Peixes possuem mecanismo genético 'desligado' para ter dedos, diz estudo:telegram aposta ganha

Peixe-zebra (SPL)

Crédito, BBC World Service

Legenda da foto, Cientistas usaram o peixe paulistinha, ou peixe-zebra, para estudo
  • Author, Melissa Hogenboom
  • Role, Repórtertelegram aposta ganhaCiência, da BBC News

telegram aposta ganha Um estudotelegram aposta ganhapesquisadores da Universidadetelegram aposta ganhaGenebra, na Suíça, sugere que peixes possuem o dispositivo genético para ter dedos, mas que este dispositivo está "desligado".

A pesquisa, publicada na revista especializada Plos Biology, esclarece como alguns peixes evoluíramtelegram aposta ganhaanimais terrestres há milhõestelegram aposta ganhaanos.

Os cientistas afirmaram que, para que os peixes fizessem a transição da água para a terra, uma arquiteturatelegram aposta ganhaDNA já existente teve que ser "sequestrada" para que os dedos fossem criados.

Já se sabia que os genes para a formaçãotelegram aposta ganhamembros eram encontradostelegram aposta ganhapeixes, mas ainda não se sabia como eles evoluíram para a formaçãotelegram aposta ganhadedos.

Os cientistas usaram o peixe-zebra, também conhecido como paulistinha, como modelo.

Joos Woltering, que liderou a pesquisa, afirmou que estava interessado na "antiga questão evolucionária: como os membros se desenvolveram a partir das barbatanastelegram aposta ganhapeixes ancestrais?"

Para responder a esta pergunta, Woltering e a equipe analisaram a genéticatelegram aposta ganhauma barbatana e o desenvolvimentotelegram aposta ganhamembros no peixe-zebra etelegram aposta ganhacamundongos.

O cientista suíço estava particularmente interessado na divisão entre mão (ou dedos) e braço que não existetelegram aposta ganhabarbatanastelegram aposta ganhapeixes e é "considerada uma das maiores inovações morfológicas durante a transiçãotelegram aposta ganhabarbatana para membros".

Genes 'arquitetos'

Os tetrápodes, as primeiras criaturas quadrúpedes que caminharam pela Terra, evoluíram saindo da água há cercatelegram aposta ganha380 milhõestelegram aposta ganhaanostelegram aposta ganhauma era conhecida como Período Devoniano, com frequência chamadotelegram aposta ganha"a era do peixe".

Peixes e animais terrestres têm conjuntostelegram aposta ganhagenes chamados HoxA e HoxD e sabe-se que ambos são essenciais no desenvolvimentotelegram aposta ganhabarbatanas e membros.

Estes genes Hox são, algumas vezes, chamadostelegram aposta ganha"genes arquitetos", pois eles estão envolvidos na criaçãotelegram aposta ganhamuitas das estruturas físicas que um animal tem.

No entanto, quando estes genes Hoxtelegram aposta ganhapeixes foram implantadostelegram aposta ganhaembriõestelegram aposta ganhacamundongos, os genes que resultaram no braço foram ligados, mas não os genes responsáveis pela mão ou dedos.

Segundo a pesquisa, isto sugere que a informação genética necessária para fazer os membros do tetrápodes já estava presente nos peixes antes mesmo do surgimento do tetrápode.

Tiktaalik (Arquivo/SPL)

Crédito, BBC World Service

Legenda da foto, Acredita-se que o tiktaalik, já extinto, foi importante na transição entre peixes e tetrápodes

"Durante a embriogênese é muito importante que os genestelegram aposta ganhadesenvolvimento sejam ligados exatamente no momento e no lugar certo para garantir o desenvolvimentotelegram aposta ganhaum organismo adulto completo, coerente e com bom funcionamento", disse Woltering à BBC.

"O resultado mais surpreendente é que descobrimos (DNAtelegram aposta ganhapeixes) que é quase idêntico ao DNA mais complexo que encontramos no camundongo", acrescentou.

Outra conclusão importante do estudo é que as barbatanastelegram aposta ganhapeixes não são equivalentes aos membros dos tetrápodes. Ao invés disso, a evolução dos dedostelegram aposta ganhaanimais terrestres envolveu a reorientaçãotelegram aposta ganhauma infraestrutura genética já existente.

"Isto sugere que nossos dedos evoluíram durante a transição da barbatana para membro ao modernizar um mecanismo regulatório já existente", afirmou o outro autor da pesquisa, Denis Duboule.

Críticas

Outros pesquisadores que trabalham neste campo afirmam que o estudo suíço tem alguns erros.

Arquivo/AP

Crédito, AP

Legenda da foto, Outros especialistas afirmam que cientistas suíços poderiam ter usado outros peixes

Jennifer Clack, do Museutelegram aposta ganhaZoologia da Universidadetelegram aposta ganhaCambridge, na Grã-Bretanha, afirmou que usar o peixe-zebra como modelo para as experiência foi uma escolha ruim.

"Sabemos que este animal, e, por dedução, seus parentes... não têm algumas das fasestelegram aposta ganhadesenvolvimento que fizeram os dedos nos tetrápodes", explicou.

Outro especialista que desaprova a pesquisa dos suíços é Per Ahlberg, da Universidadetelegram aposta ganhaUppsala, na Suécia. Para ele, a análise molecular feita pelos cientistastelegram aposta ganhaGenebra foitelegram aposta ganhaalta qualidade, mas as conclusões evolucionárias apresentam falhas.

"Toda esta dedução é baseada no pressupostotelegram aposta ganhaque o esqueleto da barbatana do peixe-zebra é razoavelmente representativo das condições ancestrais para os tetrápodes, mas simplesmente não é", disse.

"Essencialmente, o esturjão moderno, o peixe-agulha (...) têm esqueletostelegram aposta ganhabarbatanas que são razoavelmente próximos das condições ancestrais compartilhadas para camundongo e peixe-zebra", acrescentou.