Especialistas alertam para 'autotrollagem'aposta esportiva arenajovens com baixa estima:aposta esportiva arena

Computador (Arquivo/PA)
Legenda da foto, Adolescentes criam perfis falsos e se enviam mensagens abusivas

Um dos exemplos é oaposta esportiva arenaEllie, nome fictício para uma adolescente que começou a praticar o "ciberbullying" contra si mesma quando tinha apenas 15 anos.

Sua história veio à tona depois que entrouaposta esportiva arenacontato com uma ONG britânica que lida com casosaposta esportiva arenaautoflagelação, a www.selfharm.co.uk. Ellie permitiu que seu caso fosse relatado pela BBC.

A adolescente criou vários perfis fictícios online, que usava para postar mensagens abusivasaposta esportiva arenasuas páginas nas redes sociais.

"Os posts diziam que eu era feia, inútil, ninguém me amava...coisas que eu achavaaposta esportiva arenamim mesma. Se eu visse preto no branco, vindoaposta esportiva arena'outras pessoas', saberia que devia ser verdade", contou.

Outro caso semelhante foi oaposta esportiva arenaBen,aposta esportiva arena16 anos, que também procurou a ONG para pedir ajuda. Ele postava perguntas pessoais com o objetivoaposta esportiva arenaobter respostas negativas, perguntas como "sou atraente?". As respostas abusivas reforçavam o que ele sentia.

"(Isso)Me convenciaaposta esportiva arenaque eu era ruim como pensava, que eu não estava imaginando", disse Ben.

Desenvolvimento

Segundo a diretora da ONG, Rachel Welch, o problema "apenas começa a surgir agora e é preocupante".

"(O autotrolling anônimo) Pode não deixar um ferimento visível, mas precisa ser reconhecido como um risco emocional real para jovens que já tem uma visãoaposta esportiva arenasi mesmos muito prejudicada", afirmou.

O estudo realizado pelo MARC constatou, entre os entrevistados, motivações semelhantes para cometer os atosaposta esportiva arenaautobullying online: chamar a atençãoaposta esportiva arenaadultos e outros jovens, ou tentar despertar a simpatiaaposta esportiva arenaoutras pessoas na internet, insuflando-as, indiretamente, a protestar ou reagir aos abusos.

Existem algumas semelhanças entre o autobullying e a automutilação física, mas também há diferenças. Um comportamento como oaposta esportiva arenaBen, por exemplo, é diferente (da automutilação) pois envolve a reaçãoaposta esportiva arenausar uma terceira pessoa.

Além disso, o processo psicológico ligado ao autobullying é mais complexo.

"Automutilação é uma resposta física a uma dor emocional, distrai a pessoa daquela dor. No dano autoinfligido online você está substituindo esta dor emocional por outra formaaposta esportiva arenador emocional. Este reforço emocional negativo é muito preocupante. Comportamentosaposta esportiva arenadano autoinfligido podem mudar e aumentar rapidamente."

Redeaposta esportiva arenaabusos

O problema também se intensificaaposta esportiva arenamaneira diferente. Para aumentar o realismo do bullying, Ellie começou a abusaraposta esportiva arenaoutras pessoas, amigos que a defendiam on-lineaposta esportiva arenaabusos que ela mesma postava com os perfis fictícios.

"Meus amigos estavam tentando me proteger, ficar ao meu lado, então para manter (a farsa) eu acabei postando mensagens ruins para eles também", disse.

Parte do problema para os que pesquisam este comportamento é que ele é muito sigiloso, devido à vergonha envolvida.

"Aqueles que o fazem realmente temem serem descobertos", afirmou Welch. "A vergonha e a humilhaçãoaposta esportiva arenaser exposto como aquele que envia mensagensaposta esportiva arenaofensa para seu perfil são enormes."

"Para adolescentes, aparências e relacionamentosaposta esportiva arenagrupos são formasaposta esportiva arenatentar se afirmar como adulto maduro; ser exposto como (uma pessoa) mais infantil é um temor constante", afirmou Richard Graham, psicólogo especializadoaposta esportiva arenaadolescência da Fundação Tavistock and Portmanaposta esportiva arenaLondres, ligada ao serviço públicoaposta esportiva arenasaúde britânico.

Bullying (Arquivo/BBC)
Legenda da foto, Para especialista tecnologia apenas reflete e amplia problema já existente

Graham disse que ficou sabendo deste comportamento depois da morteaposta esportiva arenauma adolescenteaposta esportiva arena14 anos, Hannah Smith,aposta esportiva arenaLeicestershire. O suicídio ocorreuaposta esportiva arenaagosto depois que ela sofreu bullyingaposta esportiva arenaum siteaposta esportiva arenarede social.

O siteaposta esportiva arenaquestão, Ask.fm, alegou que várias das mensagens abusivas enviadas à menina vieram da própria Hannah,aposta esportiva arenaforma anônima, algo que a família da adolescente nega e já pediu para que o site forneça provas.

"As acusaçõesaposta esportiva arenaque Hannah enviou algumas das mensagens para ela mesma destacaram o comportamento. Fiquei muito surpreso. Não sei o quanto isto é comum, mas suspeito que seja mais do que se acredita", disse o psicólogo, que acrescenta que é preciso começar a entender a natureza deste fenômeno.

Culpa da tecnologia?

Ellie, que agora está com 17 anos, e Ben já receberam ajuda e pararam com os abusos online autoinfligidos. No entanto, há mais desafios para os profissionais que tentam entender o fenômeno.

"Descobri que a maioria dos adultos quer culpar a tecnologia pelos problemas que observam ao invésaposta esportiva arenareconhecer que a juventude simplesmente está usando a tecnologia para apresentar uma variedadeaposta esportiva arenaquestões sociais e emocionais que eles enfrentam", afirmou Danah Boyd.

"A tecnologia espelha e aumenta tanto o que é bom, quanto o que é ruim e feio sobre a vida cotidiana, mas é muito mais fácil culpar a tecnologia do que examinar a fundo (o problema)".

"Infelizmente, descobri que até especialistas preferem falar sobre o que a tecnologia 'faz' com a juventude do que falar sobre o que ela expõe ou revela sobre a cultura jovem", acrescentou a especialista.