Tim Vickery: Como o Brasil não se preparou para a Copapixbet26511 anos:pixbet265
Um poucopixbet265história: Blatter tentou levar a Copa do Mundopixbet2652006 para a África do Sul, mas ele perdeu uma votação controversa no Comitê Executivo da Fifa. Por razões políticas, ele não poderia fracassarpixbet265novo quatro anos depois. Por isso, junto com Danny Jordaan (presidente da Confederação Sul-Africanapixbet265Futebol), ele sugeriu a ideiapixbet265revezar o torneio entre os cinco continentes. Em 2010, ele conseguiu decretar: seria a vez da África. Problema resolvido.
E para onde a Copa do Mundo iria depois? A América do Sul, que não recebia o Mundial desde 1978, era o candidato óvio. Então,pixbet265marçopixbet2652003, Joseph Blatter anunciou quepixbet2652014 seria a vez do subcontinente. O torneio havia dobradopixbet265tamanho desde a Copa da Argentina,pixbet2651978. Quantos países no continente seriam capazespixbet265sediar um Mundial com os 32 times que jogam atualmente? Na realidade, havia apenas um - e assim, alguns dias após o anúnciopixbet265Blatter, a Conmebol (Confederação Sul-Americanapixbet265Futebol) declarou que o Brasil era o seu único candidato.
(É verdade que a Colômbia rapidamente rompeu com a Confederação e até lançou uma candidatura separada, mas nunca chegou a alimentar sérias esperanças. Ela estava apenas se protegendo contra a vizinha e rival Venezuela, que estava investindo pesadopixbet265estádios à época para sediar a Copa Américapixbet2652007. O real objetivo da Colômbia – que foi alcançado – era superar a Venezuela na disputa para sediar o Mundial Sub-20pixbet2652011).
Mas não dá para escapar da verdade: o Brasil sabia que iria sediar a Copa do Mundopixbet2652014 desde marçopixbet2652003. Não havia nenhuma tensão dramática quando, quatro anos e meio depois, a palavra "Brazil" saiu do envelope. Isso simplesmente confirmou o que todos já sabiam. Então por que outubropixbet2652007 foi tratado, não apenas pela mídia brasileira, como o pontopixbet265partida?
Se tivesse havido uma disputa competitiva pela Copapixbet2652014, os países candidatos teriam que apresentar propostas. Uma das primeiras coisas que eles teriam quem fazer seria identificar as cidades-sede. Seria um princípio básico, necessário apenas para entrar na briga.
Mas nenhum outro país estava na briga com o Brasil. A disciplina da competição, então, acabou não existindo e abriu espaço para alguns velhos vícios brasileiros; muita politicagem nos bastidores, muita esperteza e pouco progresso. De fato, a consequência da experiência brasileira foi o fim da ideiapixbet265revezamentopixbet265continentes para sediar a Copa do Mundo.
Nenhuma decisão definitiva sobre as cidades-sede foi tomada até o fimpixbet265maiopixbet2652009. Anos foram jogados fora. E uma vez que você fica atrás do relógio, os princípios básicos começam a valer; o custo do que você pode fazer aumenta. A escala do que você pode fazer diminui. E muitos estádios estão atrasados, com o orçamento estourado, enquanto inúmeros projetospixbet265mobilidade urbana, a principal área que iria beneficiar realmente a sociedade, ainda não saíram do papel ou sequer têm chancespixbet265ficarem prontas a tempo.
Os estádios são bastante impressionantes. Aindapixbet2652007, o medo era que eles se tornassem Engenhões, versões maiores do estádio construído no Riopixbet265Janeiro para os Jogos Pan-Americanospixbet2652007 que custou caro e nasceu obsoleto. Em vez disso, deixandopixbet265lado por um minuto a questão dos preços dos ingressos, os estádios são grandiosamente modernos. Eu não voltei lá depois da Copa das Confederações, mas achei a Fonte Nova,pixbet265Salvador, um lugar maravilhoso para se apreciar o futebol.
Em termos políticos, porém, o fatopixbet265os estádios serem impressionantes cria um problema. Isso ficou implícito – epixbet265muitas vezes explícito – na mensagem dos protestos que estourarampixbet265junho e julho do ano passado; se os estados brasileiros foram capazespixbet265construir essas arenas, então por que seriam incapazespixbet265entregar os serviços públicos no chamado "padrão Fifa"?
O pentacampeãopixbet2652002, Rivaldo, disse outro dia que "o Brasil vai passar vergonha na Copa". Não vejo exatamente assim, embora imagino que haverá problemas e que já ficou claro que o evento não vai cumprir seu potencial para a sociedade brasileira.
Mas a "vergonha" épixbet265quem? Do frentista ou da recepcionista que moram na periferiapixbet265uma grande cidade, acordando às 4 da manhã todo dia para chegar ao trabalho? Por que eles deveriam se sentir envergonhados? Eles não tiveram qualquer participação no processo. Não houve nenhum debate público no Brasil sobre os objetivos da Copa do Mundo, sobre quanto a sociedade estava disposta a gastar e o que queriapixbet265troca. Por anos, não havia sequer um lugar no Comitê Organizador Local para representantes eleitores pela sociedade (o que, por sinal, é um contraste gritante com a Copa da África do Sul, onde havia um envolvimento generalizado no governo). As pessoas não são porta-vozes das suas nações ou responsáveis por ações da classe dominante.
Infelizmente, todos os atrasos que afetaram a Copa do Mundopixbet2652014 eram previsíveis. O que não era nem um pouco previsível foi a reação do povo durante a Copa das Confederações, saindo às ruaspixbet265centenas, milhares, desafiando a noção que os brasileiros tinham – tinham, no passado – deles mesmospixbet265ser um povo tão passivo a pontopixbet265ser idiota.
O país estava mudando bempixbet265frente aos nossos olhos. O Brasil que existia até maiopixbet2652013 se foi para sempre. Ainda não está claro aonde isso vai nos levarpixbet265julhopixbet2652014. Mas aqueles envolvidos na luta positiva para formar uma nova nação não estão passando vergonha. Estão passando para o mundo a visãopixbet265um Brasil alternativo, um Brasil mais justo e mais competente.