‘Privilégiobetway accaser homem’: A históriabetway accaum transexual paquistanêsbetway accaLondres:betway acca

Sabah Choudrey na Trans Pride 2013 | Foto: arquivo pessoal
Legenda da foto, Sabah Choudrey (à dir.) iniciou tratamento para mudança do gênero feminino para o masculino há três anos

"As lembranças da épocabetway accaque saí do armário são nebulosas e distantes. Foi difícil, mas eu tento esquecer as primeiras conversas, os sentimentos iniciais, as coisas que foram ditas. Nem gostobetway accalembrar", diz.

Sabah, que tem uma irmã gêmea, era uma menina introspectiva e gordinha. Nunca foi alvobetway accabullying, mas também não estava entre as crianças mais populares da escola. Passou a maior parte da infância lendo livros e lidando com a vontadebetway accaser um menino. Muitas vezes chegou a pensar que não haveria solução, mas manteve o dilema para si, por temer a reação da família.

"Eu acho que a maneira com a qual meus pais foram criados definitivamente impactou suas visões sobre gênero e sexualidade, simplesmente porque era um assunto que jamais foi explorado embetway accaeducação e criação. A cultura do sul da Ásia é assim", explica.

Três anos atrás, após tomar a decisãobetway accacomeçar o tratamento para a mudançabetway accasexo, no entanto, teve que enfrentar uma segunda "saída do armário", mas desta vez a notícia foi recebida com muito mais tranquilidade.

'Privilégiobetway accaser homem'

Sabah conta que ao contrário do que ocorreu combetway accaprimeira revelação, quando disse que passaria a se relacionar com outras mulheres, ao explicar aos pais que tinha decidido mudarbetway accasexo a reação foi positiva.

"Na cultura paquistanesa há muito preconceito contra os transexuais que mudam do gênero masculino para o feminino, já que ser homem é visto como um grande privilégio. Na verdade para eles ser homem é a melhor coisa que pode acontecer na vidabetway accauma pessoa, então abrir mão disso para se tornar uma mulher simplesmente não faz sentido. Eu acho que é por isso que não senti preconceito da minha família quanto à essa decisão", diz.

Mesmo assim, Sabah também teve que lidar com a reação das amigas lésbicas. Algumas virambetway accadecisãobetway accatornar-se um homem como uma espéciebetway accatraição, mas aos poucos aprenderam a aceitar a novidade. Morandobetway accaBrighton desde que saiu da casa dos pais, ele diz que não foi fácil enfrentar a comunidade local.

"Para mim, pessoalmente, foi mais difícil pelo fatobetway accaeu ser do sul da Ásia e nunca ter conhecido outra pessoa transexual do sul da Ásiabetway accaBrighton. Eu acho que também não há muitas lésbicas do sul da Ásia na região. É uma área predominantemente ocidental, e eu tive que enfrentar, superar mesmo, os dois estereótipos".

Trans Pride

Trans Pride Brighton | Foto: arquivo pessoal
Legenda da foto, Trans Pride Brighton: evento que está "dando visibilidade" aos transgêneros na Inglaterra

Sabah acredita que a comunidade transexual ainda lida com muitas das questões e preconceitos que os gays tiveram que enfrentar nos anos 1970, sobretudo os estereótipos negativos e a rejeição da sociedade, que negabetway accaentrada no mercadobetway accatrabalho e outras áreas onde os homossexuais já trafegam com mais liberdade.

"Eu espero que este evento aumente nossa visibilidade, mostrando às pessoas que somos uma comunidade, e não um fetiche, um caso médico, ou algum tipobetway accaaberração. A história dos transexuais é bastante obscura, e não vem tendo tantos progressos como a história dos gays", diz.

Stephanie Scott, que também participou da organização do evento, explica que os transexuais sofrem preconceito e são vítimasbetway accaataques não só da sociedadebetway accageral, mas até mesmo por partebetway accahomossexuais.

"Eu mesma já sofri ataquesbetway accalocais supostamente LGBT ebetway accaeventosbetway accaorgulho gay, e achei que já era horabetway accaos transexuais terem um espaço para celebrar suas vidas com seus amigos, parceiros e companheiros", conta.

Para Sabah, o evento também é uma comemoraçãobetway accauma intensa trajetória pessoal, permeadabetway accatraumas e dificuldades - sobretudo com relação à família.

"Agora eles veem que eu estou feliz e que na verdade podem até ter orgulhobetway accamim", diz.

Com informaçõesbetway accaKaren Millington, da BBC News