Imigrantes e gays 'trocam lições' nos EUA:cassino braze
- Author, Pablo Uchoa
- Role, Da BBC Brasilcassino brazeWashington
cassino braze Se a reforma migratória chegar ao plenário do Senadocassino brazejunho, como previsto, poderá coincidir com a épocacassino brazeque Supremo dos Estados Unidos decidirá a respeitocassino brazedois casos envolvendo o casamento homoafetivo, a principal bandeira do movimentocassino brazelésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT).
Qualquer semelhança não é mera coincidência.
Em um artigo recente no jornal The Washington Post, Frank Sharry, fundador da organização America's Voice, que defende a legalização dos imigrantes, indicou que os importantes avanços na causa dos imigrantes nos últimos anos se deve,cassino brazeparte, a lições aprendidas com seus colegas ativistas LGBT.
"Tiramos três lições cruciais dos ativistas do movimento LGBT", escreveu Sharry. "Aprendemos que tínhamoscassino brazecriar um movimento; que não podíamos ter medocassino brazequestionar os nossos amigos no poder; e que precisávamos dar um rosto à nossa causa."
Nos últimos anos, as estratégias dos dois movimentos têm seguido estritamente essa cartilha.
Curiosamente, um dos "rostos" dos imigrantes foi também o rosto da causa LGBT: o prêmio Pulitzercassino brazejornalismo José Antonio Vargas, imigrante e gay assumido, quecassino braze2011 revelou estar no país indocumentado.
Vargas ajudou a dar visibilidade aos chamados "sonhadores" – os "dreamers",cassino brazereferência ao Dream Act, a legislação que abria a possibilidadecassino brazecidadania aos filhoscassino brazeimigrantes trazidos ilegalmente para os EUA quando crianças.
Como Vargas, os sonhadores representavam a ponta do iceberg do potencial desperdiçado no universocassino braze11 milhõescassino brazeimigrantes indocumentados que cresceram, estudam e trabalham nos EUA e contribuem com a sociedade americana.
Superando o medo, os sonhadores "saíram das sombras" e fortaleceram o movimento pró-imigração, da mesma forma que "sair do armário" fortalece o orgulho LGBT.
<link type="page"><caption> Leia mais: Gays e imigrantes 'saem do armário' e lutam por reforma nos EUA</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2013/05/130516_imigracao_eua_gay_pu_lgb.shtml" platform="highweb"/></link>
Antes da reforma migratória, a maior vitória dos jovens imigrantes foi forçar o presidente Barack Obama a conceder,cassino brazejunho do ano passado, uma legalização temporária para os que cumprissem os critérios do Dream Act.
Avanço lento
Mas foi uma vitória construída aos poucos. Por anos, a aposta dos grupos pró-imigração foi aprovar, gradualmente, que alguns Estados concedessem carteirascassino brazemotorista ou acesso a fundos públicos educacionais a imigrantes indocumentados.
Construção semelhante também ocorreu no caso do movimento LGBT, que pouco a pouco conseguiu legalizar o casamentocassino braze12 Estados e o Distritocassino brazeColúmbia.
Mas apesar dos avanços, os defensores do casamento gay reconhecem que a maioria dos Estados americanos – 30 – ainda proíbe essa instituição expressamentecassino brazesuas Constituições.
E este é apenas um dos inúmeros exemplos da inconsistência dos ganhos obtidos pelo movimento.
"Hoje, 21 Estados e mais o Distritocassino brazeColúmbia dizem que é ilegal despedir uma pessoa por ser gay. Mas isso significa também quecassino braze29 isso é perfeitamente legal", exemplifica Crosby Burns, ativista LGBT do Center for American Progress.
"Por isso ainda precisamoscassino brazeuma lei abrangente,cassino brazenível federal, que diga que não importacassino brazeque Estado você resida, despedir alguém por ser gay é ilegal."
Pressão no topo
Frank Sharry diz que na busca porcassino brazebandeira, o movimento gay proveu um exemplocassino brazecomo não se deixar "encantar" pela eleiçãocassino brazeum presidente democrata e nunca abandonar a estratégiacassino braze"questionar claramente a Casa Branca".
Confrontativo, o movimento LGBT conseguiu pressionar o presidente a extinguir a lei "Não Pergunte, Não Conte", que obrigava os gays nas Forças Armadas americanas a permanecer no armário.
Depois, a Casa Branca também anunciou que não defenderia, no caso que estácassino brazeexame no Supremo americano, a Leicassino brazeDefesa do Casamento, legislação federal que proíbe o reconhecimento dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo por parte da União.
E foicassino brazeplena campanha eleitoral que, no ano passado, Obama se tornou o primeiro presidente americano a apoiar abertamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O movimento imigrante foi mais lentocassino brazequestionar Obama. Mas uma indicação desta mudançacassino brazeatitude veiocassino brazejulhocassino braze2011, quando o presidente discursou na conferência anual do Conselho Nacional La Raza, um das principais organizaçõescassino brazeimigrantes do país.
Quando tentava explicar aos ativistas que não podia, unilateralmente, mudar as leiscassino brazeimigração porque essa era uma atribuição do Congresso, um corocassino brazeativistas lhe interrompeu gritando sloganscassino braze"Sim, você pode",cassino brazealusão à famosa frasecassino brazecampanha do presidente americano ("Yes, we can").
Moedas políticas
A partir das eleições presidenciaiscassino braze2012, os dois movimentos conseguiram mostrar toda a forçacassino brazesuas moedas políticas – votos,cassino brazeum caso, e doações, no outro.
O músculo do voto latino – que superou o percentualcassino braze10% do eleitorado pela primeira vez na história e desequilibrou a votação a favorcassino brazeObama – pôs a reforma migratória para 11 milhõescassino brazeindocumentados na pauta legislativa do país.
Já o movimento LGBT soube tirar vantagem das generosas contribuições provenientescassino brazegrupos como o Human Rights Campaign, cinicamente apelidados por seus detratorescassino braze"caixas eletrônicos gays".
Sócassino braze2012, segundo a ONG Center for Responsive Politics, as contribuições desses grupos para candidatos, partidos e fundoscassino brazecampanha chegaram a US$ 6 milhões (R$ 12 milhões). De cada 100 dólares, 93 foram para os caixas democratas.
Nos últimos anos, imigrantes e grupos LGBT trocaram lições e exploraram suas respectivas fortalezas políticas; criaram para si facetas públicas, conquistaram vitóriascassino brazenível estadual e exerceram pressão sobre a Casa Branca obter para o máximocassino brazeconcessõescassino brazeum Executivo com poderes limitados.
Com a reforma migratóriacassino brazemarcha e duas decisões do Supremo sobre os direitos LGBT no horizonte, ambos os movimentos apostam agora nas suas conquistascassino brazenível nacional mais expressivascassino brazeuma geração.