Peça leva público ao futuro e mostra desintegração da União Europeia:amazon bet aposta
- Author, Márcia Bizzotto
- Role, De Bruxelas para a BBC Brasil
amazon bet aposta O ano é 2060. Em um museu, os visitantes se deparam com relíquias, mapas e reconstituições que contam a história da União Europeia (UE), desintegradaamazon bet aposta2018 após o ressurgimentoamazon bet apostauma ondaamazon bet apostanacionalismoamazon bet apostavários países do bloco que veio à tona com a grave crise econômica.
Essa visita ao museu é a experiência vivida pelos espectadoresamazon bet apostaA Casa da História Europeia no Exílio ("Domoamazon bet apostaEuropa Historio en Ekzilo" no original,amazon bet apostaesperanto), uma "peça" sem atores na qual o público é levado ao futuro.
A ideia é do diretoramazon bet apostateatro belga Thomas Bellinck, que queria imaginar como a UE será vista no futuro.
"Como artista, sempre busco uma nova maneiraamazon bet apostacontar uma história. Tive essa ideia durante uma visita ao Museu do Teatroamazon bet apostaRiga (Letônia). Eu era o único visitante. O edifício parecia estaramazon bet apostareforma há anos e havia coisas amontoadas que não estava claro se faziam parte da exposição ou não", contouamazon bet apostaentrevista à BBC Brasil.
"Na minha ficção, estamosamazon bet aposta2060 e o museu, meio abandonado, estáamazon bet apostaconstante reforma,amazon bet apostaum prédio meio destruído depois da Terceira Guerra Mundial, quando ninguém mais está interessado na UE".
Relíquias da atualidade
Para transmitir essa sensação, Bellinck aproveitou a estruturaamazon bet apostauma escola abandonadaamazon bet apostaBruxelas, um edifício dos anos 1960 com salas estreitas, escuras e empoeiradas. Ele escolheu o esperanto como língua para todas as sinalizações do local.
A visita é individual e os visitantes são obrigados a esperaramazon bet apostavezamazon bet apostauma vetusta salaamazon bet apostaespera. Na parede do vestíbulo, um amarelado mapa da União Europeia apósamazon bet apostaúltima suposta ampliação,amazon bet aposta2017, quando a Escócia passou a ser o 33º membro do bloco.
No museu, relíquias que mostram como teria sido a vida, o modoamazon bet apostapensar e o funcionamento da "antiga UE": um típico quartoamazon bet apostaimigrantes ilegais, cartazes extremistas, uma sala repletaamazon bet apostacartõesamazon bet apostavisitasamazon bet apostalobistas, um espremedoramazon bet apostacítricos na forma da cabeça da chanceler alemã, Angela Merkel, uma foto do último líder da extinta União Soviética, Mikhail Gorbatchev, como garoto-propaganda da grifeamazon bet apostaluxo Luis Vuitton.
Com exceção dos mapas, todos os objetos reunidos no local são reais ou uma reprodução caricatural da realidade.
Ao final da exposição, um cartaz explica que antesamazon bet apostasua dissolução, entre 2009 e 2015, a UE teria vivido uma ondaamazon bet apostasuicídios provocada pelas "medidas draconianasamazon bet apostaausteridade que cobraram um pesado tributo" para salvar o bloco da crise econômica.
A mostra terminaamazon bet apostaum sala escura, onde a única luz que entra por uma pequena janela ilumina uma carta escrita pelo criador do museu fictício a um desses "suicidas da crise", uma pessoa real, paiamazon bet apostaum grande amigoamazon bet apostaBellinck, falecidoamazon bet aposta2012.
O texto lamenta que o homem tenha sido "vítimaamazon bet apostauma sociedade que precisa ser reformada". O artista deseja que ele se esteja melhor, "em um lugar sem bancos ou empréstimos".
'Brincar com a realidade'
Desdeamazon bet apostaconcepção até a instalação dos objetos, o projeto levou um ano para ser concluído.
Bellinck mergulhou na leituraamazon bet apostalivros sobre a UE e entrevistou deputados europeus, lobistas, cientistas políticos, historiadores e uma agência belgaamazon bet apostaprevençãoamazon bet apostasuicídios.
"Não quero dizer que eu sei tudo sobre a UE. Ao contrário: tenho muitas questões e quero compartilhar isso com os outros", afirmou à BBC Brasil.
É isso que ele fazamazon bet apostatrásamazon bet apostaum bar instalado ao final da exposição, onde recebe pessoalmente cada visitante.
"Dessa experiência, aprendi que nós, europeus, não recebemos educação sobre a UE, não temos certezaamazon bet apostacomo ela funciona. Por isso as pessoas saem dessa exposição sem saber o que é real ou não. É divertido brincar com a realidade", contou ao servir uma taçaamazon bet apostavinho.