vítimas, muitas ainda à esperachat ao vivo sportingbetuma justiça que acreditam não ter sido feita.
Apesarchat ao vivo sportingbeto ataque ter sido reivindicadochat ao vivo sportingbetum vídeo, dois dias depois, por um homem que se disse ser da Al-Qaeda, as investigações das autoridades espanhola não puderam comprovar quem esteve por trás do atentado.
"A sensação échat ao vivo sportingbetimpunidade e impotência, triste e revoltante, já não tenho lágrimas para chorar", desabafa, emocionada, Pilar Manjón, presidente da Associação 11-M Afetados pelo Terrorismo. Ela perdeu o filho Daniel,chat ao vivo sportingbet20 anos, que estava a caminho da faculdade naquela fatídica manhã.
Na segunda-feira, ela foi um dos 365 familiares e vítimas do atentado presentes a uma cerimôniachat ao vivo sportingbethomenagem a todos aqueles que perderam a vida ou foram feridos pelas explosões.
'Um bom rapaz'
É invernochat ao vivo sportingbetMadri, mas a manhã ensolarada e a temperatura agradável dão a impressãochat ao vivo sportingbetque já é primavera e as ruas estão cheiaschat ao vivo sportingbetLavapiés.
Gentechat ao vivo sportingbetdistintas etnias e procedências colorem as alamedas, onde se escutam principalmente o árabe com sotaque marroquino e o francês mesclado com idiomas africanos. Até dez anos atrás, um deles era o marroquino Jamal Zougam, dono da lojachat ao vivo sportingbettelefonia e condenado a 42.922 anoschat ao vivo sportingbetprisão por ser uma das pessoas que executaram o atentado.
"Ainda não acredito que foi ele, era um bom rapaz, simpático e amável, difícilchat ao vivo sportingbetacreditar", conta Samir, o único dos comerciantes da rua que aceitou falar com a reportagem da BBC Brasil. Um marroquinochat ao vivo sportingbetaproximadamente 50 anos e que tem uma lojachat ao vivo sportingbetprodutoschat ao vivo sportingbetalimentação a um quarteirãochat ao vivo sportingbetonde ficava achat ao vivo sportingbetseu conterrâneo.
Depois da prisãochat ao vivo sportingbetZougam, poucos dias após a tragédia, a loja - que foi um dos principais pontoschat ao vivo sportingbetencontro dos extremistas que levaram a cabo as explosões - mudouchat ao vivo sportingbetnome echat ao vivo sportingbetdono, hoje está fechada e passa despercebida por quem caminha pela rua.
Segundo a sentença do Supremo Tribunal espanhol,chat ao vivo sportingbetoutubrochat ao vivo sportingbet2007, Zougam é um dos nove terroristas que colocaram as bombas nos trens, mas o único que está preso. Sete deles morreram três semanas depois do atentado, no dia 3chat ao vivo sportingbetabrilchat ao vivo sportingbet2004, quando esconderijo deles na cidadechat ao vivo sportingbetLeganés, subúrbiochat ao vivo sportingbetMadri, foi descoberto pela polícia espanhola. Depoischat ao vivo sportingbethoraschat ao vivo sportingbetcombate, os radicais, acuados, se imolaram, matando um policial e destruindo a maioria das provas sobre o crime. O nono seria um homem que conseguiu escapar do apartamento antes da chegada da polícia e cujo paradeiro e identidade ainda seguem desconhecidos.
Outras 12 pessoas foram condenadas por envolvimento com o atentado, mas a investigação foi incapazchat ao vivo sportingbetencontrar os autores intelectuais do massacre. Cinco deles, condenados por ajudar a fornecer os explosivos ao grupo, já estãochat ao vivo sportingbetliberdade. No próximo domingo, dia 16chat ao vivo sportingbetmarço, Rafá Zouhier será o sexto, depoischat ao vivo sportingbetcumprir a penachat ao vivo sportingbetdez anos. Nos próximos quatro anos, outros cinco dos envolvidos também deixarão a prisão. Notícias que,chat ao vivo sportingbetuma semanachat ao vivo sportingbetatoschat ao vivo sportingbethomenagem e lembrança das vítimas, enchem os familiareschat ao vivo sportingbetindignação.
"Espero que ele saia da prisão e pegue um avião direto para Marrocos, não queremos assassinos como elechat ao vivo sportingbetnossa sociedade", desabafa Pilar Manjón, visivelmente emocionada, anteschat ao vivo sportingbetabraçar a uma das vítimas, uma jovemchat ao vivo sportingbetcadeirachat ao vivo sportingbetrodas.
No mesmo vagãochat ao vivo sportingbetDaniel, filhochat ao vivo sportingbetPilar, estava Apolonio Mergar, 52 anos, um dos poucos sobreviventes da zonachat ao vivo sportingbetimpacto. Um senhorchat ao vivo sportingbetcabelos grisalhos, barba por fazer e voz rouca. Suas mãos ainda tremem, enquanto segura um cigarro e tenta recordar as poucas lembranças do trajeto que, até hoje, segue fazendochat ao vivo sportingbetsua casa, na cidadechat ao vivo sportingbetAlcaláchat ao vivo sportingbetHenares, ao trabalho, no centrochat ao vivo sportingbetMadri.
Mergar se lembra apenaschat ao vivo sportingbetdeixar a casa dele, entrar no primeiro vagão do trem, abrir o jornal e acordar num leito do Hospital La Princesa. Ficou surdo do ouvido esquerdo e perdeu o paladar.
"Pra mim, a justiça não foi feita. Não me contento com algumas prisõeschat ao vivo sportingbetalgumas pessoas que estavam apenas envolvidas. Não consigo acreditar que não se saiba mais sobre quem foi o cabeça da trama, os peixes grandes. E, para piorar, eu nunca recebi sequer um telefonema nesses 10 anoschat ao vivo sportingbetalguma autoridade para saber como estava. É indignante", afirma Mergar, com voz trêmula e lágrimas nos olhos.
Mas nem todas as vítimas guardam rancor, muitas tentam deixar para trás o trauma vivido naquele dia, mesmo sendo lembradas diariamente das sequelas ao olhar no espelho. Lucía Díaz,chat ao vivo sportingbet52 anos, passou por 20 cirurgias para tentar reconstruir seu rosto, desfigurado no atentado, ocorrido quando ia trabalhar naquela manhãchat ao vivo sportingbet11chat ao vivo sportingbetmarço. Teve perdachat ao vivo sportingbetmassa encefálica, o nariz destruído, perdeu a visão no olho direito, e ainda sente dores na face.
"Sou grata por estar viva e poder desfrutar desses últimos dez anos echat ao vivo sportingbettoda a vida que ainda tenho pela frente", diz, sorrindo, Lucía, que passou quase um mês na UTI do Hospital Ramón y Cajal. Não se lembrachat ao vivo sportingbetnada que aconteceu. "Não sei se houve justiça ou não. Não me importa. O que eu quero é ser feliz e aproveitar essa segunda chancechat ao vivo sportingbetviver que ganheichat ao vivo sportingbetpresente."