Condenação por estupro coletivo representa avanço limitado na Índia:onabet como sacar

Protesto contra estupro na Índia (Reuters)
Legenda da foto, Protesto contra estrupos na Índia: morteonabet como sacarestudante gerou comoção nacional
  • Author, Soutik Biswas
  • Role, Correspondente da BBC News na Índia

onabet como sacar Um tribunal da Índia condenou nesta sexta-feira à morte os quatro acusados pelo estupro coletivoonabet como sacaruma estudanteonabet como sacarum ônibusonabet como sacarNova Délionabet como sacardezembro,onabet como sacarum caso que, na época, gerou grande repercussãoonabet como sacartodo o mundo.

Mukesh Singh, Vinay Sharma, Akshay Thakur e Pawan Gupta já haviam sido considerados culpados no início nesta semana e devem ser executados por enforcamento. A vítima deles,onabet como sacar23 anos, morreu cercaonabet como sacarduas semanas após o ataque.

O juiz do caso rejeitou todos os pedidos para uma pena mais branda, dizendo que o caso pertence à categoria dos “mais incomuns entre os incomuns”.

Mas será que o veredicto marca um momentoonabet como sacarmudança radical para a Índia? E será que a sentença do tribunal, anunciada nesta sexta-feira, encerra a questão?

Possivelmente, a resposta à primeira pergunta é sim. Já para a segunda, provavelmente é não.

O estuproonabet como sacardezembro desatou uma ondaonabet como sacarprotestos por toda a Índia, mobilizando a população local como nenhum outro incidente da história recente do país.

Ele teve um grande impactoonabet como sacarparte porque muitos jovens indianos se identificaram com a vítima, uma estudante cheiaonabet como sacaraspirações, mas cuja vida chegou a um fim brutal quando ela voltava para casa com um amigo, depoisonabet como sacarassistir a um filmeonabet como sacarum cinema multiplexonabet como sacarum shopping center.

Uma mídia estridente ajudou a amplificar a revolta com o caso. E, com o tempo, essa revolta levou muitos indianos a se engajarem na luta contra a violência e discriminação das mulheres no país.

Os jovens assumiram a liderança dessa luta, e um debate acalorado sobre o tema floresceu nas escolas, universidades e comunidades indianas.

Como a escritora Nilanjana Roy definiu: "Pode ser que os estupros não parem, mas a discussão sobre o tema também não vai ser deixadaonabet como sacarlado."

O estuproonabet como sacarNova Déli também lançou luz sobre o problema dos moradoresonabet como sacaráreas rurais indianas, que migram para as cidadesonabet como sacarbuscaonabet como sacarmais oportunidades, mas acabam conseguindo apenas melhorias marginaisonabet como sacarsuas péssimas condiçõesonabet como sacarvida.

Fotos dos condenados (crédito: políciaonabet como sacarNova Déli)
Legenda da foto, Os quatro indianos foram condenados à morte por enforcamento

Como ressaltou Jason Burke, repórter do jornal britânico The Guardian, os condenados pelo abuso têm um perfil que não é difícilonabet como sacarencontrar na Índiaonabet como sacarhoje. São indianos semiqualificados, solteiros e desenraizados, que receberam uma educação precária, costumam abusar do álcool e vivemonabet como sacaruma cidade com muito mais homens que mulheres e onde há um histórico terrívelonabet como sacarproteção às mulheres.

Resposta

Apesaronabet como sacaro governo indiano ter demorado para responder à indignação provocada pelo caso, acabou implementando leis mais rígidas contra o estupro - o que pode ser considerado uma consequência positiva dessa mobilização.

Em meio a tanta comoção e uma contundente condenação internacional - alguns chegaram a classificar a Índia como a "capital mundial" do estupro - há uma percepção crescenteonabet como sacarque os abusos sexuais são um problema extremamente complexo, qua aflinge a todos os países.

Em um caso recente, por exemplo, estudantes universitários nos EUA tiveramonabet como sacarser disciplinados após exaltar agressões sexuaisonabet como sacarum vídeo no Instagram.

Em Steubenville, no Estado americanoonabet como sacarOhio (nordeste do país), jogadoresonabet como sacarfutebol americanoonabet como sacaruma escola foram acusadosonabet como sacarestuprar repetidamente uma jovemonabet como sacar16 anos quando ela estava inconsciente. "Seria Nova Deli diferenteonabet como sacarSteubenville?", questionou o jornal New York Times.

Na Índia, porém, foram cercaonabet como sacar25 mil casosonabet como sacarestupro registradosonabet como sacar2012. Sóonabet como sacarNova Deli foram maisonabet como sacarmil casos até meadosonabet como sacaragosto deste ano, contra 433 do mesmo período do ano passado.

No empobrecido Estadoonabet como sacarJharkhand (leste do país), maisonabet como sacar800 casos foram registrados nos últimos sete meses. No mesmo períodoonabet como sacar2012, foram 460.

Esses aumentos poderiam indicar que as vítimas se sentem mais seguras para registrar tais crimes - o que seria uma coisa boa. Mas o fato é que a violência continua.

Claramente, o patriarcalismo, a misoginia e a ideiaonabet como sacarque as mulheres teriam parte da culpa pelos abusos por "provocarem" os homens são apenas parte do problema.

O sistemaonabet como sacarjustiça indiano é marcado por uma escassezonabet como sacarpoliciais e juízes, investigaçõesonabet como sacarmá qualidade, julgamentos questionáveis e baixos índicesonabet como sacarcondenação.

Para muitos, a Índia precisa ampliar seu debate sobre por que uma sociedade que se orgulhaonabet como sacarseus fortes valores familiares continua a tolerar o que muitos dizem ser casosonabet como sacarabusos e violências generalizados contra as mulhers.

E também precisa se tornar uma sociedade mais justa e igualitária, para reduzir a frustração e revoltaonabet como sacarmuitas pessoas que vivem na pobrezaonabet como sacarmeio a ilhasonabet como sacarriqueza.

Pobreza, desigualdade e violência são indissociáveis.