Historiadora ajuda órfãos do Holocausto a encontrar identidade:bet m365
bet m365 Milharesbet m365sobreviventes do Holocausto que, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), eram crianças judias que sobreviveram escondidasbet m365casas polonesas oubet m365conventos tornaram-se adultos que até hoje não conhecembet m365verdadeira identidade.
De acordo com a historiadora israelense Lea Balint, uma das consequências dolorosas do extermíniobet m365massa dos judeus pelo regime nazista é o problema das "crianças sem identidade".
Balint é sobrevivente do genocídio, marcado nesta segunda-feira, o Dia do Holocausto,bet m365Israel, a 68 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.
Ela dedicou os últimos 22 anos a ajudar essas crianças - hoje já pessoas idosas - a encontrar suas raízes.
"Tudo começoubet m3651991, quando um homem, sobrevivente do Holocausto, me disse não saber quem era, nem quem eram seus pais", disse a historiadora polonesa à BBC Brasil.
"Ele tinha cercabet m36550 anos e viveu a vida inteira sofrendo por não conhecerbet m365própria história. Naquele momento, decidi começar a pesquisar essa questão."
Balint criou o Arquivo das Crianças Sem Identidade, que recebeu o apoio do Museu dos Combatentes dos Guetos, e começou a colher informações sobre crianças judias nascidas na Polônia e que ficaram órfãs na Segunda Guerra.
"Naquele período sombrio, houve muitas tragédias. Entre os 6 milhõesbet m365judeus exterminados pelos nazistas, houve 1,5 milhãobet m365crianças, e muitas mães fizeram tudo para salvar seus filhos", disse.
Bebê dentro da mala
Milharesbet m365crianças judias foram entregues a conventos ou a famílias polonesas quando seus pais foram presos e levados aos camposbet m365concentração.
Houve casosbet m365que mães simplesmente deixaram bebês junto às portasbet m365vizinhas polonesas, com um bilhete pedindo que cuidassembet m365seus filhos.
"Um dos casos mais dramáticos que acompanhei foi obet m365Richard Berkovitz, um bebê que foi jogado dentrobet m365uma mala, pela janela do trem que transportava seus pais para um campobet m365concentração", contou Balint.
"Foi um gestobet m365desespero extremo por parte dos pais, que sabiam que iam morrer e tentaram dar uma chancebet m365vida à criança. Felizmente, o bebê foi encontrado por poloneses que cuidaram dele até o fim da guerra e depois o entregaram a um orfanato judaico."
Richard Berkovitz é uma das 180 pessoas que recuperarambet m365identidade graças ao trabalhobet m365Lea Balint.
Durante maisbet m36520 anos, Balint fez inúmeras viagens à Polônia, para consultar arquivos e entrevistar pessoas que após a guerra trabalharambet m365orfanatos e organizações humanitárias e acolheram as crianças órfãs.
A historiadora também visitou conventos que esconderam crianças judias e fez entrevistas longas com os sobreviventes,bet m365buscabet m365pistas para encontrar a identidade daqueles que não tinham ideia sobre seu passado.
"Durante as conversas, muitas vezes, surgiram lembranças que nem os próprios sobreviventes sabiam que tinham, pois durante a vida inteira recalcaram as memórias dolorosas da guerra", disse.
Identificação
Cruzando informaçõesbet m365documentos que encontrou ebet m365testemunhos que ouviu, ela conseguiu levantar dados que possibilitaram a identificaçãobet m365parte das crianças sem identidade.
Em vários casos, depoisbet m365saberem seu nome e databet m365nascimento, os sobreviventes conseguiram encontrar parentes que não sabiam que estavam vivos.
"Quando comecei a divulgar a existência do nosso arquivo recebi milharesbet m365telefonemas, tantobet m365pessoasbet m365Israel como no exterior, procurando saber quem eram seus pais, onde e quando tinham nascido e o que aconteceu combet m365família", disse.
No entanto, segundo ela, à medida que o tempo passa, o númerobet m365pessoas que a procuram diminui.
"Muitos sobreviventes do Holocausto já morreram e outros estão muito idosos e não têm forças para abrir as feridas do passado", afirmou.
Calcula-se que haja 200 mil sobreviventes judeus do genocídiobet m365Israel e um número semelhante ao redor do mundo.