Chile: os que ainda defendem Pinochet:gira roleta da diversão

Pinochet com militaresgira roleta da diversãosetembrogira roleta da diversão1973
Legenda da foto, Pinochet com militaresgira roleta da diversãosetembrogira roleta da diversão1973

Ainda que a maioria dos chilenos considere o general um ditador e condene os abusos aos direitos humanos cometidos durante seu governo, ainda há um pequeno porém fervoroso grupogira roleta da diversãoseguidoresgira roleta da diversãodireita que o consideram um herói.

Estes dizem que, ao tirar o podergira roleta da diversãoAllendegira roleta da diversão11gira roleta da diversãosetembrogira roleta da diversão1973, o Exército impediu que o Chile deslizasse até uma guerra civil e salvou o paísgira roleta da diversãose convertergira roleta da diversão"outra Cuba", um Estado comunista.

"As Forças Armadas me salvaram", disse à TV estatal neste mês o deputado direitista Iván Moreira. "Eles me salvaramgira roleta da diversãoviver num regime, uma ditadura marxista. Pinochet salvou a vidagira roleta da diversãotoda uma geração."

Quando Pinochet morreu,gira roleta da diversão2006, cercagira roleta da diversão60 mil pessoas foram a seu velório. Alguns choravam. Outros seguravam bustosgira roleta da diversãobronze e fotografias do general.

Para visitantes estrangeiros é às vezes difícilgira roleta da diversãoacreditar, mas há um museugira roleta da diversãoPinochetgira roleta da diversãoSantiago,gira roleta da diversãohonra àgira roleta da diversãomemória. Contém seus uniformes militares, seu escritório, suas medalhas egira roleta da diversãoextensa coleçãogira roleta da diversãosoldadosgira roleta da diversãobrinquedo dos diferentes regimentos do Exército chileno.

O deputado Moreira disse que o regime Pinochet foi retratadogira roleta da diversãoforma negativa pela imprensa internacional.

"Até quando vamos seguir aceitando que a história do Chile tenha sido escrita pela pluma da esquerda?", se perguntou.

O bom e o mau

"Sou um filho da ditadura", disse Karen, uma chilena que conheci recentementegira roleta da diversãoSantiago.

"Cresci com os dois lados da história. Minha madrinha é comunista, mas minha mãe é pró-Pinochet. São melhores amigas, mas nunca falamgira roleta da diversãopolítica. Nunca."

"Não creio que a ditadura foi tão má", me disse. "Foi um momentogira roleta da diversãomais segurança nas ruas para a gente normal. Agora vá à periferiagira roleta da diversãoSantiago e há um montegira roleta da diversãodrogas. Não havia então."

"Alguns jovens que não viveram a ditadura pensam que tudo era ruim. A gentegira roleta da diversãominha idade, que a viveu, pode recordar o bom e o mau".

Augusto Pinochet e Salvador Allende. AFP
Legenda da foto, Augusto Pinochet e Salvador Allende

Uma pesquisa recente publicada pela empresagira roleta da diversãoopinião pública CERC na véspera do 40º aniversário do golpe nos dá uma ideia da visão dos chilenos.

Enquanto três quartos dos entrevistados consideram Pinochet um ditador, 9% disseram que será recordado como um dos grandes líderes da história chilena.

Enquanto 55% dos chilenos consideram os 17 anosgira roleta da diversãoditadura como maus ou muito maus, 9% disseram que foram bons ou muito bons.

Maisgira roleta da diversãoum terço dos pesquisados ou não tinha opinião, ou considerou os anos da ditadura como uma mesclagira roleta da diversãobom e mau.

Outra pesquisa, publicada no principal diário do país, El Mercurio, perguntou aos chilenos se o Estado havia feito o suficiente para compensar as vítimas da ditadura das atrocidades que sofreram. Enquanto 30% disseram que sim, 36% disseram que não. O resto se mostrou indeciso.

Quase a metade dos pesquisados (46%) disseram que o Estado deve encontrar novas formasgira roleta da diversãocompensar os familiares dos "desaparecidos". No entanto, 27% não estavamgira roleta da diversãoacordo.

Visões opostas

Historiadoresgira roleta da diversãodireita utilizam dois argumentos para defender o legado do regimegira roleta da diversãoPinochet.

Em primeiro lugar, dizem que o golpe deve ser entendido no contexto da época. Em 1973, o Chile era um país profundamente polarizado, à beira da guerra civil e do colapso econômico.

Em segundo lugar, asseguram que as reformasgira roleta da diversãolivre mercado implantadas pelo governo militar nos 70 e 80 criaram as bases da prosperidade econômica posterior.

É certo quegira roleta da diversão1973 o Chile se encontrava numa situação lamentável. Allende havia estado no poder por três anos e o país estava cada vez mais dividido pela ideologia.

Uma sériegira roleta da diversãogrevesgira roleta da diversãocaminhoneiros e mineradoresgira roleta da diversãocobre havia debilitado a economia. Grupos paramilitaresgira roleta da diversãodireita estavam sabotando linhasgira roleta da diversãoenergia e rotasgira roleta da diversãotransporte. O pão e a farinha escasseavam.

"Jágira roleta da diversãodezembrogira roleta da diversão1971, as mulheres saíram às ruas no que se conheceu como 'a marcha das panelas vazias', devido aos problemas para adquirir produtosgira roleta da diversãoprimeira necessidade", disse Adolfo Ibañez, historiador e colunistagira roleta da diversãoEl Mercurio.

"Egira roleta da diversão1972 e 1973 a situação piorou."

Evelyn Matthei, candidata da direita nas eleições presidenciaisgira roleta da diversãonovembro, disse neste mês que,gira roleta da diversãosetembrogira roleta da diversão1973, "a imensa maioria" dos chilenos queria o fim do governogira roleta da diversãoAllende.

As razões dessa animosidade e da tormenta econômica da época ainda são objetogira roleta da diversãoacalorados debates.

Após tomar o poder, governo militar abriu a economia chilena
Legenda da foto, Após tomar o poder, governo militar abriu a economia chilena

A direita diz que a administraçãogira roleta da diversãoAllende era incompetente. A esquerda diz que o poderoso e conservador lobby empresarial, apoiado por um financiamento encoberto dos Estados Unidos, debilitou o governo.

Foi com este panogira roleta da diversãofundo que o golpegira roleta da diversãoEstado teve lugar.

Legado Pinochet

Após tomar o poder, o governo militar abriu a economia ao livre mercado.

As empresas mineiras estrangeiras, cujos bens haviam sido expropriados no governogira roleta da diversãoAllende, foram convidadas a voltar ao país. Empresas estatais foram vendidas e os sistemagira roleta da diversãoeducação e aposentadorias privatizados.

A direita disse que essas reformas contribuíram para que o Chile se convertesse no que é hoje um dos países mais ricos da América Latina.

Mas quanto da prosperidade se deve às políticasgira roleta da diversãoPinochet, e quanto tem a ver com as dos últimos governosgira roleta da diversãocentro-esquerda e à vasta riqueza mineral do país, segue sendo uma questãogira roleta da diversãodebate.

O 40º aniversário desta semana reavivou o debate no Chile sobre os acertos e erros do golpegira roleta da diversãoEstado, as falhas do governogira roleta da diversãoAllende e o legado do regime militar.

Em última instância, no entanto, para o resto do mundo, é provável que Pinochet seja julgado por seu históricogira roleta da diversãodireitos humanosgira roleta da diversãolugargira roleta da diversãosuas conquistas econômicas.

Segundo cifras oficiais, 40.018 pessoas foram vítimasgira roleta da diversãoabusos contra os direitos humanos durante o regimegira roleta da diversãofacto e 3.065 foram assassinadas ou desapareceram.

Essa segue sendo,gira roleta da diversãolonge, a maior mancha do legadogira roleta da diversãoPinochet.