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Lafarge: a multinacional francesa condenada a pagar R$ 4 bi por apoiar o Estado Islâmico:
A fabricantecimento, que foi comprada pela suíça Holcim2015, disse que o comportamento deles havia sido uma "violação flagrante" do códigoconduta da Lafarge.
Pagamento'impostos'
A empresa abriufábricaJalabiya, perto da fronteira com a Turquia,2010, após um investimentoUS$ 680 milhões (cercaR$ 3,5 bilhões).
Os promotores americanos informaram que a subsidiária síria da Lafarge pagou ao Estado Islâmico e a outro grupo terrorista, a Frente al-Nusra, o equivalente a US$ 5,92 milhões (aproximadamente R$ 31,2 milhões) para proteger os funcionários da fábrica à medida que a guerra civil do país se intensificava.
Os executivos compararam o acordo com o pagamento"impostos", segundo eles.
A Lafarge acabou deixando a fábricasetembro2014, quando o Estado Islâmico assumiu o controle da cidade e da fábrica.
Mas antespartir, os acordos ajudaram a empresa a gerar US$ 70,3 milhões (cercaR$ 371 milhões)vendas, acrescentaram os promotores.
A Lafarge já havia admitido anteriormente que propinas foram pagas após uma investigação interna.
A vice-procuradora-geral dos EUA, Lisa Monaco, disse na terça-feira (18/10) que as ações da empresa "mostram que o crime corporativo atingiu um novo patamar e um lugar muito obscuro".
"Negócios com terroristas não podem ser negócios normais", acrescentou.
Em um comunicado, a nova proprietária da Lafarge, a Holcim, afirmou que nenhuma das condutas envolvia a Holcim, "que nunca operou na Síria".
E acrescentou que os ex-executivos da Lafarge envolvidos no suborno haviam ocultado isso da Holcim, assim comoauditores externos.
Eric Olsen, que foi CEO2015 a 2017, renunciou ao cargo após uma investigação sobre as atividades da Lafarge na Síria.
Na época, Olsen disse que não havia se envolvidonenhuma irregularidade e estava saindo para oferecer "serenidade" à empresa.
Conduta 'terrível'
O DepartamentoJustiça dos EUA afirmou que altos executivos da Lafarge estavam envolvidos nos acordos e sabiam que havia riscoentrarconflito com as autoridades.
Os executivos tentaram exigir que o Estado Islâmico não incluísse o nome "Lafarge" nos documentos que registram os acordos — e muitos envolvidos no esquema também usaram endereçose-mail pessoais,vezseus e-mails corporativos, para levar a cabo a conspiração,acordo com o departamento.
As transações da Lafarge vieram finalmente à tona2016um site administrado por um grupooposição sírio.
Breon Peace, promotor do distrito lesteNova York, onde o caso foi apresentado, disse que a conduta "por parteuma corporação ocidental foi terrível e não tem precedentes nem justificativa".
"Os réus pagaram milhõesdólares ao [Estado Islâmico], um grupo terrorista queoutro modo operaria com um orçamento apertado, milhõesdólares que [o Estado Islâmico] poderia usar para recrutar membros, travar guerra contra governos e realizar ataques terroristas brutais no mundo inteiro, inclusive contra cidadãos americanos", disse ele na entrevista coletivaque anunciou que a empresa se declarou culpada.
A Lafarge também enfrenta acusaçõescumplicidadecrimes contra a humanidade na França por suas atividades na Síria, mas a empresa nega as acusações.
- Este texto foi publicadohttp://vesser.net/internacional-63326981
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