Para cidade italiana na fronteira, restrição suíça à imigração é 'bomba-relógio':jogos legais online
O prefeito da cidade, Giuseppe Farina, não esconde a preocupação.
"Nossa economia depende, fundamentalmente, dos 'frontalieri' (italianos que cruzam a fronteira para trabalhar). São pessoas que investiram emjogos legais onlinemão-de-obra, no seu trabalho, também para o benefício da Suíça, ocupando empregos que eles deixaram vagos", dissejogos legais onlineentrevista à BBC Brasil.
'Cordão umbilical'
A economia da italiana Valsolda está ligada à da suíça Lugano como por meiojogos legais onlineum cordão umbilical. As contas do município - considerado o mais pobre da Itália, segundo o ministério do Tesouro - já sofrem porque os moradores pagam o impostojogos legais onlinerenda na fonte, ou seja, na Suíça. Ao mesmo tempo, eles usufruem do serviços públicos italianos, como o hospital e a escola dos filhos, por exemplo.
O equilíbrio precário é alcançado porque os governos da Suíça e da Itália possuem um tratado pelo qual 38% dos impostos pagos pelos "frontalieri" no lado suíço são estornados e voltam aos cofres italianos. Ao final, o município mais pobre da Itália tem um dos padrões mais altosjogos legais onlinevida, paradoxalmente.
A questão se repete,jogos legais onlinediferentes níveis,jogos legais onlinetodas as cidades próximas da fronteira. São 50 municípios desta região italiana, ao redor do lagojogos legais onlineComo, vizinha ao Cantão Ticino, na Suíça. Em boa parte, as economias dessas cidades são irrigadas pela renda produzida por seus moradores no outro lado da fronteira.
Em Valsolda, a filajogos legais onlinecarros é grande pela manhã na SS 340, a estreita rodovia que leva até Lugano. As duas cidades estão separadas por apenas apenas dez quilômetrosjogos legais onlinedistância e dois túneis.
Os ônibus também cruzam a fronteira cheiosjogos legais onlineempregadosjogos legais onlinebancos,jogos legais onlinerestaurantes ejogos legais onlinelojas suíças. Eles sobem ao longo das paradas pelo caminho sinuoso, ao redor dos lagosjogos legais onlineComo e Ceresio.
O êxodo urbano acontece todos os dias. Tanto que, no horário comercial, as janelas da italiana Valsolda permanecem fechadas e as vielas, desertas.
Eldorado
Com cercajogos legais onlinecem bancos, Lugano é uma espéciejogos legais onlineporto seguro para a sonegação fiscal italiana, um problema crônico e diplomático entre os dois países. Ali se registrou um crescimentojogos legais online75%jogos legais onlinetrabalhadores "frontalieri" nos últimos 12 anos.
Os italianos correm sempre para lá quando a situação dentrojogos legais onlinecasa piora. Foi assim no período posterior à Segunda Guerra, no século passado, e agora.
Juntos, os "frontalieri" já formam um exércitojogos legais online62 mil pessoas no lado suíço, beneficiadas pelo tratadojogos legais onlinelivre circulação assinado pela Suíça com a União Europeia,jogos legais onlinepleno vigor desde 2012.
"Nos últimos dois anos tivemos um aumentojogos legais online5 mil a 6 mil 'frontalieri' e isso acarretou uma dificuldade na circulação, pois as estradas são antigas e não dão vazão ao volume do tráfego italiano. E eis um dos motivos para o 'sim' do referendo", disse para a BBC Brasil Osvaldo Carlo, do sindicato dos "frontalieri" na região do lagojogos legais onlineComo.
"Mesmo sendo o italiano um profissional respeitado, ele acaba pagando o preçojogos legais onlineum problema que é mais urbano e político do que qualquer outra coisa. Não é xenofobia”
Em território suíço, muitos italianos exercem atividades humildes que os suíços deixaramjogos legais onlinefazerjogos legais onlineseu próprio país, relegando-as porjogos legais onlinevez aos imigrantes, como a profissãojogos legais onlinecuidadora.
"Trabalho na casajogos legais onlineuma idosa,jogos legais onlineLugano. Faço este trabalho porque ganho bem, aqui", contou a italiana Paola Soiari, enquanto descia do ônibus, no ponto final, na praça centraljogos legais onlineLugano.
Mas os "frontalieri" também ocupam vagasjogos legais onlineuniversidades e empresas, muitas delas italianas - 2,6 mil no total- que, recentemente, abriram filiais ou se transferiram para o outro lado dos Alpes. Chegaramjogos legais onlinebuscajogos legais onlinemelhores condiçõesjogos legais onlineinvestimentos e incentivos fiscais, alémjogos legais onlineuma burocracia simples, uma miragem na Itália.
Concorrência desleal
A imigração é uma saídajogos legais onlineemergência . Os italianos fogem da crise, com uma taxajogos legais onlinedesempregojogos legais onlinetornojogos legais online12,7%, segundo estatísticas oficiais, contra 4% na Suíça. O país vizinho é visto como um "Eldorado" encravado entre as montanhas.
Os salários são,jogos legais onlinemédia, três vezes superiores aos equivalente italianos, além da pressão fiscal ser menor, 20% contra 40% na Itália. "E esta também é uma questão central pois muitos italianos, sem emprego, se sujeitam a baixos salários", reconhece Osvaldo Carlo à BBC Brasil.
"Com a crise, um eletricista aqui se sujeita a ganhar cercajogos legais online10 euros por hora, enquanto que na Suíça este valor cobrado é 17, 18 euros. Com 13 euros, ele fica satisfeito. Com razão, os suíços se lamentam da concorrência desleal"
A concorrência salarial "pode explicar,jogos legais onlineparte, a razão pela qual 68% dos eleitores do Ticino disseram 'sim' ao plebiscito popular. Com a crise, os italianos estão dispostos a trabalhar mais por menos.
Críticas
Segundo as estatísticas oficiais, 25% do mercadojogos legais onlinetrabalho – principalmente no setorjogos legais onlineserviços- estão nas mãosjogos legais onlineestrangeiros, italianos emjogos legais onlinemaioria.
Por isso, como prevenção, as autoridades locais já estabeleceram um salário mínimo para 9 categorias profissionais e a fiscalização está mais rigorosa.
A Suíça tem 8 milhõesjogos legais onlinehabitantes e possui 1,8 milhãojogos legais onlineresidentes estrangeiros (dadosjogos legais onlineabriljogos legais online2013), liderados por 291 mil italianos, 284 mil alemães, 238 mil portugueses e 104 mil franceses.
A estes somam-se os "frontalieri": 143 mil franceses, 62 mil italianos, 56 mil alemães, e apenas 8.100 austríacos.
O plebiscito obriga a Suíça a rever os acordos bilaterais entre o país e a União Europeia, que já criticou o resultado.
O prefeitojogos legais onlineValsolda aposta no bom senso das autoridades e parlamentaresjogos legais onlineBerna: "Acho que a Suíça não pode fazer por menos, porque precisa destes trabalhadores", argumentou.