Papa Francisco promove 'revolução suave' na Igreja:lampions
Há nove meses, a Igreja Católica era assolada por acusaçõeslampionsirregularidades emlampionsburocracia elampionsseu banco, elampionsreputação estava manchada por escândalos sexuais.
"A narrativa dominante a respeito da Igreja hoje é 'papa pop star conquista o mundo'", disse John Allen, do jornal americano National Catholic Reporter. "Se isso não for uma revolução, ao menoslampionstermos da percepção, então não sei o que (revolução) significa. "
Compaixão
Essa "revolução" tem ocorrido por meiolampionsgestos, como a decisãolampionsFranciscolampionsincluir uma mulher muçulmana no grupolampionsjovens infratores cujos pés ele lavou na última Páscoa. Ou o abraço instintivo que deulampionsum homem que tinha o rosto desfigurado por uma doença. Oulampionsrecusalampionsviver no apartamento habitual do papa ou vestir as roupas suntuosas que seus antecessores, por tradição, vestiram.
Tudo isso chama a atenção do público.
Irmã Teresa, freira da congregação FilhaslampionsSant'Anna, estava dando aula para criançaslampions11 anos na cidade italiana Casal di Principe, quando seu celular tocou.
"Vi um número longo", ela disse. "Uma voz disse, 'Aqui é o papa Francisco'. Eu respondi, 'Você está brincando, não acredito'. Ele riu e disse, 'Sou eu sim, o pai Bergoglio'".
O papa havia telefonado para abençoar a campanha das freiras contra o despejolampionslixo tóxicolampionslocais inapropriados. Ele tinha ficado comovido ao ver fotografias que as irmãs haviam enviado para ele, cada imagem mostrando uma mãe segurando a fotolampionsum bebê morto.
Irmã Teresa disse que, após a conversa, sentiu-se "serena, porque o papa está pensandolampionsnós, nos ama e não nos deixará sozinhas".
Burocracia do Vaticano
Nem todos os católicos, no entanto, aprovam a nova abordagem do papa.
Para alguns tradicionalistas, a pouca disposiçãolampionsFranciscolampionsse aprofundar nas crenças da Igrejalampionsquestões como aborto, usolampionsanticoncepcionais e homossexualidade deixa muito espaço para valores laicos.
Kishore Jayabalan, diretor da organização cristãlampionspesquisas Acton Institute, disse que outros se preocupam com o estilo humilde do papa: "Como regra geral, o papa (costuma) ter a pompalampionsuma monarquia".
Mas o "efeito Francisco" não se limita a mudançaslampionsestilo e foco.
O papa recrutou oito cardeais para ajudá-lo a reformar a burocracia do Vaticano e tomou medidas para resolver irregularidades na administração do Banco do Vaticano.
Agora, ele pode estar considerando um passo ainda maior.
"Acho que a mudança mais profunda que o papa pretende realizar é uma reforma no sínodo dos bispos", disse Robert Mickens, da publicação católica The Tablet.
"O (sínodo dos bispos) foi criado na décadalampions1960 e tem sido usado para dar aval a tudo o que o papa queira fazer", explicou.
"Esse papa quer dar (ao sínodo dos bispos) poder real e usá-lo como ferramenta para ajudá-lo a governar a Igreja e, eventualmente, dar (aos bispos) a autoridade para tomar suas próprias decisões. Seria uma mudança revolucionária."
O papa também sugeriu que o poder e a autoridade concentrados no papado durante séculos possa ser devolvido, até certo ponto, às conferênciaslampionsbispos ao redor do mundo.
"Agora, temos um papa dizendo 'podemos confiarlampionsbispos locais para tomar as decisões'", disse Allen. "No longo prazo, a mudançalampionspoder do centro à periferia, se Francisco conseguir alcançar seu objetivo, élampionsimportância histórica para a vida católica."
Mas pode haver perigos quando se soltam as rédeaslampionsuma Igreja com maislampions1 bilhãolampionsfiéis, distribuídos por sociedades tão diversas do mundo.
O frei Joseph Kramer, da igreja Santíssima Trindade dos PeregrinoslampionsRoma, disse que o papado é necessário por razões práticas, para unificar o clero com propensão a discordar.
"Existe o riscolampionscismas, divisões e brigas", disse. "Infelizmente, isso acontece nas igrejas do Leste (Ortodoxas) e Protestantes, onde não há autoridades centrais."
Pode haver outras reformas - talvez o fim do veto a que católicos divorciados e casados novamente recebam a comunhão; talvez um papel mais amplo para mulheres na Igreja.
Mas não haverá mudanças nos ensinamentos conservadoreslampionstemas fundamentais como homossexualidade, eutanásia e aborto.
Narrativa
Será, então, que Francisco conseguirá reconstruir a fé cristã simplesmente mudando a "narrativa" sobre o catolicismo, sem uma reforma real nos ensinamentos?
John Allen vê o papadolampionsFrancisco como um tipolampionsexperimento.
"Existe uma tendência na Igreja Católica progressista que diz que não precisamos mudar as doutrinas para recapturar o interesse do público", disse.
"É preciso que as pessoas vejam o compromisso real com o florescimento humano que está no âmago dessas doutrinas. O que veremos sob a liderançalampionsFrancisco é que ele vai acrescentar uma encantadora face humana à mensagem clássica."
A mudançalampionstom pelo novo papa, ao que parece, é dirigida a uma sociedade que se seculariza. Uma sociedade que, ao menos na visãolampionsum observador, é "pós-cristã".
"A época cristã se foi, acabou, e o papa Francisco sabe disso", disse Mickens, do The Tablet. "Um líder jesuíta disse que a Igreja vinha dando respostas a questões que o povo não está perguntando. O papa Francisco está tentando dar respostas para questões que as pessoas estão fazendo. Por que minha avó estálampionsum lar para idosos? Por que não tem ninguém para cuidar dela? Por que meu filho não consegue arrumar trabalho?"
Francisco tem a atenção do mundo - por mais inconstante e passageira que ela seja. E também uma oportunidade raralampionsfazer mudanças significativas.