Ensino da cultura negra ainda sofre resistência nas escolas:bet 364 login
Cenasbet 364 loginbullying por parte dos colegas e racismo por parte do próprio sistema se reproduzembet 364 loginescolasbet 364 logintodo o Brasil. Maisbet 364 loginum século após o fim da escravidão, o país que mais recebeu trabalhadores negros ainda trata esses cidadãos como se fossem subalternos, segundo especialistas ouvidos pela reportagem.
A lei 10.639, promulgadabet 364 login2003, foi criada justamente com o intuitobet 364 loginvalorizar as raízes africanas do país e superar o racismo.
"É preciso superar a visão do negro apenas como escravo. É assim que ele geralmente aparece nos livros escolares", conta Rafael Ferreira da Silva, Coordenador do Núcleobet 364 loginEducação Étnico-Racial da Secretaria Municipalbet 364 loginEducaçãobet 364 loginSão Paulo.
A prefeitura paulistana fez neste ano um levantamento inédito na redebet 364 loginensino da cidade para ver o alcance da aplicação da lei.
"O levantamento mostrou que há avanços. Mais da metade das escolas trabalham o tema. Mas na maior parte dos casos, é geralmente iniciativa isoladabet 364 loginum professor que gosta do tema. E também há o problema da descontinuidade. Se o professor deixa a escola, muitas vezes o assunto deixabet 364 loginser abordado", disse.
Mitos aceitos e mitos ocultos
"Discutir África não é coisa fácil nas escolas", diz Stela Guedes Caputo, pesquisadora do tema e professora na UERJ (Universidade Estadual do Riobet 364 loginJaneiro).
Além dos casos concretosbet 364 loginpreconceito registradosbet 364 loginsalabet 364 loginaula, ela diz que quando a lei é cumprida, há casosbet 364 loginque "pais se reúnem com os filhos e vão à escola questionar e criticar professores que querem discutir a história da África".
Stela também questiona a ausênciabet 364 loginelementosbet 364 loginorigem afro nos livros escolares. A questão se torna especialmente delicada quando se tratambet 364 loginpersonagens ligados às religiões afro-brasileiras.
Nesse caso, a ocultação desse capítulo da cultura nacional não é apenas prerrogativa das escolas. Em muitos casos, as próprias crianças escondem a religiosidade para não sofrerem preconceito por parte dos colegas.
"Os mitos que as crianças aprendem nos terreirosbet 364 logincandomblé não são aceitos na escola, os itans (os mitos da cultura iorubá), as histórias africanas que conhecem, são das mais belas criações literárias humanas e elas precisam escondê-las. Seu conhecimento é negado. Porque na escola é tão comum mitos gregos, romanos e outros, e mitos africanos são demonizados?", questiona.
Avanço
Professorabet 364 loginformação, Macaé Maria Evaristo do Santos conta que há maisbet 364 logindez anos, quando ainda dava aulabet 364 loginum colégiobet 364 loginBelo Horizonte (MG), a visiblidade da cultura afro-brasileira era bem menor.
"Uma vez chegueibet 364 loginuma sala do Ensino Médio e perguntei aos alunos quantos haviam lido um livro com personagens negros. Alguns levantaram a mão. Depoisbet 364 loginmaisbet 364 logindez anosbet 364 loginescolaridade, eles citaram a Tia Nastácia, o Saci Pererê, o Negrinho do Pastoreio… Nem Zumbi dos Palmares fazia parte do repertório", conta.
Macaé hoje é Secretáriabet 364 loginEducação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC). Uma década após a promulgação da lei, ela ainda vê desafios, mas comemora os resultados.
"Essa é uma temática que vai ganhando relevância. Antes só se falava nisso no Dia da Consciência Negra. Aos poucos vai se integrando no projeto pedagógico das escolas", diz.
A secretária conta quebet 364 login2012, o curso mais solicitado pelos diretoresbet 364 loginescolas do país na Rede Nacionalbet 364 loginFormação Continuada do MEC foi justamente o que capacita professores para o ensinobet 364 logincultura afro-brasileira.
Na última década, os editais para o desenvolvimentobet 364 loginlivros didáticos financiados pelo MEC também exigem esse conteúdo.