Protestos deixam vizinhos ainda mais atentos à economia do Brasil:tigre 777 link
- Author, Marcia Carmo
- Role, De Buenos Aires para a BBC Brasil
tigre 777 link Os protestos no Brasil deixaram os países vizinhos ainda mais preocupados com a economia brasileira, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil. Nos últimos dias, o Brasil tem sido tematigre 777 linkprogramastigre 777 linktelevisão latino-americanos, como na TVN, do Chile,tigre 777 linkque analistas disseram no fimtigre 777 linksemana que, quando o "Brasil fica resfriado, todo o continente pega uma gripe".
Alémtigre 777 linkser um dos principais parceiros comerciaistigre 777 linkmuitos países da região, o Brasil passou a ser nos últimos anos destinotigre 777 linkinvestimentos diretos vindos do Chile e da Argentina, alémtigre 777 linkreceptortigre 777 linkimigrantes latino-americanos que buscam oportunidade econômica - caso, por exemplo,tigre 777 linkbolivianos.
"A situação no Brasil é preocupante e estamos acompanhando tudo atentamente, porque a Bolívia envia gás para as indústrias brasileiras", disse o analistatigre 777 linkpolítica econômica Javier Gomez, do Centrotigre 777 linkEstudos Trabalhistas e Agrários (CEDLA, na siglatigre 777 linkespanhol),tigre 777 linkLa Paz.
"Se a desaceleração econômica continuar, o setor industrial comprará menos gás boliviano, o que afetará nossa economia. Ao mesmo tempo, há forte presençatigre 777 linkmão-de-obra boliviana no Brasil, principalmentetigre 777 linkSão Paulo, e se (a economia não voltar a crescer logo) eles terão que retornar à Bolívia."
Gomez afirmou que os bolivianos, geralmente empregados no setor têxtil, costumam se mudar rapidamente quando percebem que a situação econômicatigre 777 linkoutro país já não lhes é favorável. Nos últimos anos, disse o analista, o Brasil passou a ser o principal destino dessa imigração, principalmente depois que a Argentina aplicou o controle cambial,tigre 777 link2011, e dificultou o enviotigre 777 linkreservas para o exterior.
"Muitos que estavam na Argentina optaram pelo Brasil. E certamente agora também estão atentos ao que ocorre no país."
Investimentos do Chile
O Chile é, portigre 777 linkvez, o maior investidor estrangeiro direto (IED) da América Latina no Brasil, segundo o Banco Central do Brasil e a Direçãotigre 777 linkRelações Economia Internacionais (DIRECON), do Ministério chileno das Relações Exteriores.
De acordo com a DIRECON, o estoque acumulado destes investimentos chilenos no Brasil étigre 777 linkUS$ 12,9 bilhões – sendo o terceiro destino das IED chilenas no mundo.
Também por isso, os protestos no Brasil e seus reflexos nas decisões do governo, além do ritmo da economia brasileira, estão sendo acompanhadostigre 777 linkperto pelos investidores chilenos, segundo fontes do setor privado no país andino.
País com 17 milhõestigre 777 linkhabitantes, com empresas que buscam ampliação e maior númerotigre 777 linkconsumidores, o Chile passou a olhar para o Brasil como destino naturaltigre 777 linkmuitostigre 777 linkseus investimentos.
"O Brasil registrou fortes avanços econômicos e sociais nos últimos anos e passou a ser decisivo não só para o Chile e para a América Latina como um todo, mas para o mundo", disse Eugenio Figueroa, professortigre 777 linkeconomia da Universidade do Chile. "O Brasil tem hoje um papeltigre 777 linkliderança na América Latina e seu desempenho é fundamental para toda a região perante o mundo."
Ele agregou que o Brasil viveu uma forte "transformação social" nos últimos anos, mas, comotigre 777 linkoutros países, as demandas não estão sendo atendidas no ritmo esperado pelas novas sociedades. "O que acontecer na economia brasileira e na sociedade brasileira, como a formatigre 777 linkfazer política etigre 777 linkinserir no mundo, nos afetará. Se o Brasil for bem o Chile e toda a região irão bem também."
Para ele, é, porém, cedo para dizer se os investidores estão revendo investimentos no Brasil. "Mas certamente todos os investidores chilenos,tigre 777 linktoda a América Latina e do mundo estão esperando para ver o que ocorrerá no Brasil nos próximos dias e meses."
Paraguai tenta crescer
No Paraguai, a previsão é atigre 777 linkque a economia do país deverá bater novo recordetigre 777 linkexpansão, com crescimento entre 11% e 13% neste ano. Mas esse índice só será alcançado se a economia brasileira não tiver desaceleração maior que a já esperada para este ano, opinou o economista Fernando Masi, do Centrotigre 777 linkAnálise e Difusão da Economia Paraguaia (CADEP),tigre 777 linkAssunção.
"Antes mesmo das manifestações, o baixo crescimento da economia do Brasil já nos preocupava. Se a economia brasileira não se recompuser e voltar a crescer, vai afetar o aumento do PIB esperado para o Paraguai."
O economista paraguaio afirmou que a economiatigre 777 linkseu país é "dependente" do Brasil, para onde envia 21% das suas exportações – sem incluir a energia gerada e enviada da hidrelétricatigre 777 linkItaipu. "Por tudo isso estamos observando surpresos e com atenção tudo o que está ocorrendo no Brasil nos últimos dias."
Argentina 'mais dependente'
Economistas e políticos argentinos também observam com atenção os protestos e seus possíveis efeitos nas decisões do governo da presidente Dilma Rousseff.
"Acho que os protestos no Brasil colocam o foco na economia, porque o crescimento é baixo e a inflação estátigre 777 linkalta", afirmou o economista Matias Carugati, da consultoria econômica Management&Fit,tigre 777 linkBuenos Aires.
"Mas é o baixo crescimento o que mais preocupa, porque o Brasil é fundamental, por exemplo, para o setor automotivo. Se a este fato somamos a desvalorização do real, as autoridades argentinas deveriam estar bem atentas. Mas se o Brasil crescer um pouco mais do que no ano passado, esse impacto pode acabar sendo positivo", agregou.
O economista argentino Raúl Ochoa, coordenador do programatigre 777 linkexportação das pequenas e médias empresas da Universidade Trêstigre 777 linkFebrero (UNTREF), disse que o ritmo da economia e os protestos chamam atenção no país vizinho porque, "em seu isolamento" no cenário internacional, a Argentina “ficou ainda mais dependente do Brasil".