Como empresas podem ajudar a aliviar o trânsito65 bet365SP:65 bet365

Congestionamento na Marginal Tietê,65 bet365São Paulo (Reuters)
Legenda da foto, É possível ter impacto quantitativo no trânsito com mudanças promovidas pelo setor corporativo

"Já vimos algo semelhante nos Estados Unidos,65 bet365Estados como Washington e Califórnia, onde há dados mostrando redução65 bet365congestionamentos e65 bet365viagens65 bet365carro por causa65 bet365programas65 bet365mobilidade corporativos", diz.

"Algumas cidades têm leis obrigando empresas com mais65 bet365cem funcionários a ter um plano65 bet365mobilidade e meta65 bet365reduzir o número65 bet365funcionários dirigindo sozinhos."

Medidas

O estudo65 bet365Leal listou algumas iniciativas que podem ser adotadas por empresas e pelo poder público para impactar o trânsito sem a necessidade65 bet365grandes obras viárias.

Mesmo com as deficiências65 bet365redes65 bet365transporte como a paulistana, que tem pontos65 bet365saturação e notadamente precisa65 bet365mais investimentos, Leal diz acreditar que é possível aproveitar melhor os recursos públicos já disponíveis e evitar viagens65 bet365carros.

A seguir, as sugestões aplicadas no projeto do Banco Mundial na Berrini:

65 bet365 1. Estimular o uso do transporte público entre os funcionários, por exemplo oferecendo linhas65 bet365ônibus fretados e eliminando a cobrança65 bet3656% sobre o salário para custear o vale-transporte.

"Muitas empresas custeiam estacionamento para funcionários, mas cobram os 6% do vale-transporte", opina Leal. "É um desestímulo que parte do pressuposto65 bet365que que todos preferem ir65 bet365carro."

A pesquisadora diz que o poder público pode ter papel fundamental nesse ponto, dando incentivos fiscais para empresas que renunciarem da cobrança.

Funcionária do Instituto Brasileiro65 bet365Governança Corporativa, uma das participantes do estudo, a assistente65 bet365operações Natalia Sorrentino Silva, 26, trocou o carro pelo ônibus quando65 bet365empresa abriu mão da cobrança do vale-transporte.

"O tempo65 bet365viagem65 bet365carro ou65 bet365ônibus é praticamente o mesmo, mas não aguentava mais o trânsito", diz Natalia — lembrando que, na hora do rush, carros levam até 30 minutos para conseguir sair da garagem,65 bet365tão congestionada que fica a Berrini. "Nos dias que venho65 bet365carro, volto mais tarde,65 bet365horários que não sejam65 bet365pico."

65 bet365 2. Ajudar os funcionários a conhecer suas opções65 bet365transporte. Segundo Leal, o hotel Hilton, outro participante do estudo, conseguiu incentivar o uso65 bet365transporte público produzindo um documento, entregue aos funcionários novos, detalhando todas as opções65 bet365linhas65 bet365trens, ônibus e metrô próximas.

65 bet365 3. Flexibilizar horários65 bet365trabalho, permitindo que funcionários façam65 bet365jornada65 bet365forma a evitar deslocamentos65 bet365horários65 bet365rush e possam usar o transporte público65 bet365períodos menos congestionados.

65 bet365 4. Incentivar o trabalho à distância - algo que não se aplica a todas as empresas e funcionários, mas que pode aumentar satisfação e produtividade, argumenta Leal.

O Banco Mundial custeou parte dos custos65 bet365um projeto-piloto entre as empresas participantes, ajudando-as a implementar a tecnologia necessária e a definir metas para avaliar o trabalho feito por funcionários remotamente.

Metrô65 bet365São Paulo (Reuters)
Legenda da foto, Com pontos saturados no transporte público, é preciso incentivar uso65 bet365horários alternativos

O Instituto Brasileiro65 bet365Governança Corporativa é um dos que estão implementando o trabalho à distância, que até o ano que vem deve ser viabilizado para metade dos 43 empregados65 bet365sua sede65 bet365São Paulo.

"O funcionário ainda precisa participar65 bet365reuniões e eventualmente vir ao escritório, mas sem a carga65 bet365estresse65 bet365diariamente levar horas para ir e voltar do trabalho", diz Emilio Martos, superintendente65 bet365operações da empresa.

65 bet365 5. Estimular caronas, registrando-se65 bet365softwares e sites como www.caronetas.com.br ou montando páginas no Facebook nas quais funcionários possam organizar caronas entre si.

65 bet365 6. Melhorar a infraestrutura para quem quiser ir65 bet365bicicleta ao trabalho, como vestiários e bicicletários.

"É algo controverso, porque muitos não acham seguro pedalar na cidade", diz Leal. "Mas65 bet365todas as empresas do estudo, ao menos 40% dos funcionários demonstraram interesse65 bet365pedalar ao trabalho."

No projeto, o jeito foi reduzir os riscos organizando palestras com o grupo Bike Anjos, que disponibiliza ciclistas experientes para acompanhar novatos65 bet365seu trajeto casa-trabalho, buscar rotas mais seguras e ensinar cuidados65 bet365segurança.

65 bet365 7. Política65 bet365semana comprimida65 bet365trabalho: algumas empresas permitiram aos funcionários trabalhar uma ou duas horas a mais por dia e folgar um dia por semana ou a cada 15 dias.

65 bet365 8. Pensar65 bet365alternativas à lei65 bet365polos geradores65 bet365tráfego, que prevê que grandes empreendimentos que geram muito trânsito ao seu redor devem oferecer alguma contrapartida para mitigar seu impacto.

"Até hoje, essas contrapartidas são geralmente investimentos65 bet365obras viárias (novas pontes, acessos etc)", diz Leal.

"Mas isso incentiva o uso65 bet365carros. Esse dinheiro poderia ser usado para custear um corredor65 bet365ônibus ou ciclovia e outras formas65 bet365transporte alternativo. É preciso parar65 bet365partir do pressuposto65 bet365que as pessoas terão65 bet365chegar65 bet365carro ao local."

Resistência

O estudo deve fomentar o já aquecido debate sobre o transporte público65 bet365São Paulo e no Brasil, sobretudo após a onda65 bet365protestos65 bet365junho e julho – cujo estopim foi o preço da passagem. Pesquisa recente do Ibope indica aprovação65 bet36593% às faixas exclusivas65 bet365ônibus ampliadas pela Prefeitura65 bet365São Paulo.

Apesar disso, Leal enfrentou resistências65 bet365muitas empresas para criar um plano65 bet365mobilidade. O estudo do Banco Mundial, que começou com 80 firmas da Berrini, acabou com apenas dez implementando medidas reais.

"Muitas empresas não consideraram isso uma prioridade, ou suas chefias não se envolveram diretamente no projeto", diz ela.

A segunda fase do projeto terá empresas que já têm manifestado interesse65 bet365implementar planos65 bet365mobilidade — algo que, segundo Leal, deve gerar efeito mais prático no trânsito paulistano.

"Defendemos (a necessidade) inquestionável65 bet365mais trens e metrôs, mas são soluções65 bet365longo prazo", argumenta Leal. "É importante que as empresas percebam que, se abrigam muitos funcionários, obviamente terão um impacto no trânsito da região. Elas também têm65 bet365ser chamadas a pensar65 bet365como mitigar esse impacto."

A coordenadora do estudo diz que as conclusões do projeto serão apresentado ao prefeito Fernando Haddad.