Assédio muda vida1xbet 0d 0afamiliares do papa na Argentina:1xbet 0d 0a
1xbet 0d 0a A eleição do novo papa, na quarta-feira, mudou a vida1xbet 0d 0aseus familiares1xbet 0d 0aBuenos Aires. "Eu acordo às seis da manhã com o telefone tocando e as ligações continuam até tarde da noite", contou à BBC Brasil a irmã do papa Francisco, María Elena Bergoglio,1xbet 0d 0a65 anos.
Afônica "de tanto dar entrevistas", María diz que ainda não falou com o irmão, Jorge Bergoglio,1xbet 0d 0a76 anos, desde que ele foi eleito pontífice da igreja católica.
"O telefone não para e cada vez que penso que posso tentar falar com ele, toca1xbet 0d 0anovo", conta.
Até a semana passada, o novo papa era cardeal1xbet 0d 0aBuenos Aires e morava na capital argentina, a cerca1xbet 0d 0aduas horas da casa da irmã,1xbet 0d 0aItuzaingó.
Os dois costumavam se falar quase todos os dias por telefone. "Sempre nos falamos com muita frequência. Mas sei que ele está bem e que não vai mudar o estilo simples e alegre que sempre teve", diz María.
Mãe1xbet 0d 0adois filhos, José e Jorge, que é afilhado do papa, María é a única irmã viva do novo pontífice (os outros três irmãos morreram).
"A nossa vida mudou radicalmente nas últimas horas. Não esperávamos que ele se tornasse papa. Ainda estamos emocionados aqui1xbet 0d 0acasa, mas a fama, o mérito, são dele e não nossos".
Católicos praticantes
A família do papa é1xbet 0d 0acatólicos praticantes, como contou José Ignácio Ancede,1xbet 0d 0a29 anos, filho1xbet 0d 0aMaria e, portanto, sobrinho do papa.
"Sempre fomos católicos praticantes mas ele é o único da família que seguiu o sacerdócio. Minha relação com ele é1xbet 0d 0atio e sobrinho e nossas conversas foram muitas vezes sobre futebol. Ele é do San Lorenzo e nós aqui1xbet 0d 0acasa, do River Plate, o que sempre resultou1xbet 0d 0alongos debates e rivalidade", diz José Ignácio, rindo.
O sobrinho do papa diz que é "emocionante" saber que Bergoglio é "o primeiro não europeu, o primeiro latino-americano e, principalmente, um jesuíta" a ser eleito papa.
Maria conta que o irmão é um homem "de hábitos simples", "que sempre gostou1xbet 0d 0afutebol e1xbet 0d 0atango", que jogava pelada com os amigos na juventude, e que surpreendeu os pais ao anunciar1xbet 0d 0adecisão1xbet 0d 0aser padre.
"Nossa mãe ficou triste (ao saber1xbet 0d 0atal decisão), talvez porque esperava outro caminho para ele. Foi uma tristeza1xbet 0d 0amãe que sabe que o filho está deixando a casa e fazendo seu destino", afirma María.
Jorge Bergoglio começou a estudar para ser padre aos 19 anos. "E ele nunca teve dúvidas sobre1xbet 0d 0afé e caminho religioso", conta a irmã do papa.
'Um pai'
Com doze anos1xbet 0d 0adiferença1xbet 0d 0aidade, María diz que o irmão foi "um pai" para ela, já que o pai1xbet 0d 0aambos, um ferroviário, morreu quando ela era pequena.
Quando questionada sobre o que o novo pontífice falava sobre o Brasil nas conversas que tinham1xbet 0d 0acasa, quando ele era cardeal, ela respondeu: "Sei que ele tem carinho pelo Brasil e por toda a América Latina, mas neste momento sou incapaz1xbet 0d 0alembrar qualquer frase dele. Minha capacidade mental se esgotou1xbet 0d 0atantos telefonemas que já atendi."
Para María, a polêmica1xbet 0d 0atorno do papel do papa durante a ditadura argentina (1976-1983), "vai desaparecer assim como surgiu". "Bergoglio sempre disse que não teve ligações com aqueles anos e essa é a verdade", diz.
Na última sexta-feira, o Vaticano divulgou um comunicado negando que o novo pontífice tenha sido omisso ou colaborado com militares durante o período da ditadura, como acusam algumas figuras ligadas a movimentos1xbet 0d 0adefesa dos direitos humanos. "Estamos diante1xbet 0d 0auma campanha caluniosa e anticlerical1xbet 0d 0alonga data, levada adiante por um meio cuja origem é conhecida e notória", afirmou o porta-voz papal, Federico Lombardi.
A acusação diz respeito a acontecimentos do período1xbet 0d 0aque Bergoglio era superior da Companhia1xbet 0d 0aJesus na Argentina,1xbet 0d 0a1976. Na época, dois sacerdotes da ordem jesuíta que trabalhavam1xbet 0d 0auma comunidade carente foram sequestrados e torturados pela ditadura militar. Segundo o jornal Pagina 12, há testemunhos1xbet 0d 0aque o papa teria "retirado a proteção da igreja"1xbet 0d 0atais sacerdotes, abrindo caminho para o sequestro.
De acordo com a imprensa argentina, um deles morreu no ano 2000, no Uruguai,1xbet 0d 0acausas naturais. O outro, Fracisco Jalics, mora na Alemanha, onde contou que chegou a celebrar uma missa com Bergoglio.
"Eu me reconciliei com o que aconteceu e considero, da minha parte, assunto encerrado. Já realizamos uma missa juntos e nos abraçamos solenemente", afirmou.