Pesquisador testa hormônio para substituir cirurgiasport hojeredução do estômago:sport hoje

Foto: Getty
Legenda da foto, Hormônios que suprimem o apetite costumam ser liberados após cirurgiasport hojereduçãosport hojeestômago
  • Author, Fernanda Nidecker e Paula Adamo Idoeta
  • Role, Da BBC Brasilsport hojeLondres e São Paulo

sport hoje Um estudosport hojecurso na Grã-Bretanha está testando o usosport hojehormônios para combater a obesidade e substituir cirurgiassport hojereduçãosport hojeestômagosport hojepacientes obesos.

Os hormônios são praticamente os mesmos liberados naturalmente pelo corpo após todas as refeições e que indicam ao corpo que a fome foi saciada, explica à BBC Brasil o líder do estudo, o médico Steve Bloom, chefe do departamentosport hojeestudos sobre diabetes, endocrinologia e metabolismo do prestigioso Imperial College,sport hojeLondres.

Os médicos perceberam que esses mesmos hormônios são liberadossport hojegrandes quantidades pelo corposport hojepacientes que se submeteram à cirurgia bariátrica - e esse seria um dos motivos para o sucesso da cirurgiasport hojegrande parte dos casos. Agora, a equipesport hojeBloom quer replicar esse efeito mesmo que o paciente não queira ou não possa se submeter ao procedimento cirúrgico.

"Ainda estamos na fasesport hojedesenvolvimento, mas já mostramos que a iniciativa funciona. Agora temos que torná-la disponível", diz Bloom à BBC Brasil.

Ainda assim, diz ele, ainda serão necessários cercasport hojenove anos até que o medicamento hormonal esteja devidamente testado, aprovado e pronto para ser comercializado.

Hormônios alterados

Bloom prevê que os hormônios devam causar poucos ou nenhum efeito colateral, por serem "quase naturais" -sport hojealteração mais significativa é que estão sendo desenvolvidos para seu efeito durar uma semana no corpo,sport hojevezsport hojeapenas alguns minutos.

Pacientes obesos receberiam, assim, uma injeção semanal da droga -sport hojealguns casos ao longo da vida inteira, para controlar seu apetite e assim perder peso.

Mas Bloom diz que, até agora, tudo indica que a droga não causará dependência esport hojeingestão poderá ser interrompida, se necessário. "Se a pessoa ficar doente e perder peso, por exemplo, pode pararsport hojetomá-lo. Ela também pode tentar uma dieta por conta própria e, se não conseguir emagrecer, voltar a tomar o hormônio."

O custo estimado do tratamento, com 52 injeções anuais, ésport hojecercasport hoje3 mil libras (R$ 10,2 mil) ao ano.

Estudos no Brasil

Sua equipe recebeu 2 milhõessport hojelibras (R$ 6,8 milhões)sport hojeum centrosport hojefinanciamento pesquisas para dar prosseguimento aos estudos e aos testes clínicos, que podem ser parcialmente feitos no Brasil, diz Bloom.

"Escolheremos três ou quatro países para os testes internacionais, e o Brasil é uma possibilidade por ter boa infraestrutura e marcos regulatórios", explica o médico, lembrando também que o país seria um "grande mercado"sport hojepotencial para a drogasport hojedesenvolvimento.

Dados do ano passado compilados pelo Ministério da Saúde apontam que a proporçãosport hojepessoas acima do peso no Brasil avançousport hoje42,7%,sport hoje2006 para 48,5%,sport hoje2011.

Um levantamento do mesmo ano feito pela Universidade Estadual do Riosport hojeJaneiro calculousport hojeR$ 3,57 bilhões os gastos públicos do Sistema Únicosport hojeSaúde (SUS) com doenças relacionadas à obesidade, como males cardiovasculares, diabetes e alguns tipossport hojecâncer.

Em março passado, o Ministério da Saúde publicou uma portaria reduzindosport hoje18 para 16 anos a idade mínima para realizar a cirurgia bariátricasport hojecasossport hojeque haja risco ao paciente. A operação costuma ser indicada como um último recurso,sport hojepessoas com outros problemassport hojesaúde associados ao excessosport hojepeso.

Segundo a Sociedade Brasileirasport hojeCirurgia Bariátrica, o procedimento foi realizado 60 mil vezes no Brasilsport hoje2010.

Problema global

E o aumento da obesidade no Brasil está longesport hojeser uma exceção. A Organização Mundial da Saúde informa que o índicesport hojeobesidade infantil global aumentousport hoje4,2%sport hoje1990 para 6,7%sport hoje2010. A expectativa ésport hojeque quase 10% das crianças do mundo sejam acima do peso ou obesassport hoje2020.

Bloom diz à BBC Brasil que o problema está "cada vez pior" no mundo inteiro, com consequências preocupantes.

"Por motivos ainda não compreendidos, notamos que cânceres são duas vezes mais frequentessport hojepessoas obesas", diz o médico.