Imigração para Portugal: Brasileiros trocam Lisboa por interiortropical tiki slotbuscatropical tiki slotmenor custotropical tiki slotvida:tropical tiki slot

rua residencialtropical tiki slotLisboa

Crédito, Laís Alegretti/BBC

Legenda da foto, Custotropical tiki slotmoradiatropical tiki slotem Lisboa tem levado imigrantes a buscar cidades menorestropical tiki slotPortugal

Uma análise do aumento da população estrangeira residente nos diferentes distritostropical tiki slotPortugaltropical tiki slotdez anos (2011 a 2021) mostra que sete outros distritos tiveram um crescimentotropical tiki slotimigrantes proporcionalmente maior do que Lisboa. São eles: Braga, Beja, Castelo Branco, Porto, Viana do Castelo, Bragança e Leiria.

Estrangeiros residentestropical tiki slotPortugal. Sete distritos tiveram aumento proporcional maior que Lisboa.  .

Os brasileiros são a principal comunidade estrangeiratropical tiki slotPortugal - um terço dos imigrantes residentes no país, segundo dados do Serviçotropical tiki slotEstrangeiros e Fronteiras (SEF). São maistropical tiki slot250 mil brasileiros registradostropical tiki slotPortugal.

A BBC News Brasil conversou com imigrantes brasileirostropical tiki slotPortugal e com especialistas para entender suas motivações - e ouvir o que avaliam como pontos positivos e negativos da vida nas cidades portuguesas menores.

A especialistatropical tiki slotestudos migratórios Thaís França, pesquisadora do Centrotropical tiki slotInvestigação e Estudostropical tiki slotSociologia do Instituto Universitáriotropical tiki slotLisboa, diz que tem percebido esse movimento focado no interior e concentra a explicação nos preçostropical tiki slotmoradiatropical tiki slotLisboa.

"Lisboa está ficando insuportavelmente cara. Ainda mais para brasileiro, que é acostumado com apartamento grande - com dois, três banheiros -, morartropical tiki slotLisboa está impossível", diz.

As condiçõestropical tiki slotvidatropical tiki slotcidades menores, se comparadas ao subúrbio das grandes cidades, pode ser atraente, a pesquisadora diz. "Entre morar no subúrbiotropical tiki slotLisboa e Porto, que tem o tempo com deslocamento, é preferível morartropical tiki slotcidade menor com melhor qualidadetropical tiki slotvida, sem parte daquele perrengue que brasileiros passam com trânsito, transporte público."

Segundo dados divulgadostropical tiki slotoutubro pela imprensa portuguesa, houve um aumentotropical tiki slot10% nos aluguéistropical tiki slotcontratos firmadostropical tiki slotjulho a setembrotropical tiki slotLisboa e Porto,tropical tiki slotrelação ao trimestre anterior. Os dados são do Índicetropical tiki slotRendas Residenciais, apurados pela Confidencial Imobiliário.

A plataforma colaborativa Numbeo, que reúne e compara dados sobre custotropical tiki slotdiferentes cidades, aponta que um apartamentotropical tiki slotum quarto no centrotropical tiki slotLisboa custa cercatropical tiki slot1.170 euros (770 euros fora do centro), enquantotropical tiki slotLeiria os preços estariam, respectivamente,tropical tiki slot750 euros e 570 euros.

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A escolhatropical tiki slotAline Dorneles por Leiria veio depois da conclusãotropical tiki slotque seria "arriscado financeiramente" ir para Lisboa.

Depoistropical tiki slottrês anos vivendotropical tiki slotDublin, na Irlanda, ela chegou a Leiriatropical tiki slotagosto e está satisfeita com as condiçõestropical tiki slotmoradia. "A acomodação que estou é maistropical tiki slotconta quetropical tiki slotLisboa, o quarto é bem melhor, a casa é bem organizada. Tenho notado que as casas aqui são melhores, mais espaçosas do quetropical tiki slotLisboa."

Aline Dorneles no Castelotropical tiki slotLeiria

Crédito, Arquivo Pessoal Aline Dorneles e Camila Barbosa

Legenda da foto, Aline Dorneles no Castelotropical tiki slotLeiria: a gaúcha se mudou para o interiortropical tiki slotportugaltropical tiki slotagosto

O transporte público, no entanto, foi uma surpresa ruim. "Tem poucos ônibus e são espaçados. Nem sempre cumprem a tabela. Dificultou para mim porque não dirijo. Para qualquer trajeto que eu vá fazer, preciso meia hora pra ir a pé ou um pouco mais para irtropical tiki slotônibus porque nem sempre passa na hora."

Dorneles também diz que notou "uma mentalidade um pouco mais tradicional" na cidade. "Uma coisa que sempre comentamos entre os amigos recém-chegados, que nos impacta bastante, é a questãotropical tiki slotdificilmente ver casais homoafetivos na ruatropical tiki slotmãos dadas."

Ela conversou com a BBC News Brasil dias antestropical tiki slotcomeçar a trabalhartropical tiki slotum café. E diz que a busca por emprego, na comparação com a Irlanda, tem sido mais difícil.

"Por falar português, inglês, estar fazendo um mestradotropical tiki slotárea administrativa, achei que fosse ser mais fácil conseguir, por exemplo, um empregotropical tiki slotuma lojatropical tiki slotshopping. Eu me cadastreitropical tiki slotsitestropical tiki slotgrandes marcas e só dão negativa", diz. "Eu achava que seria diferente. Não achei que fosse ter um cargo muito alto, mas nem como secretária ou vendedora estão me chamando."

Ela atribui,tropical tiki slotparte, à nacionalidade. "Acredito que tem a ver com a questãotropical tiki slotnão ser portuguesa. Não sei se o fatotropical tiki slotser brasileira, mas não ser portuguesa. Acho que isso contribui muito".

E compara com a experiência anterior: "Na Irlanda, eles querem muito o trabalhador brasileiro, porque consideram um bom trabalhador, esforçado. Mas aqui, quando você fala que é brasileiro, eles tentam colocar uma posição mais baixa. Tem um preconceito velado."

Também conta que já ouviu respostastropical tiki slotque seria muito qualificada para a vaga. "O que dizem muito para mim e para meus colegastropical tiki slotfaculdade que estão passando pelo mesmo processo é que o currículo é muito bom e você não vai querer ficar lá muito tempo, como vendedora, por exemplo."

tropical tiki slot ' tropical tiki slot Brasileiro está descobrindo as cidades menores tropical tiki slot '

vistatropical tiki slotLisboa, com diversas casas e rio Tejo ao fundo

Crédito, Laís Alegretti/BBC

Legenda da foto, Antes, o brasileiro "olhava Portugal e via Lisboa (foto) e Porto", diz Lemos. "O resto do pais era desconhecido"

A empresária Patrícia Lemos, proprietária da consultoria Vou Mudar Para Portugal, que presta serviços para brasileiros que querem se mudar para o país, viu subir significativamente a procura por cidades menores.

Ela diz que o brasileiro, antes, "olhava Portugal e via Lisboa e Porto" e que "o resto do pais era desconhecido". Agora, "o brasileiro está descobrindo as cidades menorestropical tiki slotPortugal e percebendo que, mesmotropical tiki slotcidades pequenas, tem infraestruturatropical tiki sloteducação e saúde". Ela acrescenta que o "divisortropical tiki slotáguas" são os custos - principalmentetropical tiki slotaluguel.

"O alugueltropical tiki slotum quartotropical tiki slotLisboa está na faixatropical tiki slot350, 400 euros. Se você pega o salário mínimo, que líquido fica 627 euros, você não vai encontrar a qualidadetropical tiki slotvida que você foi buscar."

Na experiência dela, as cidades no radar dos brasileiros que buscam alternativas a Lisboa e Porto são principalmente: Braga, Aveiro e Leiria.

Lemos considera que o brasileiro tem a ideiatropical tiki slotque serviços públicos não funcionam fora dos grandes centros, e diz quetropical tiki slotPortugal eles encontram educação, saúde e segurança nas cidades menores também.

E qual é a dificuldade? A adaptação ao estilotropical tiki slotvida do interior português - que ela define como pacato - pode ser um desafio para alguns, diz ela.

"Não é o interior do Brasil. Interiortropical tiki slotportugal é: cinco da tarde não tem ninguém na rua. E o brasileiro está muito acostumado com aquela coisatropical tiki slotque você conhece um, vai pra casa do outro. O interior aqui é mais fechado."

Questionada sobre eventual dificuldadetropical tiki slotencontrar emprego no interior, Lemos diz que "o brasileiro, profissionalmente, quando ele chega a Portugal, tem que se reinventar". "O que você tem é uma dificuldadetropical tiki slotalgumas pessoastropical tiki slotdescer alguns degraus no que se chamatropical tiki slotcargo, status."

Trabalho remototropical tiki slotPortugal

Daniel Mendes

Crédito, Arquivo Pessoal Daniel Mendes

Legenda da foto, O paulista Daniel Mendes,tropical tiki slot33 anos, saiutropical tiki slotSintra para vivertropical tiki slotFigueira da Foz

Para quem tem oportunidadetropical tiki slottrabalhartropical tiki slotforma remota, encontrar uma opçãotropical tiki slotmoradia no interior é uma realidade mais próxima.

O paulista Daniel Mendes,tropical tiki slot33 anos, saiutropical tiki slotSintra para vivertropical tiki slotFigueira da Foz.

"Trabalhar remoto, sem escritório, me dá certa flexibilidade. Isso me ajudou a encontrar cidade fora dos grandes centros", diz ele, que é funcionáriotropical tiki slotuma consultoria na áreatropical tiki slotestratégia.

Há seis meses na cidade, ele moratropical tiki slotum apartamento que considera superconfortável. "Uma qualidadetropical tiki slotvida muito maior do que tinha antes, por preço menor".

Ao se mudar para Portugal,tropical tiki slot2019, ele trabalhou por cercatropical tiki slotum anotropical tiki slotum hostel na Costa da Caparica, onde trocava o trabalho por hospedagem e alimentação. Depois, mudou-se para Sintra e, quando a dona da casa vendeu o local que ele alugava, conta que foi procurar opções.

"Comecei a procurar lugarestropical tiki slotLisboa, Costa da Caparica, Sintra, estava tudo muito caro… Fui procurando Ericeira, Figueira da Foz… Aí resolvi mudar pra Figueira da Foz. Eu tinha visto que era cidade boa, mas nunca tinha nem visitado. Foi tudo muito novo."

E ele, que se considera "uma pessoatropical tiki slotcidades pequenas", se adaptou ao estilotropical tiki slotvida.

"Quando cheguei a Figueira, gostei porque é uma cidade muito tranquila. Não tem muita vida cultural, como Lisboa. É uma cidadetropical tiki slotpraia, esporte e tranquilidade", diz. "Hoje faço partetropical tiki slotum grupotropical tiki slotbasquete, faço natação numa piscina semi-olímpica, às vezes vou surfar no Cabedelo (praia)."

'Achava que eu ia perder muito'

Aline Galvão, grávida,tropical tiki slotLisboa

Crédito, Arquivo Pessoal - Aline Galvão

Legenda da foto, Aline Galvão moroutropical tiki slotLisboa (foto) e depois mudou com a família para o Algarve

Há quase nove anos vivendotropical tiki slotPortugal, a pernambucana Aline Galvão,tropical tiki slot35 anos, diz que deixar Lisboa "foi uma decisão muito difíciltropical tiki slottomar".

"Eu sempre achava que eu ia perder muito. Meus amigos estãotropical tiki slotLisboa, minha pouca família que moratropical tiki slotPortugal estátropical tiki slotLisboa, e eu pensava 'Meu Deus, estou indo para longetropical tiki slottodo mundo e com criança' - por mais que tenha aqui também a família do meu marido, eu ficava me sentindo muito confusa", diz.

Depoistropical tiki slotvivertropical tiki slotLisboatropical tiki slot2014 a 2018, hoje ela moratropical tiki slotLagos, no Algarve (região conhecida por ser um importante polo turístico), com o marido português e os dois filhos - Vicente,tropical tiki slotquase 6 anos, e Sebastião,tropical tiki slot4 meses.

Ainda que a mudança não tenha sido motivada por cortestropical tiki slotgastos - e sim para mudar o estilotropical tiki slotvida -, ela conta que o novo cotidiano levou a algumas economias.

"Não é exatamente uma cidade com custotropical tiki slotvida mais barato, por ser turística, com pouca ofertatropical tiki slotcasas pra alugueltropical tiki slotlonga duração", reconhece. "Viemos para ter estilotropical tiki slotvida mais prático e menos dispendioso, mas porque família do marido é daqui e tem casas aqui, então viemos para fazer a gestão dessas casas."

Aline Galvão e família

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Aline mudou com família para o Algarve para mudar estilotropical tiki slotvida

Ela diz que as despesas com lazer e com creche são menores na nova cidade. "Nossa vida terminou por ter custo menor do que Lisboa ou do que teria no Porto. São cidades grandes, onde há necessidade grandetropical tiki slotcolocar criança na creche, na escola, e normalmente não tem vaga (pública) suficiente, aí você tem que pagar escola particular."

Em termostropical tiki slotlazer, ela diz que o foco virou a natureza. "Apesartropical tiki slotser uma região muito turística etropical tiki slotturismotropical tiki slotluxo, é um lugar que não tem muitos apelos para gastar, como shopping centers e lojinhas - aquele apelo ao consumo. Nossa rotina é muito centrada na natureza", diz.

"É quase que inevitável que você deixetropical tiki slotter custos. O carro é uma necessidade porque as coisas são mais distantes, mas basicamente usamos para ir ao mercado e deixar o filho na escola. Trabalhamos a partirtropical tiki slotcasa, não tem trânsito", diz.

"Vez por outra a gente vai para Lisboa e aí, pronto, vai a teatro, espetáculostropical tiki slotmúsica,tropical tiki slotdança - coisas que talvez não venham para esta região. A gente vai lá, consome aquilotropical tiki slotcultura que faz falta nessa região e volta cheiotropical tiki slotsaudades."

Este texto foi publicado originalmente emhttp://vesser.net/internacional-63649595