Protestos deixam vizinhos ainda mais atentos à economia do Brasil:estrela bet não paga

Protestos no Rio nesta segunda-feira (Reuters)
Legenda da foto, Países latino-americanos temem possíveis efeitos econômicos das manifestações

Gomez afirmou que os bolivianos, geralmente empregados no setor têxtil, costumam se mudar rapidamente quando percebem que a situação econômicaestrela bet não pagaoutro país já não lhes é favorável. Nos últimos anos, disse o analista, o Brasil passou a ser o principal destino dessa imigração, principalmente depois que a Argentina aplicou o controle cambial,estrela bet não paga2011, e dificultou o envioestrela bet não pagareservas para o exterior.

"Muitos que estavam na Argentina optaram pelo Brasil. E certamente agora também estão atentos ao que ocorre no país."

Investimentos do Chile

O Chile é, porestrela bet não pagavez, o maior investidor estrangeiro direto (IED) da América Latina no Brasil, segundo o Banco Central do Brasil e a Direçãoestrela bet não pagaRelações Economia Internacionais (DIRECON), do Ministério chileno das Relações Exteriores.

De acordo com a DIRECON, o estoque acumulado destes investimentos chilenos no Brasil éestrela bet não pagaUS$ 12,9 bilhões – sendo o terceiro destino das IED chilenas no mundo.

Também por isso, os protestos no Brasil e seus reflexos nas decisões do governo, além do ritmo da economia brasileira, estão sendo acompanhadosestrela bet não pagaperto pelos investidores chilenos, segundo fontes do setor privado no país andino.

País com 17 milhõesestrela bet não pagahabitantes, com empresas que buscam ampliação e maior númeroestrela bet não pagaconsumidores, o Chile passou a olhar para o Brasil como destino naturalestrela bet não pagamuitosestrela bet não pagaseus investimentos.

"O Brasil registrou fortes avanços econômicos e sociais nos últimos anos e passou a ser decisivo não só para o Chile e para a América Latina como um todo, mas para o mundo", disse Eugenio Figueroa, professorestrela bet não pagaeconomia da Universidade do Chile. "O Brasil tem hoje um papelestrela bet não pagaliderança na América Latina e seu desempenho é fundamental para toda a região perante o mundo."

Ele agregou que o Brasil viveu uma forte "transformação social" nos últimos anos, mas, comoestrela bet não pagaoutros países, as demandas não estão sendo atendidas no ritmo esperado pelas novas sociedades. "O que acontecer na economia brasileira e na sociedade brasileira, como a formaestrela bet não pagafazer política eestrela bet não pagainserir no mundo, nos afetará. Se o Brasil for bem o Chile e toda a região irão bem também."

Para ele, é, porém, cedo para dizer se os investidores estão revendo investimentos no Brasil. "Mas certamente todos os investidores chilenos,estrela bet não pagatoda a América Latina e do mundo estão esperando para ver o que ocorrerá no Brasil nos próximos dias e meses."

Paraguai tenta crescer

No Paraguai, a previsão é aestrela bet não pagaque a economia do país deverá bater novo recordeestrela bet não pagaexpansão, com crescimento entre 11% e 13% neste ano. Mas esse índice só será alcançado se a economia brasileira não tiver desaceleração maior que a já esperada para este ano, opinou o economista Fernando Masi, do Centroestrela bet não pagaAnálise e Difusão da Economia Paraguaia (CADEP),estrela bet não pagaAssunção.

"Antes mesmo das manifestações, o baixo crescimento da economia do Brasil já nos preocupava. Se a economia brasileira não se recompuser e voltar a crescer, vai afetar o aumento do PIB esperado para o Paraguai."

O economista paraguaio afirmou que a economiaestrela bet não pagaseu país é "dependente" do Brasil, para onde envia 21% das suas exportações – sem incluir a energia gerada e enviada da hidrelétricaestrela bet não pagaItaipu. "Por tudo isso estamos observando surpresos e com atenção tudo o que está ocorrendo no Brasil nos últimos dias."

Argentina 'mais dependente'

Economistas e políticos argentinos também observam com atenção os protestos e seus possíveis efeitos nas decisões do governo da presidente Dilma Rousseff.

"Acho que os protestos no Brasil colocam o foco na economia, porque o crescimento é baixo e a inflação estáestrela bet não pagaalta", afirmou o economista Matias Carugati, da consultoria econômica Management&Fit,estrela bet não pagaBuenos Aires.

"Mas é o baixo crescimento o que mais preocupa, porque o Brasil é fundamental, por exemplo, para o setor automotivo. Se a este fato somamos a desvalorização do real, as autoridades argentinas deveriam estar bem atentas. Mas se o Brasil crescer um pouco mais do que no ano passado, esse impacto pode acabar sendo positivo", agregou.

O economista argentino Raúl Ochoa, coordenador do programaestrela bet não pagaexportação das pequenas e médias empresas da Universidade Trêsestrela bet não pagaFebrero (UNTREF), disse que o ritmo da economia e os protestos chamam atenção no país vizinho porque, "em seu isolamento" no cenário internacional, a Argentina “ficou ainda mais dependente do Brasil".