Entenda a crise na Grécia e suas implicações:betanologin

Mulher com máscara contra gás protesta na Praça Sintagma,betanologinAtenas. Foto: Reuters

Crédito, AP

Legenda da foto, Medidasbetanologinausteridade foram recebidas com protestos na Grécia

betanologin Em meio a protestos popularesbetanologinAtenas, o Parlamento grego aprovou um pacotebetanologinmedidasbetanologinausteridade exigidas pelo FMI e a União Europeia (UE), para que a Grécia, que estábetanologinuma grave crise fiscal, receba a última parcelabetanologinum resgate financeiro.

Um segundo empréstimo já está sendo formulado, para evitar que a Grécia declare a moratóriabetanologinsua dívida, o que poderia levar a uma sériebetanologincalotesbetanologinoutros países europeus igualmentebetanologincrise e à contaminação do sistema financeiro mundial.

Entenda melhor a crise da dívida da Grécia:

betanologin Por que a Grécia já precisabetanologinum segundo pacotebetanologinresgate?

O pacote original foi aprovado há pouco maisbetanologinum ano,betanologinmaiobetanologin2010.

A razão para o resgate é que o país estava tendo dificuldadesbetanologinobter dinheiro emprestado no mercado para quitar suas dívidas. Por isso recorreu à União Europeia e ao FMI.

A ideia era dar à Grécia tempo para sanearbetanologineconomia, o que reduziria os custos para que o país obtivesse dinheiro no mercado.

Mas isso não ocorreu até agora. Pelo contrário: a agênciabetanologinclassificaçãobetanologinrisco S&P recentemente deu à Grécia a pior notabetanologinrisco do mundo (dentre os países monitorados pela agência).

Assim, o país continua tendo diversas dívidas a serem quitadas, mas não é capazbetanologinobter dinheiro comercialmente para refinanciá-las.

betanologin Por que a Grécia está nessa situação?

A Grécia gastou bem mais do que podia na última década, pedindo empréstimos pesados e deixandobetanologineconomia refém da crescente dívida.

Nesse período, os gastos públicos foram às alturas, e os salários do funcionalismo praticamente dobraram.

Enquanto os cofres públicos eram esvaziados pelos gastos, a receita era afetada pela evasãobetanologinimpostos – deixando o país totalmente vulnerável quando o mundo foi afetado pela crisebetanologincréditobetanologin2008.

O montante da dívida deixou investidores relutantesbetanologinemprestar mais dinheiro ao país. Hoje, eles exigem juros bem mais altos para novos empréstimos que refinanciembetanologindívida.

betanologin O que a Grécia está fazendo para reverter a crise?

A Grécia apresentou planos para cortar seu deficitbetanologinmaneira escalonada.

Para isso, o Parlamento grego aprovou,betanologin29betanologinjunho, um pacotebetanologinmedidasbetanologinausteridade apresentado pelo governo.

O plano prevê aumentosbetanologinimpostos, cortes orçamentários, reduçãobetanologinbenefícios previdenciários e privatizações, durante um períodobetanologincinco anos.

Para o setor público, o pacote do governo estabelece reduçãobetanologinganhosbetanologinservidores e tetos salariais.

O plano prevê ainda o aumento da idade para a aposentadoria,betanologinuma tentativabetanologineconomizar dinheiro no sistemabetanologinpensões, já sobrecarregado.

A população reagiu com protestos, alguns deles violentos.

Muitos servidores públicos acreditam que a crise foi criada por forças externas, como especuladores internacionais e banqueiros da Europa central.

Os dois maiores sindicatos do país classificaram as medidasbetanologinausteridade como “antipopulares” e “bárbaras”.

betanologin Por que a Grécia não declara moratóriabetanologinsuas dívidas?

Se o país não fosse membro da zona do euro, talvez fosse tentador declarar a moratória, o que significaria deixarbetanologinpagar os juros das dívidas ou pressionar os credores a aceitar pagamentos menores e perdoar parte da dívida.

No caso da Grécia, isso traria enormes dificuldades. As taxasbetanologinjuros pagas pelos governos da zona do euro têm sido mantidas baixas ante a presunçãobetanologinque a UE e o Banco Central Europeu proveriam assistência a países da região, justamente para evitar calotes.

Uma moratória grega, alémbetanologinestimular países como Irlanda e Portugal a fazerem o mesmo, significaria um aumentobetanologincustos para empréstimos tomados pelos países menores da UE, sendo que alguns deles já sofrem para manter seus pagamentosbetanologindia.

Se Irlanda e Portugal seguissem o caminho do calote, os bancos que lhes emprestaram dinheiro seriam afetados, o que elevaria a demanda por fundos do Banco Central Europeu.

Por isso, enquanto a Europa conseguir bancar a ajuda aos países com problemas e evitar seu calote, é provável que continue fazendo isso.

betanologin Então por que os países europeus não concordam logo com um novo pacotebetanologinresgate?

Alguns governos, como o da Alemanha, já defenderam que os bancos privados europeus também entrem na ajuda à Grécia. No entanto, existem temoresbetanologinque o envolvimento destas instituições traga graves riscos ao mercado financeiro.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, já chegou a um acordo para que os bancos franceses ajudem a Grécia, dando ao país mais tempo para pagar dívidas que estão prestes a vencer.

Os demais bancos da zona do euro estão sendo pressionados pelos governos para também ajudar o governo grego. As instituições alemãs já estariam interessadas no modelo francês.

No entanto, as agênciasbetanologinclassificaçãobetanologincrédito, que estimam se a comprabetanologinbônus das dívidas dos países vale ou não a pena, já afirmaram que qualquer rolagem da dívida grega será considerada um "calote técnico", que pode levar à insolvência.

A agênciabetanologinclassificaçãobetanologinrisco Moody’s já declarou que pode rebaixar a nota dos três maiores bancos da França por causabetanologinsua vulnerabilidade à dívida grega.

betanologin A crise na Grécia pode se espalhar?

Se a Grécia promover um calote, os problemas podem se espalhar para a Irlanda e Portugal.

Mesmo sem uma moratória, ainda pode haver dificuldades, já que os pacotesbetanologinresgate oferecidos a esses dois países foram estruturados para ajudar Lisboa e Dublin até que seus governos fossem novamente capazesbetanologinobter dinheiro no mercado – como no casobetanologinAtenas.

Um calote grego pode fazer com que investidores questionem se a Irlanda e Portugal não seguirão o mesmo caminho.

O problema real diz respeito ao que acontecerá com a Espanha, que só tem conseguido obter dinheiro no mercado a custos crescentes.

A economia espanhola equivale à soma das economias grega, irlandesa e portuguesa. Seria muito mais difícil para a UE estruturar, caso seja necessário, um pacotebetanologinresgate para um país dessa dimensão.