Especialistas alertam contra corrida para testesbet 36ycâncer:bet 36y

Foto genéricabet 36ypaciente com câncer (Foto BBC)
Legenda da foto, Chancebet 36yportadorbet 36ymutação no BRCA1 desenvolver câncer variabet 36y50% a 95%

bet 36y O exame genético ao qual a atriz Angelina Jolie se submeteu antesbet 36ydecidir fazer uma mastectomia dupla (retirada dos dois seios) está ajudando milharesbet 36youtras pessoas a prevenir a doença ao redor do mundo.

O teste, que pode ser feito a partirbet 36yamostrasbet 36ysangue oubet 36ysaliva, detecta a presençabet 36ymutações genéticas bastante raras que, segundo especialistas, estariam fortemente associadas a casos hereditáriosbet 36ycâncerbet 36ymama ebet 36yovário -bet 36yespecial, falhas nos genes conhecidos como BRCA1 e BRCA2.

Segundo Julie Sharp, da organização Câncer Research UK,bet 36ygeral, o teste é indicado para pessoas que têm um histórico familiar consideradobet 36yalto risco. Ebet 36yalguns países, como a Grã-Bretanha, é oferecido gratuitamente pelo sistemabet 36ysaúde público para indivíduos desse grupo.

"E por pacientes com 'histórico familiarbet 36yrisco' entendemos pessoas que têm um número significativobet 36yparentes próximos que tiveram câncer cedo, antes dos 50 anos", explicou Sharp à BBC Brasil. Era esse o casobet 36yAngelina, cuja mãe desenvolveu câncer por voltabet 36y46 anos.

No Brasil, a rede pública não oferece esse exame genético "preventivo" – realiza apenas a mamografia, o exame clínico mais indicado para o diagnóstico do câncerbet 36ymama. No entanto, ele está disponívelbet 36yclínicas e hospitais privados, onde o valor pode variarbet 36yR$ 3 mil a R$ 8 mil e é coberto por alguns planosbet 36ysaúde.

Entre os locais que oferecem o exame estão, por exemplo, o laboratório Fleury e o Gene. A empresa americana InterGenetics também tem um convênio com médicos brasileiros que lhes permite enviar amostras para serem analisadasbet 36yseus laboratórios nos Estados Unidos.

Evitar o 'pânico'

Médicos brasileiros acreditam que a decisãobet 36yAngelina é importante para informar a população sobre a existência desse exame, mas também ressaltam o fatobet 36yque a análise do histórico familiar é sempre o primeiro passo.

"A estratégia que ela tomou (de fazer o exame e a cirurgia) já existe há alguns anos e é válido que seja divulgada. Mas o mais importante é que ela não seja uma estratégia que cause pânico, levando muito gente a fazer o teste sem indicação médica apropriada", afirma o oncologista e pesquisador do INCA (Instituto Nacional do Câncer), José Bines.

"Antesbet 36ymais nada, é preciso conversar com o médico para ver se há possibilidade um câncer hereditário. A discussão sobre o histórico da família é a base para todo o diagnóstico", diz.

O geneticista Sérgio Pena, do laboratório Gene, também acredita que ninguém deve fazer o teste automaticamente, sem antes consultar um geneticista.

"Há um conjuntobet 36yindicações que, se reunidas, justificariam um teste desses, como a presença na família do pai ou da mãebet 36yvários casosbet 36ycâncerbet 36ymama, especialmente os precoces (antes dos 50 anos), parentes com esse tipobet 36ytumor nas duas mamas e predisposição familiar para câncerbet 36yovário", afirma Pena.

Segundo Sharp, o paciente pode pedir a um parente com um diagnóstico confirmadobet 36ycâncer que submeta seu material genético para exames com o objetivobet 36yajudar os médicos a entenderem onde exatamente está a mutação que poderia ser transmitida hereditariamente. Pena diz que o mesmo procedimento é adotado no Brasil.

Segundo especialistas, nos casosbet 36yque uma falha é detectada no gene BRCA1, por exemplo, o riscobet 36yseu portador desenvolver câncer variabet 36y50% a 95% dependendobet 36yuma sériebet 36youtros fatores - como seu histórico familiar. Para Angelina Jolie, tal risco seriabet 36y87%.

Risco

De acordo com a médica do Câncer Research UK, as mutações genéticas hereditárias conhecidas seriam responsáveis por apenas 2% dos casosbet 36ycâncerbet 36ymama registrados.

Isso ajuda a entender por que um teste negativobet 36yum exame genético não é garantiabet 36yque o paciente não desenvolverá a doença. Além disso, especialistas estão apenas começando a mapear as mutações genéticas hereditárias que estariam associadas ao câncer.

Caso o testebet 36yuma paciente indique um alto riscobet 36ydesenvolver um tumor, ela tem três opções segundo Sharp.

A primeira, e mais extrema, é a retirada dos seios, pela qual Angelina optou.

A segunda seria a realização frequentebet 36yexames como ressonâncias e mamografias.

Por fim, ela também poderia optar por tomar uma substância que especialistas acreditam reduzir significativamente as chancesbet 36ydesenvolvimento da doença (o tamoxifeno), embora tal tratamento ainda estejabet 36yfasebet 36ytestes.

Nenhum desses métodos, porém, elimina totalmente o riscobet 36ycâncerbet 36ymama e ovários.

Mesmo na mastectomia, tal risco é reduzidobet 36ycercabet 36y90%, mas ainda existe - até porque os médicos dificilmente conseguem extrair absolutamente todas as células da mama.

Além disso, esse risco remanescente também pode variar dependendo, por exemplo, da decisão da pacientebet 36yretirar ou manter o mamilo.