Brittney Griner: o que espera a estrela americana do basquetebetano vegascolônia penal na Rússia:betano vegas

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Legenda da foto, Brittney Griner foi condenada a nove anosbetano vegasuma colônia penal por um tribunal russobetano vegasagosto

Seus advogados confirmaram que ela está sendo mantida na colônia penal feminina IK-2, no remoto vilarejobetano vegasYavas, na Mordóvia, a 500 km a sudeste da capital russa. Os advogados declararam que ela está "bem, dentro do esperado, e tentando manter as forças enquanto se adapta ao novo ambiente".

A expressão "colônia penal" traz recordações dos gulags, os camposbetano vegastrabalhos forçados da era soviética. Mas, neste caso, ela indica simplesmente uma prisão, com diversas fileirasbetano vegasconstruções baixas que abrigam acomodações comuns para os internos e estruturas separadas que abrigam oficinas para os prisioneiros.

Por dias, ninguém, incluindo seus advogados, soube ara onde Griner havia sido transferida. Isso é normal na Rússia e, quando as famílias dos internos não conseguem pagar por um bom advogado, às vezes pode levar semanas para chegar uma carta da prisão.

Crédito, Federal Russian Penitentiary Service

Legenda da foto, Colônia penal para mulheresbetano vegasYavas tem capacidade para 820 detentas

A prisãobetano vegasGriner é uma das colônias prisionais comuns da Rússia, que abrigam a maior parte da população carcerária do país,betano vegas453 mil prisioneiros.

Os condenados por maisbetano vegasum crime ou aqueles com sentença por crimes graves são enviados para colôniasbetano vegasregime restrito ou especial. A diferença entre os tiposbetano vegascolônia penal está no número permitidobetano vegasvisitasbetano vegasparentes,betano vegasrecebimentobetano vegas pacotesbetano vegasalimentos ou roupas, e na severidade das punições por desrespeitar as normas. Alguns crimes graves são passíveisbetano vegaspunição como isolamentobetano vegascelas sem acesso ao ar livre.

No outro extremo da escala penitenciária, estão as "colônias-assentamentos" para os que cometeram crimes menores. Estas são mais flexíveis e até permitem que presos cumpram penabetano vegasregime semiaberto.

As mulheres compõem cercabetano vegas5% da população carcerária da Rússia. Por isso, existem muito menos prisões para as mulheres, o que significa que muitos parentes precisam viajar mais para visitá-las.

A condenaçãobetano vegasGriner não é surpresa para ninguém: 13,5%betano vegastodas as sentençasbetano vegas2021 foram emitidas para posse, contrabando ou comérciobetano vegasdrogas ilícitas. Para as mulheres, esse índice sobe para 42%, embora nem todas ficassembetano vegascustódia.

A polícia russa vem sendo acusada há anosbetano vegasaumentar as estatísticasbetano vegascrimes, plantando drogas ou pressionando detentos para obter confissões. Mas não foi o casobetano vegasGriner. Ela admitiu ter cartuchosbetano vegasvape com óleobetano vegascannabis nabetano vegasbagagem ao retornar para a Rússiabetano vegasfevereiro, para jogar basquete durante as férias da temporada americana.

Ela é campeã da WNBA e medalhistabetano vegasouro olímpica, mas não fala russo e não existem instituições correcionais para estrangeiros. Mas existem 20 prisões que abrigam diversos agentes da lei condenados por crimes, para que estes não se misturem com criminosos que ajudaram a prender.

Para os prisioneiros homens, a violência é uma ameaça sempre presente, seja abetano vegasoutros prisioneiros ou dos carcereiros. Nos últimos anos apareceram vídeosbetano vegastortura, estupros e humilhações, vistos como prova da existênciabetano vegassistemas organizadosbetano vegasintimidação, extorsão e obtençãobetano vegasconfissões, conduzidos por detentos e induzidos por autoridades prisionais.

Esse tipobetano vegasviolência não ocorre nas prisões femininas, mas Olga Podoplelova, da ONG "Rússia Atrás das Grades", afirma que a vida das detentas não é fácil.

"Não existe hierarquia prisional informal estabelecida nas prisões femininas, mas a administração controla tudo e existem muitas formasbetano vegastransformar a vidabetano vegasuma detentabetano vegasum inferno", segundo ela.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Equipamentobetano vegasmá qualidade da prisão significa que Griner, com 2,06 m, precisará se agachar para operar a máquinabetano vegascostura enquanto trabalha

Pelas leis da Rússia, os detentos precisam trabalhar. A maioria obedece, pois a recusa normalmente traz problemas. Mas a casta superior dos condenados na hierarquia criminal masculina (conhecida como "blatnye"),betano vegasprincípio, se recusa a trabalhar.

O regime prisional prevê salários muito pequenos por condições que muitos observadores chamambetano vegastrabalho escravo.

"Os detentos trabalhambetano vegas12 a 16 horas por dia, com intervalos para o almoço e para irem ao banheiro", afirma Podoplelova. "As cotas diárias definidas são muito altas, mas um salário oficial normalmente é dividido por diversos detentos. Por isso, os trabalhadores prisionais ganham apenas algumas centenasbetano vegasrublos por mês como pagamento."

Esse valor equivale a poucos dólares (na casabetano vegasdezenasbetano vegasreais) por mês — uma fração do que até os mais pobres da Rússia ganhambetano vegassalário pela semana máximabetano vegas40 horasbetano vegastrabalho prevista pela legislação do país.

Os homens nas colônias penais muitas vezes trabalham com processamentobetano vegasmadeira ou soldagem. Já as detentas mulheres invariavelmente são empregadas para costurar roupas, principalmente uniformes para o serviço prisional, o Exército ou a polícia.

O equipamento é antigo e os locaisbetano vegastrabalho são mal equipados,betano vegasforma que Griner, que tem 2,06 metrosbetano vegasaltura, precisará se agachar para operar a máquinabetano vegascostura.

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Legenda da foto, O líder da oposição russa Alexei Navalny também cumpre nove anosbetano vegasprisão

A colônia penalbetano vegasYavas — onde se acredita que Griner esteja presa — não tem boa reputação. Detentas que lá trabalharam relataram castigos físicos e intimidação.

"Trabalhei como costureira e existe uma lei: se você não cumprir a velocidadebetano vegasprodução, você apanha", segundo declarou a ex-detenta Irina Noskova ao jornal russo New Timesbetano vegas2013.

As tentativasbetano vegasluta pelos direitos dos detentos trabalhadores são raras.

Duas mulheres que levantaram a questão com uma grevebetano vegasfome foram Maria Alekhina e Nadezhda Tolokonnikova, que foram presas por dois anos depois quebetano vegasbanda Pussy Riot fez uma apresentação punkbetano vegasuma catedralbetano vegasMoscou,betano vegas2012.

Alekhina cumpriubetano vegaspenabetano vegasduas prisões comuns e afirma que as tradições criadas na épocabetano vegasStalin com o sistemabetano vegasgulags continuam vivas. "Todo esse [trabalho] é feito sem alimentação normal, sem sistema médico normal e sem nenhuma defesa dos direitos humanos", declarou ela recentemente à agência Reuters.

Já Tolokonnikova cumpriu parte dabetano vegassentençabetano vegasoutra colônia penal feminina, pertobetano vegasYavas.

O prisioneiro russo mais conhecido é o políticobetano vegasoposição Alexei Navalny. Ele também assumiu a luta por melhores condiçõesbetano vegasprisão e pagamento.

Atualmente, ele cumpre penabetano vegasnove anosbetano vegasuma colôniabetano vegasregime restrito a 250 km a lestebetano vegasMoscou. Em junho, Navalny foi transferido para a colônia penal IK-6, que seu advogado descreveu como um "lugar monstruoso". Antesbetano vegasseguir para a IK-6, ele estava presobetano vegasPokrov, mais perto da capital russa.

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Legenda da foto, A colônia penal restrita IK-6 onde está preso o líder da oposição russa Alexei Navalny

Navalny foi forçado a costurar roupas, mas conseguiu convencer as autoridades a substituir os antigos bancos curtosbetano vegasquatro pernas por cadeiras giratórias adequadas para eles e para alguns colegas.

Em agosto, ele anunciou a criaçãobetano vegasum sindicado dos detentos trabalhadores, mas, até agora, nenhum outro detento se atreveu a se sindicalizar.

Desde então, ele vem passando repetidos períodos confinado na solitária, por transgressões como usar seu uniforme desabotoado ou por não manter suas mãos para trás ao caminharbetano vegasfrente à guarda.

Suas condições foram ainda mais restringidasbetano vegasnovembro, quando seus aliados afirmaram que ele foi transferido para um "blocobetano vegascelas cobertas", sem acesso ao ar livre.

No aplicativobetano vegasmensagens Telegram, Navalny descreveubetano vegascélula como "muito pequena... como a solitária".

A prisão dificultoubetano vegascomunicação com os advogadosbetano vegasdefesa. A telabetano vegasvidro que os separava foi substituída por um filme opaco e eles foram impedidosbetano vegasexibir documentos. "Estoubetano vegasuma salabetano vegas1 metro por 1 metro, frente a uma paredebetano vegasplástico com contornos humanos atrás dela", queixou-se ele.

Brittney Griner muito dificilmente irá enfrentar este tipobetano vegaspressão. Mas a possibilidadebetano vegasque seu passaporte estrangeiro ebetano vegasfama no esporte ofereçam algum alívio das condições enfrentadas pelas prisioneiras comuns é pequena.

Outro prisioneiro que as autoridades norte-americanas desejam ver libertado é o ex-fuzileiro naval Paul Whelan, presobetano vegas2020 sob alegaçãobetano vegasespionagem. Como Navalny, ele foi confinado na solitária e, como Griner, está sendo mantidobetano vegasuma colônia penal na Mordóvia, a pouca distância da atleta.

- Este texto foi publicadobetano vegashttp://vesser.net/internacional-63675236

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