México leva ao ar primeira novela no idioma maia:betano viator

Personagem principalbetano viatorBaktún, Jacinto | Foto: divulgacao
Legenda da foto, Jacinto deixa Nova York para resgatar seu passado
  • Author, Alan Hernández Pastén
  • Role, Do México para a BBC Mundo

betano viator Acredita-se que existam aproximadamente seis milhõesbetano viatorpessoas no México e na América Central que falam a língua maia, o idioma associado a uma das principais civilizações da chamada Mesoamérica. Mas somente agora, pela primeira vez na história, eles poderão acompanhar uma novela nessa língua.

Baktún (o título da novela), significabetano viatormaia um ciclo, uma passagembetano viatortempo que não se finda, apenas muda. Esse é um conceito chave da cultura maia: a história nunca termina, apenas se renova.

O tema da novela também representa o reinício da recontagem do calendário maia (o mesmo que chegou ao fimbetano viatordezembro passado, o que originou o mito no ocidentebetano viatorque o mundo acabaria) e da oportunidade que as pessoas têmbetano viatorse reencontrar consigo e suas raízes.

Com este fio condutor, a telenovela mexicana Baktún será faladabetano viatormaia ebetano viatoringlês, e estreia nesta quarta-feira na televisão do estadobetano viatorQuintana Roo, que fica no sul do México.

A história

Casal protagonistabetano viatorBaktún | Foto: divulgacao
Legenda da foto, Recatados: casal protagonista não pode beijar ou trocar carícias durante a trama

Baktún conta a históriabetano viatorJacinto, um jovem maia que trabalhabetano viatorum restaurantebetano viatorNova York. Mas ele só fala inglês, pois deixou para trásbetano viatororigem e com elabetano viatorlíngua nativa.

Mas a notícia da mortebetano viatorseu pai o obriga a regressar parabetano viatorcomunidade e assim começar um doloroso e libertador processobetano viatorse reencontrar com as raízes.

Jacinto rejeitou seu passado maia. Ele não se interessoubetano viatorsaber nada sobrebetano viatorcultura.

Assim, o personagem começabetano viatorjornada na novela, para tentar reconquistar o amorbetano viatorsua infância, salvar a própria comunidade, resgatar seu irmão envolvidobetano viatoruma fraudebetano viatoruma companhia multinacional, aprenderbetano viatornovo a própria língua, os costumes e, acimabetano viatortudo, aceitar-se novamente como um maia.

Bruno Cárcamo, diretor e produtor da novela, disse que o objetivo é abrir uma janela para a verdadeira essência da cultura mesoamericana. Uma das primeiras sequencias da produção mostra o funeral do paibetano viatorJacinto. A cena foi filmada durante um funeralbetano viatorverdadebetano viatoruma das comunidades.

"O que se vê é integralmente autêntico, não colocamos nada na cena, nenhuma representação ou reproduçãobetano viatorcoisa alguma. As cenas que já temos - o funeral, o batismo, a bênção da terra - fomos buscando o que aconteceu na vida real. O que fazíamos era pedir permissão para que nos deixassem incorporar as cenas", contou Cárcamo,betano viatorentrevista à BBC.

As imagens reais (documentais) também mostram uma festabetano viatorvaquería que,betano viatoracordo com o criador da trama, é uma das festividades mais importantes para os maias, na qual adolescentesbetano viator12 a 18 anos dançam com meninas da mesma idade.

"Eles vêm para dançar com as 'vaqueiras', que são mulheres adolescentes, ao redorbetano viatorum santo padroeiro. Aí se estabelecem os matrimônios. O noivado é um conceito que não existe embetano viatorcultura", explica Cárcamo.

Tabus

Somente os protagonistas são atores, sendo o resto do elenco pessoas comuns que vivem nas comunidades. Elas também participam da novela relatando os problemasbetano viatorsuas vidas.

A novela, assim como o documentário feito sobre a produção, são faladosbetano viatormaia ebetano viatoringlês e serão transmitidos com legendasbetano viatorespanhol.

A transmissão da novela será feita primeiramente no estado mexicanobetano viatorQuintana Roo, onde existe uma grande população que ainda fala a língua maia. Depois disso, a produção poderá alcançar outros estados.

No roteiro existia uma cena na qual Jacinto beijaria seu amorbetano viatorinfância. No entanto, baseadobetano viatorinformações das pessoas da comunidade, esse beijo não poderia acontecer na tradição maia, o que fez a cena ser retirada.

Cárcamo ressalta que isso não foi um problema: "Queríamos tralharbetano viatoruma história que fosse universal, mas que operasse dentro dos valores e costumes do povo maia. Os beijos e as carícias não entram. (Isso) Resulta do fatobetano viatornão existir noivado na cultura maia. Ele não pode irbetano viatormãos dadas com ela pela rua. Tudo acontece na presençabetano viator'chaperones' (acompanhantes) e dentro da casa da mulher".

"Isto impediu que tivéssemos coisas comunsbetano viatortelenovela, como pessoas mestiças, beijos, carícias etc. Em vez disso, retiramos essas sequências e usamos a tensão dramática ou sexual para refletir esta parte amorosa e assim atingir o mesmo efeito", explica o diretor.

Abertura da novela Baktún | Foto: divulgacao
Legenda da foto, Baktún é transmitida apenas para o estado mexicanobetano viatorQuintana Roo

A colaboraçãobetano viatordocumentaristas e historiadoresbetano viatorinstituições acadêmicas e do governo resultarambetano viatoruma pesquisa sólida que ajuda a entender a natureza e o objetivobetano viatorBaktún.

O resgate da língua

No México, estima-se que certabetano viator800 mil pessoas falam o idioma maia como língua nativa. E língua que não é utilizada, desaparece. Por isso o diretorbetano viatorBaktún se dedicoubetano viatormanter viva essa língua.

"As pessoas das comunidades podem ver quebetano viatorlíngua é tão válida e tem a mesma capacidadebetano viatorcontar uma história como o espanhol e ao mesmo tempo gerar interesse nas pessoas que não falam maia para conhecerem mais essa cultura", conclui Cárcamo.

Os 21 capítulos da novela durambetano viator8 a 10 minutos e são semanais. A produção é transmitida por um sinalbetano viatorum canal do governo do estadobetano viatorQuintana Roo e também é distribuído na internet.

A novela e o documentário sobre a produção foram financiados pelo governobetano viatorQuintana Roo e produzidos por Bruno Cárcamo.