Polêmico canal interoceânico na Nicarágua deve fortalecer China:real s bet
real s bet A construção na Nicaráguareal s betum polêmico novo canal como o do Panamá, entre os oceanos Pacífico e Atlântico, deve fortalecer economicamente e geopoliticamente a China, disseram analistas ouvidos pela BBC.
Estima-se que o projeto, o maior da história da Nicarágua e um dos maiores da América Latina, terá um custoreal s betUS$ 40 bilhões (cercareal s betR$ 85 bilhões), aproximadamente quatro vezes o PIB nicaraguense.
Antes mesmo da inauguração do Canal do Panamá,real s bet1914, já se discutia a possibilidadereal s betse construir uma via marítima para ligar os dois oceanos que banham suas costas. O projeto, porém, vinha enfrentando críticasreal s betdeputados da oposição nicaraguense, que temem os efeitos que ele terá sobre a população indígena do país e também sobre o Lago Nicarágua.
A empresa HK Nicaragua Canal Development Investment Co. Limited (HKND Group), com sedereal s betHong Kong e dirigida pelo magnata das comunicações chinês Wang Jing, ganhou uma concessãoreal s bet50 anos para construir e operar o canal, e espera finalizar a obrareal s betdez anos.
Embora o governo chinês não esteja participando oficialmente da obra, a expectativa éreal s betque não só o país seja beneficiado por ela como também seus parceiros comerciais,real s betacordo com analistas ouvidos pela BBC.
O que não está claro, porém, é se o novo canal acirrará a disputa entre China e Estados Unidos pelos mercados latino-americanos.
Competitividade
Analistas acreditam que um canal deste tipo poderia beneficiar a China da mesma forma que o Canal do Panamá beneficiou os Estados Unidos no início do século 20,real s betum momentoreal s betque a potência asiática lança uma agressiva expansão comercial e política a nível global.
Atualmente, 5% do comércio mundial circula pelo canal panamenho.
Se for construído, o canal nicaraguense vai cortar o Lago da Nicarágua e terá três vezes a extensão do Canal do Panamá, que mede cercareal s bet80 quilômetros.
A perspectiva é que, economicamente, o canal possa ampliar a competitividade dos produtos chineses na América devido à diminuição dos custosreal s bettransporte. Isso é especialmente atraente dado o tamanho do mercado consumidor nos EUA.
“Para a China, é um golaço geopolítico nos Estados Unidos”, disse à BBC Mundo Heinz Dietrich, pesquisador da Universidade Autônoma Metropolitana (UAM) do México. “(A China) teria uma acesso estratégico muito melhor à América do Norte, algo que não tem neste momento.”
Dietrich diz que o canal é “uma resposta ao que faz Washington, ao estabelecer alianças” na região vizinha ao país asiático. “É como um xadrez. A China diz: vocês procuram construir um muroreal s betcontenção na nossa vizinhança, então nós podemos fazer o mesmo com Costa Rica, México e agora a Nicarágua.”
América Latina
Para os países da região, a perspectiva éreal s betque o novo canal possa também ter um impacto econômico positivo.
“Náo é útil apenas para a China, é uma demanda antigareal s betlonga data do comércio que passa pela América Central. Faz muitos anos que o Canal do Panamá está saturado”, diz José Luis León Martínez, pesquisador do departamentoreal s betPolítica e Cultura da UAM.
“Uma das razõesreal s beta Venezuela não ter ampliado a vendareal s betpetróleo à China é porque os venezuelanos não tem costa no Pacífico. Com um canal pelo qual esse tiporeal s betproduto possa ser transportado, certamente vai cair muito o custoreal s bettransporte das matérias-primas produzidas na América Latina para a China”, afirmou.
Isso não quer dizer, necessariamente, que a tensão entre Estados Unidos e China vai aumentarreal s betmeio a uma disputa pelos mercados da região.
“A relação entre China e Estados Unidos é íntima, entre eles há mais harmonia do que conflito”, diz Arturo Cruz Sequeira, professor do Instituto Centro-Americanoreal s betAdministraçãoreal s betEmpresas.
Ele acredita que, embora “implicitamente” os EUA “tenham poderreal s betveto” neste projeto, é improvável que Washington adote tal postura.
“A verdade é que este projeto pode unir Estados Unidos e China,real s betvezreal s betsepará-los”, disse Sequeira.
Meio ambiente
O projetoreal s betlei para a construção do canal foi aprovado na quinta-feira no Congresso da Nicarágua por 61 votos a 25 após três horasreal s betdebate.
O governo comemorou a aprovação do projeto dizendo que "este é um dos dias mais importantes do desenvolvimento histórico e econômico do país" e afirmou que o canal vai garantir um crescimento econômicoreal s bet10% a 15%real s betcurto prazo e a criaçãoreal s betmilhõesreal s betempregos formais nos próximos anos.
Segundo o site Nicaragua Dispatch (com notícias da Nicaráguareal s betinglês), a lei que o presidente Daniel Ortega enviou com caráterreal s beturgência à votação prevê que a companhia chinesa também construa um oleoduto, uma ferrovia, dois portos e uma sériereal s betzonasreal s betlivre comércio, todos relacionados com o canal interoceânico.
Entretanto, deputados da oposição nicaraguenses questionaram o impacto do projeto, argumentando que populações indígenas que terão suas terras afetadas pelo canal não foram consultadas.
A polêmica também girareal s bettorno do desconhecimento sobre o traçado exato do canal. Além disso, ativistas estão preocupados com o fatoreal s beto Lago da Nicarágua ser a fontereal s betágua doce mais importante do país.
A companhia chinesa disse que estáreal s betcontato com uma das principais empresas consultorasreal s betmeio ambiente para medir o impacto do canal no ecossistema local.