'É triste ainda estarmos falando sobre isso', diz atorcbet ggbeijo gay pioneiro na TV:cbet gg
- Author, Camilla Costa
- Role, Da BBC Brasilcbet ggSão Paulo
cbet gg Os atores Daniel Barcelos e Rai Alves, que protagonizaram um beijo gay pioneiro na TV brasileiracbet gg1990cbet gguma minissérie da TV Manchete, dizem ter ficado decepcionados com a reaçãocbet ggparte do público ao beijo entre os personagens Félix e Niko da novela Amor à Vida cbet gg .
Segundo Alves, a cena da novela da Globo, que acontece cercacbet gg24 anos após o beijocbet ggseu personagem, respondeu à pressão da sociedade. "A Globo não fez issocbet ggbobeira. O mercado impôs, a sociedade impôs".
"É muito triste num país como esse, com uma diversidade tão grande, ainda estarmos falando sobre isso como algo curioso. Pessoas são pessoas. Não fomos educados para conviver com as diferenças, este é o problema", disse à BBC Brasil.
"Acho uma perdacbet ggtempo discutirmos a homossexualidade. Temos que discutir, sim, o combate à homofobia."
Para Daniel Barcelos, chamou atenção o "radicalismo"cbet ggmuitos comentárioscbet ggportaiscbet ggnotícias e redes sociais. "Fiquei chocado com alguns comentários ultra-religiosos, que falavam como se aquilo fosse coisa do demônio."
Na série Mãecbet ggSanto, que relacionava os orixáscbet ggreligiões afro-brasileiras com histórias do cotidiano, os personagenscbet ggBarcelos e Alves se apaixonaram e viveram um romance.
De acordo com Barcelos, a cena do beijo foi surpreendente também para os atores, que só foram avisados que ela aconteceria na hora da gravação.
"Não teve nenhuma preparação emocional, foi no impacto", disse o ator à BBC Brasil.
O ator diz, no entanto, que a cena não teve grande repercussão na época - a minissérie era exibida às 22h30 e teve baixa audiência.
"A repercussão foi maior para mim mesmo, porque sabia que tinha feito uma cena que era importante", recorda.
"Sempre achei que aquilo era um passo à frente, na época. Eram dois tabus, porque também era um beijo interracial."
Piadas nas ruas
Apesar da pouca atenção que o episódio recebeu, Barcelos diz que se orgulha do trabalho. A história mostrava não só o beijo, como o relacionamento do casal até a mortecbet ggum deles.
"Na história, fazia sentido (o beijo). O (personagem) Rafael não era feliz no casamento dele e foi buscar a felicidade, o encantamento", diz.
Rai Alves, que interpretava Lúcio, lembra que chegou a sofrer preconceitocbet ggSalvador, onde se passava a minissérie, na época.
"Não recebi ameaças, mas ouvi piadinhas. Também por ser negrocbet gguma sociedade preconceituosa como a nossa", disse à BBC Brasil.
"Ouvi comentários do tipo 'alémcbet ggnegro, é viado'. Isso refletia a cabeça das pessoas naquele instante. Hoje, o discurso é outro. Dizem: 'É viado, mas longecbet ggmim tudo bem'."
Requisitados após a exibição do beijo gay na Globo, os dois atores acabaram retomando o contato pelo Facebook e trocaram impressões sobre a época.
"Sabíamos do que a história se tratava, mas não sabíamos do desfecho", relembra Alves.
"O bom da direção foi que a cena tinha uma coisa muito romântica, lírica. E a sombra que aparece é o truque. Nos aproximamos muito, mas foi uma espéciecbet ggselinho. O diretor pediu que não caíssemos no território do vulgar."
O beijo entre os personagenscbet ggBarcelos e Alves pode ser considerado o primeiro beijocbet ggum casal homossexual na TV aberta brasileira.
Antes deles,cbet gg1963, duas atrizes teriam se beijadocbet ggCalúnia, um teleteatro da TV Tupicbet ggSão Paulo, mas não há registro da cena.
Em 1985, na novela Um Sonho a Mais, da Globo, os atores Ney Latorraca e Carlos Kroeber trocam um "selinho". No entanto, o personagemcbet ggNey Latorraca está travestidocbet ggmulher, assumindo a identidade da secretária Anabela.