Gays relatam como 'saíram do armário':futebol apostas online

Bandeira gay
Legenda da foto, Depoimentosfutebol apostas onlinegays e lésbicas mostram caminhofutebol apostas onlineaceitação e dificuldades para os brasileiros

futebol apostas online Declarar-se abertamente gay, lésbica, bissexual ou transexual para os pais, a família, amigos e colegasfutebol apostas onlineescolas ou no trabalho pode ser um desafio complexo no Brasil, onde o assunto é temafutebol apostas onlinedebates acalorados.

"O armário é um espaçofutebol apostas onlinegerenciamentofutebol apostas onlineestigmas,futebol apostas onlineum segredo, uma informação que tem um peso social muito forte. É sempre um momentofutebol apostas onlinemuita tensão, um ritualfutebol apostas onlinepassagem", avalia Fernando Teixeira Filho, professor do Departamentofutebol apostas onlinePsicologia Clínica da Unesp, no campusfutebol apostas onlineAssis.

<link type="page"><caption> Leia mais na BBC Brasil: Gays enfrentam dilema para sair do armáriofutebol apostas onlineBrasil 'polarizado'</caption><url href="http://www.bbc.co.ukhttp://vesser.net/noticias/2013/04/130409_daniela_mercury_gays_brasil_jp.shtml" platform="highweb"/></link>

Muitas famílias se mantêm unidas através desse segredo, e revelá-lo publicamente pode significar a rupturafutebol apostas onlinealguns laços, e a criaçãofutebol apostas onlinenovos, diz o psicólogo, indicando que diversos fatores influenciam as reaçõesfutebol apostas onlineaceitação ou rejeição.

Teixeira Filho diz que entre os que mais sofrem atualmente estão os transexuais, "quefutebol apostas onlinegeral sempre enfrentam uma reação péssima", e os bissexuais, que vivemfutebol apostas online"um armário dentrofutebol apostas onlineum armário" e sofrem preconceitofutebol apostas onlinetodos os lados.

Veja alguns depoimentos concedidos à BBC Brasil:

Lilo Oliveira

Lilo Oliveira | Foto: Arquivo Pessoal
Legenda da foto, Ser homossexual hoje é 'acreditar que amanhã as coisas hãofutebol apostas onlinemelhorar'

Tenho 20 anos, sou homossexual assumida e namoro uma linda guria. Como é ser homossexual nos diasfutebol apostas onlinehoje? Bem, eu tenho me sentido comofutebol apostas onlineuma guerra, na qual há aqueles fanáticos por religião, que zelam por seus preconceitos por detrásfutebol apostas onlinepalavrasfutebol apostas onlineum livro. Eu quero ter uma família, eu quero que minha namorada se torne minha esposa, queremos filhos, sonhamos com o casamento, morar juntas, dividir as coisas, como grande parte das mulheres sonham. Me questiono por que é mais fácil aceitar a violência do que o amor. Por que é tão natural ver mais uma mãe que jogou seu filho fora do que um casal homossexual adotá-lo.

Para muitos, não temos religião, mas para nós, é na féfutebol apostas onlinealgo melhor que continuamos a lutar por respeito, por um mundo onde vivamosfutebol apostas onlinepaz. Nos chamamfutebol apostas onlinedesgraça,futebol apostas onlinefim do mundo,futebol apostas onlinevergonha,futebol apostas onlineintolerantes,futebol apostas onlinevítimas sem motivos,futebol apostas onlinecâncer social, mas eu olho a foto ao lado, e vejo amor, vejo sonhos, vejo futuro, vejo brigas, risadas, desentendimentos, vejo um casal como qualquer outro. Ser homossexual hoje é acreditar que amanhã as coisas hãofutebol apostas onlinemelhorar, é não abaixar a cabeça, é ter antesfutebol apostas onlinetudo orgulhofutebol apostas onlinesi mesmo e saber que não há nadafutebol apostas onlineerrado com você. E mostrar para a sociedade que não há mal nenhumfutebol apostas onlineamar.

futebol apostas online Lilo Oliveira tem 20 anos e é universitária.

Thiago Monferdini

Foto: Arquivo pessoal
Legenda da foto, Assumir é libertador, segundo Thiago Monferdini

Certamente essa resposta dependefutebol apostas onlinediversos fatores, que nós, gays, ao assumirmos ponderamos a pesofutebol apostas onlineelefante. Me assumi lá no começo dos anos 2000,futebol apostas onlineuma cidadefutebol apostas onlinecercafutebol apostas online30 mil habitantes no sulfutebol apostas onlineMinas Gerais, que é provinciana ao extremo. Fácil? Não, não foi. Houve desmaios e gritos. Pedidosfutebol apostas onlineperdão para encher agendasfutebol apostas onlineanalistasfutebol apostas onlinetoda a região, mas me lembrofutebol apostas onlineuma sensação, afutebol apostas onlineliberdade.

As três palavras mágicas "eu sou gay" libertam! Eu prometo. Não existe nenhum olhar torto no mundo, nenhum cuspe na cara que dane a sensaçãofutebol apostas onlineter sido honesto consigo mesmo. As dores e prazeres são as maiores constâncias na vidafutebol apostas onlineum homossexual, mas que chato seria se estas não existissem, não é? Hoje, liberto da cidade e do preconceito dos pais eu afirmo, eu sou gay. Ouviu?

futebol apostas online Thiago Monferdini tem 25 anos e é redator publicitário.

Júlio Cézar Miranda

Foto: Arquivo pessoal
Legenda da foto, Assumirfutebol apostas onlinecasa foi 'destruir sonhos patriarcais'

Tenho 26 anos, morofutebol apostas onlineSão Paulo, sou psicólogo e ser gay hoje é algo que ainda desperta muito a curiosidadefutebol apostas onlinetodos. Muitos que se dizem héteros têm muita curiosidade ao saber como se dão as relações com gays e afins. Tendo intimidade então as coisas mudam: a pessoa quer se descobrir. O prazer estáfutebol apostas onlinevogafutebol apostas onlinenossa sociedade, a casualidade, o momento, o lance.

Ao me assumirfutebol apostas onlinecasa, meus pais sabiam já, mas se negavam a acreditar. É destruir sonhos patriarcais, laços familiares, sangue. É não viver conforme o padrão social e com isso, fazer com que tudo e todos ao redor se desestruturem. Foi difícil sim, pois as pessoas não são obrigadas a me aceitar como sou. Mas o que se passa comigo e com o meu interior e se isso está me fazendo feliz ou não éfutebol apostas onlinedireito coletivo? Afinal, pago minhas contas, impostos e não tenho privilégios por ser homossexual e sim, levo garrafadas e olhares tortos nas ruas por apenas ser quem sou. Sou um homem comum qualquer outro, porém gostofutebol apostas onlineoutros homens. Não acordei um diafutebol apostas onlinemanhã e escolhi ser gay. Afinal, quem quer escolher o modo mais difícilfutebol apostas onlinese viver? Ser gay não é escolha e sim, estado naturalfutebol apostas onlineviver.

futebol apostas online Julio Cézar Miranda tem 26 anos e é psicólogo.

Júnior Milério

Foto: Arquivo pessoal
Legenda da foto, Amor dentrofutebol apostas onlinecasa ajuda a ser completo na sociedade, diz Júnior

Por volta dos 14 anos disse para minha mãe que me interesso por meninos, e não por meninas. Com aquela idade, eu não imaginava o quanto a sexualidadefutebol apostas onlineuma pessoa interfere na vida social. Meu interesse por meninos sempre foi natural, eu não escolhi. Ser gay não é uma opção. Nasci e cresci no interiorfutebol apostas onlineSão Paulo e lá não há gruposfutebol apostas onlineapoio a paisfutebol apostas onlinegays, diferentementefutebol apostas onlineSão Paulo hojefutebol apostas onlinedia, por exemplo. Então, minha mãe e eu tivemos que redescobrir, sozinhos, como amar novamente. E descobrimos. Garanto que o amor - acimafutebol apostas onlinetudo o amor dentrofutebol apostas onlinecasa - me ajuda a ser completo na sociedade.

Foi na universidade, quando me mudei para Campinas para estudar, que me entendi como gay e cidadão por completo. Desde então, minha batalha é diária para ser respeitado, mas não com violência. Minha arma contra o preconceito e a homofobia é a minha educação, minha formação. A gente que sofre preconceito, seja racial, sexual, social, se cobra muito para ser melhor, numa tentativa quase inglóriafutebol apostas onlinecompensar alguma coisa que é vista como menos/inferior.

A faltafutebol apostas onlinerespeito. Essa é a principal dificuldade. O respeito é a basefutebol apostas onlinequalquer relação. Da afetiva à social. Respeitar! A violência não é apenas quando um gay é agredido na rua. Esse é o cúmulo, o absurdo, o ápice da violência. Mas o princípio da violência é o desrespeito pelo que é diferente. Eu me sinto agredido quando quero ser cidadão e doar sangue e não posso. Quando vejo gente precisandofutebol apostas onlinemedula e sou proibidofutebol apostas onlinefazer doação. E me sinto desrespeitado quando, apesarfutebol apostas onlineser proibido disso efutebol apostas onlinetantas outras coisas mais, me cobram impostos. Declaro impostofutebol apostas onlinerenda. Pago minhas contas.

futebol apostas online Júnior Milério tem 28 anos e é jornalista.

Andréia

A primeira pessoa para quem eu contei da minha então recentíssima descobertafutebol apostas online"gostarfutebol apostas onlinemeninas" foi uma amiga, há 12 anos, quando eu tinha 16 anos, e foi bem tranquilo. Poucos meses depois, meu pai descobriu por contafutebol apostas onlineum "vacilo" meu. O momento da revelação foi um pouco tenso, pois na época nem eu sabia exatamente como me posicionar sobre o assunto. Meu pai me disse que se preocupava com o que eu poderia sofrer, mas afirmou que quem estivesse contra mim, estaria contra ele. Em seguida, com a minha autorização, contou para minha mãe, que ficou péssima e por anos não tocou no assunto comigo. Um dia, quando eu já tinha uns 19 anos, me deu uma revista cuja matériafutebol apostas onlinecapa falava sobre lésbicas. Foi a formafutebol apostas onlinedizer que me aceitava.

Hoje meus pais tratam naturalmente o assunto e não fazem qualquer diferença entre minha namorada e a do meu irmão: tratam ambas muito bem e com muito carinho. Nunca sofri qualquer discriminaçãofutebol apostas onlinecasa. No entanto, sei que o posicionamento da minha família não é a regra. Tive problemas com os paisfutebol apostas onlinediversas namoradas. De uma delas, a mãe tomou celular, dinheiro, carro, tudo. Proibiufutebol apostas onlineme ver, mandou para a terapia, nada adiantou. Isso foi no primeiro anofutebol apostas onlinerelacionamento. Depois disso namoramos mais cinco anos (dois dos quais moramos juntas no exterior).

Quanto aos meus amigos, nunca tive nenhum problemafutebol apostas onlineme assumir gay. Todos, até mesmo os mais machistas, religiosos ou tradicionais, me aceitaram muito bem. Resumindo tudo isso, na prática vejo que o preconceito existe, mas a discriminação por orientação sexual é mais velada se o gay tiver boa condição social e nível profissional/educacional mais elevado. E que a posturafutebol apostas onlinecada um perante o mundo contribui,futebol apostas onlinemuito, para a quebra dos paradigmas.

futebol apostas online Andréia tem 28 anos e é advogada.

César Martins

Foto: Arquivo pessoal
Legenda da foto, César diz que ficou mais fácil assumir homossexualidade hoje

Quando fiquei com um menino pela primeira vez, aos 18 anos, contei para minha mãe, e ela teve uma reação inusitada, dizendo "eu soufutebol apostas onlinemãe, eu não sou burra". Desde pequeno eu já sabia, e nunca mexeu comigo. Me incomodava mais que me chamassemfutebol apostas onlinemagro do quefutebol apostas onlinebicha. Sempre fui muito tranquilo. Meus pais sempre me deram todos os brinquedos que eu pedi, e não eram convencionais para meninos.

Meu pai nunca tocou no assunto, mas meus namorados dormemfutebol apostas onlinecasa, no meu quarto, e fazem parte da família, sem nenhum problema. Quanto ao ambiente profissional, sempre trabalhei com moda, e acho que na verdade não ser gay seria um problema. As modelos, por exemplo, teriam vergonhafutebol apostas onlinese trocar na minha frente. Eu acho que ficou mais fácil hojefutebol apostas onlinedia, "sair do armário". Acho que se fala mais do assunto, veio mais à tona na sociedade.

futebol apostas online César Martins,futebol apostas online31 anos, é produtorfutebol apostas onlinemoda e figurinista.

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