'Cada dia procuro ser menos egoísta', diz brasileiro que viu mortebingo f12 betpertobingo f12 bet11/09:bingo f12 bet

World Trade Center. AFP

Crédito, AFP

Legenda da foto, Para Júnior, a queda do edifício e a nuvembingo f12 betfumaça foram os momentos mais apavorantes
  • Author, Alessandra Corrêa
  • Role, Da BBC Brasilbingo f12 betWashington

bingo f12 bet Dez anos após ter escapado ileso dos atentados ao World Trade Center,bingo f12 betNova York, onde trabalhavabingo f12 bet11bingo f12 betsetembrobingo f12 bet2001, o gaúcho Larry Pintobingo f12 betFaria Júnior diz não guardar traumas, mas afirma que o episódio o transformoubingo f12 betuma pessoa diferente.

"Ver a morte assimbingo f12 betperto muda a maneirabingo f12 betencarar a vida", disse Júnior à BBC Brasil.

"Eu mudei minha filosofiabingo f12 betvida, mudei minhas atitudes. Passei a ser uma pessoa completamente tranquila e consciente das minhas responsabilidades. A cada dia procuro ser uma pessoa menos egoísta."

Aos 53 anos, Júnior trocou Nova York por Miami, mas ainda trabalha na mesma empresa do mercado financeiro, a Icap – na época chamada Garban Intercapital, que funcionava no 25º andar da Torre Norte, a primeira a ser atingida nos atentados que mataram quase 3 mil pessoas.

Apesarbingo f12 betestar adaptado e feliz na Flórida, ele diz que, se fosse necessário, voltaria para Nova York.

"Se eu tivesse que trabalhar lábingo f12 betnovo, na mesma torre, eu trabalharia sem problema nenhum."

bingo f12 bet Medo

Naquela manhã, no momentobingo f12 betque o avião atingiu o prédio, às 8h46, Júnior já estava no escritório havia maisbingo f12 betduas horas.

"Eu estava ao telefone. Foi uma pancada muito forte", lembra. "Olhei para o meu chefe, que estava sentado ao meu lado, e disse: 'Vamos embora que esse edifício vai cair'."

Sem saber o que tinha acontecido – muitos pensavam que era uma bomba –, os funcionários começaram a descer os 25 andares.

"Todo mundo desceu tranquilamente. Lá pelo 16º andar, começamos a cruzar com os bombeiros, que estavam subindo, carregando equipamentos, e pediram que deixássemos o lado esquerdo da escada livre. E todo mundo obedeceu, ordeiramente", conta.

No meio do caminho, Júnior recebeu um telefonemabingo f12 betum amigo que lhe disse que um "aviãozinho" havia batido no prédio.

"Fiquei mais tranquilo. Falei para o pessoal que estava comigo: 'Não é atentado. Parece que foi um avião que bateu aíbingo f12 betcima'."

Após deixar o prédio, tentou alcançar as barcas para atravessar o rio Hudson e chegar ao outro lado, onde morava,bingo f12 betJersey City. Foi impedido por uma policial, já que o serviço estava suspenso. Foi então que a Torre Sul ruiu.

"Foi só neste momento que senti medo", diz. "Caiu do meu lado. Aí começou aquela poeira, todo mundo começou a correr. Eu bati o recorde dos cem metros, corri como um louco."

bingo f12 bet Sobreviventes

A Garban Intercapital ocupava quatro andares do World Trade Center e tinha cercabingo f12 bet1,8 mil funcionários. Segundo Júnior, apenas um morreu, porque estavabingo f12 betuma reuniãobingo f12 betoutra empresa, no 106º andar.

Os três brasileiros que trabalhavam com Júnior sobreviveram, mas ele perdeu vários amigos e ex-colegas nos atentados.

Larry Pintobingo f12 betFaria Júnior . Arquivo pessoal

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Júnior e a mulher; brasileiro diz que passou a ver a vidabingo f12 betmaneira distinta após a experiência

Ele próprio poderia ter sido uma das vítimas. Quando chegou aos Estados Unidos,bingo f12 bet1999, trabalhava para uma empresa concorrente, a Euro Brokers, que funcionava no 84º andar da Torre Sul – a segunda a ser atingida e a primeira a cair.

"Quando o primeiro avião bateu na minha torre, eles também começaram a descer, mas a brigadabingo f12 betincêndio pediu que voltassem, porque o problema era no outro prédio. Pediram que esperassem evacuar a minha torre, para só então deixarem o prédio deles", relata.

"Voltaram e, logobingo f12 betseguida, houve a tragédia. Uma parte da asa pegou no 85º andar. Muita gente morreu, não só pelas chamas, mas pelo impacto", diz Júnior, que havia deixado a Euro Brokersbingo f12 betjaneirobingo f12 bet2000.

bingo f12 bet Impacto

No dia dos atentados, Júnior só conseguiu voltar para casa às 18h30. No meio do caminho, parou na residência do chefe, também brasileiro, e telefonou para a mulher, Valéria, que estava no Brasil para comemorar o aniversário,bingo f12 bet10bingo f12 betsetembro.

Quando chegoubingo f12 betcasa, recebeu a visitabingo f12 betum vizinho, cuja mulher trabalhava na Cantor Fitzgerald, empresa que perdeu 658 funcionários nos ataques.

"Ele ficou muito nervoso e foi para a minha casa. Estava buscando informações sobre a mulher (que morreu). Aquilo me deixou muito abalado. Eu estava feliz por estar vivo, e aquilo contrastava com a situação dele", diz Júnior.

Poucos dias após os atentados, Júnior viu um psicólogo falar na TV sobre o impacto da tragédia.

"Naquele momento, eu ainda não sabia, mas vivi exatamente a sequênciabingo f12 betsentimentos que ele descreveu", diz.

Ele conta que, passado o momentobingo f12 beteuforia, por ter sobrevivido, veio uma profunda tristeza, por ter perdido amigos, seguidabingo f12 betraiva dos culpados pelos atentados ebingo f12 betdepressão.

bingo f12 bet Mudanças

Menosbingo f12 betuma semana após os atentados Júnior desembarcoubingo f12 betSão Paulo, onde permaneceu por um ano e dois meses trabalhandobingo f12 betum escritório provisório da empresa.

Depois, quando a companhia já havia aberto um novo escritório,bingo f12 betJersey City, ele voltou aos Estados Unidos. “Eu queria voltar, não queria ficar no Brasil”, diz.

Em dezembrobingo f12 bet2007 foi transferido para Miami, com a aberturabingo f12 betuma filial da empresa.

Júnior conta que comprou todos os livros publicados sobre o 11bingo f12 betSetembro e buscou estudar a fundo as razões que levaram ao atentado. Mas hoje, dez anos depois, diz não ter ficado traumatizado com o episódio.

"Acho que não me deprimi tanto porque não vi ninguém morrer. Ao contráriobingo f12 betalguns colegas, que viram pessoas caindo do prédio ao lado deles, pessoas queimadas, gente soterrada, eu não vi nada disso", diz.

Ele afirma, porém, que o 11bingo f12 betSetembro selou um processobingo f12 betmudanças embingo f12 betvida iniciado ainda antesbingo f12 betchegar aos Estados Unidos.

World Trade Center. AP

Crédito, AP

Legenda da foto, Júnior diz ler muito sobre o 11bingo f12 betSetembro para tentar entender o que provocou os atentados

"Foi uma sequenciabingo f12 betcoisas. Eu tinha recém-casado com a minha mulher. Ela vinhabingo f12 betum casamento anterior longo, eu também. Estávamosbingo f12 betuma situação financeira difícil no Brasil e mudamos para cá. Reconstruímos nossa vida", diz.

"Não foi apenas o atentado. Mas com o atentado eu passei a ver a vidabingo f12 betuma maneira completamente diferente."

bingo f12 bet Cerimônia

A morte do líder da Al-Qaeda, Osama Bin Laden,bingo f12 betmaio deste anobingo f12 betuma operaçãobingo f12 betforças americanas no Paquistão foi recebida com alívio pelo brasileiro.

"Eu não vou dizer que fiquei feliz", afirma. "Mas eu acho que eles precisavam fazer issobingo f12 betnomebingo f12 bettodas as pessoas que sofreram no atentado."

Dos brasileiros que trabalhavam na Garban Intercapital no dia dos atentados, somente Júnior e o chefe continuam na empresa, mas o 11bingo f12 betSetembro não faz parte das conversas.

"Ele não gostabingo f12 bettocar no assunto. Nunca mais falamos sobre o atentado", diz.

Júnior não se importabingo f12 betfalar sobre o assunto, mas não pretende se envolver nas cerimônias para marcar os 10 anos dos atentados, no próximo domingo.

"No dia 11bingo f12 betsetembro, vou pegar minha mulher, o filho dela, que está nos visitando com a namorada, e vamos para Palm Beach, na beira da praia. Não quero nem ver cerimônia."