ComoçãoBoston lembra Nova York após 11Setembro:
Tropas americanas estão nas ruasBoston. O clima evoca as primeiras horas após os ataques extremistas2001. Mas desta vez os americanos estão menos surpresos.
Deborah Kathan, uma cirurgiã ortopédica57 anos, ouviu o que ela chamou"pop, pop", enquanto estava próximo da linhachegada da MaratonaBoston.
"Eu pensei: é como Nova York acontecendonovo".
Ela estava trabalhando no hospitalMinneapolis quando os ataques11Setembro ocorreram. Kathan assistiu as imagens dos prédioschamas pela TV.
"A questão não é o do que você tem medo, masvocê estar esperando que aconteçanovo", afirmou. "E aconteceu – a diferença é que dessa vez foi menos grave".
Ao menos três pessoas foram mortas e muitas feridas nas explosõesBoston. Cerca3.000 pessoas foram mortas11Setembro.
Até agora, as autoridades americanas não explicaram a motivação das explosõesBoston.
"Nós ainda não sabemos quem fez isso ou por que. E as pessoas não devem tirar conclusões antes que tenhamos todos os fatos", disse o presidente Barack Obama. "Mas não tenham dúvidas – nós iremos até o fundo disto".
O centroBoston permanece um localcaos e confusão – muito parecido com Nova York e Washington2001.
Na praça Copley, onde aconteceram as explosões, homens fardados vistoriam prédios. Alguns deles carregam fuzis automáticos.
Outros portam pistolas nos coldres ou usam coletes à provabalas. Eles procuram os culpados e tentam evitar que novas explosões aconteçam.
"Dia cheio", diz um membro da Guarda Nacional. Ele e seus colegas trabalham junto com o FBI (a polícia federal americana), a políciaMassachussets, a políciaBoston, o ATF (sigla do EscritórioAlcóol, Tabaco, ArmasFogo e Explosivos), alémguardastrânsito e membrosagências não facilmente identificáveis.
"Nós acreditamos que havíamos superado esse tipoameaça", disse Bruce Hoffman, especialista da UniversidadeGeorgetown e autor do livro Inside Terrorism (Por dentro do Terrorismo,inglês). "Mas, novamente vemos que a violência terroista pode ocorreruma grande cidade".
"Se você quer matar para obter publicidade, vá para a MaratonaBoston", disse. "O choque, o horror – essa é uma mensagem que terá um grande impacto".
Interdições
No Bar 10, no hotel Westin, onde Deborah Kathan se encontra com amigos, o televisor exibe um númerotelefone – a linha da prefeitura, pela qual a população pode obter informações relacionadas ao ataque.
O local está tomado por um climaincerteza. Duas pessoas no balcão do bar, por exemplo, se perguntam sobre quando poderão voltar para seu próprio hotel – fechado devido a uma ameaçabomba.
O álcool ajuda. Alguém entrega um copovinho a Kathan e ela se lembraalguns detalhes da tarde. "Eu vi a fumaça e falaram para a gente: 'saiam daqui, saiam daqui'".
"Havia um cheiroplástico queimando", afirmou.
Outro maratonista, Dave Jacobs Robinson, disse que quase conseguiu terminar a corrida antesreceber a ordemnão se dirigir à linhachegada. Ele tentou então voltar a seu hotel, mas não conseguiu. "O local estava isolado", disse.
Os funcionários do estabelecimento receberam ordens para não deixar ningém entrar – pois poderia haver uma bomba no hotel.
Kathan disse que ainda sente o choque, pelo menos um pouco dele. E ela afirmou saber que esta não será a última vez.
"Isso vai acontecernovo. Mas somos durões", disse.