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Como a China conseguiu cortar pela metade a poluição do arroleta treino7 anos:roleta treino
Como a China conseguiu fazer issoroleta treinotão pouco tempo?
Para responder a esta pergunta, primeiro temos que voltar a 2013, quando a poluição do ar no país asiático atingia níveis extremos.
Naquele ano, a China registrou uma médiaroleta treino52,4 microgramas (µg) por metro cúbico (m3)roleta treinopartículas poluentes PM2,5 — dez vezes mais do que o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) hoje.
As partículas finas PM2,5, provenientes da combustãoroleta treinoresíduos e combustíveis fósseis, são muito prejudiciais à saúde devido àroleta treinoalta capacidaderoleta treinopenetração nas vias respiratórias.
"Naquele momento, Pequim vivia o que chamamosroleta treinoairpocalipsis (algo como "apocalipse do ar"), com eventosroleta treinopoluição extrema que conscientizaram as pessoas sobre o problema", explica Christa Hasenkopf, diretoraroleta treinoprogramasroleta treinoqualidade do ar do EPIC e coautora do estudo, à BBC News Mundo, serviçoroleta treinonotíciasroleta treinoespanhol da BBC.
Diante da gravidade da situação, o governo chinês declarou guerra à poluição do ar.
No finalroleta treino2013, ativou o Planoroleta treinoAção Nacional da Qualidade do Ar para reduzir a poluiçãoroleta treinoum períodoroleta treinoquatro anos, com um generoso orçamentoroleta treinoUS$ 270 bilhões (R$ 1,4 trilhãoroleta treinovalores atuais), aos quais se somaram outros US$ 120 bilhõesroleta treinofinanciamentoroleta treinoPequim.
A batalha contra o carvão
Este plano estabeleceu metas específicas para reduzir a poluiçãoroleta treino35% nos quatro anos seguintes.
E o inimigo número um foi justamente o mineral que possibilitou a rápida industrialização da China desde o último quarto do século 20 e se converteu na principal fonteroleta treinoenergia do país: o carvão.
O governo proibiu a construçãoroleta treinonovas usinasroleta treinocarvão nas cidades e regiões mais poluídas e forçou as existentes a reduzir as emissões ou mudar para gás natural.
Sóroleta treino2017, foram fechadas 27 minasroleta treinocarvão na provínciaroleta treinoShanxi, a maior produtora deste mineral na China.
Em janeiroroleta treino2018, a última usinaroleta treinocarvãoroleta treinoPequim foi fechada, enquanto o governo chinês cancelou planosroleta treinoconstruir outras 103 usinas.
Embora o carvão continue sendo a principal fonteroleta treinoeletricidade da China, passouroleta treino67,4% da produção totalroleta treino2013 para 56,8%roleta treino2020, segundo dados oficiais do país.
Para compensar a descarbonização, o governo chinês também aumentou a geraçãoroleta treinoenergia a partirroleta treinofontes renováveis.
E fez isso ao pontoroleta treinoqueroleta treino2017 as energias renováveis representavam um quarto da geração totalroleta treinoeletricidade do país, superando inclusive os Estados Unidos, onde o percentual foiroleta treino18% no mesmo ano.
Também promoveu ativamente a energia nuclear: entre 2016 e 2020 dobrouroleta treinocapacidade para 47 GW, com 20 novas usinas — e até 2035 planeja alcançar 180 gigawatts, quase o dobro da capacidade atual dos Estados Unidos.
Restrições a automóveis
Outra medida foi reduzir a capacidaderoleta treinoproduçãoroleta treinoferro e aço do setor: apenas entre 2016 e 2017, diminuiu 115 milhõesroleta treinotoneladas.
E, claro, colocou os holofotes sobre os veículos com motorroleta treinocombustão.
Em Pequim, Xangai, Guangzhou e outras grandes cidades, o númeroroleta treinocarrosroleta treinocirculação foi restringido com cotas diárias, e o númeroroleta treinonovas placas por ano também foi limitado.
Isso não impediu que os automóveisroleta treinoatividade na China passassemroleta treino126 milhõesroleta treino2013 para 273 milhõesroleta treino2020, segundo dados oficiais.
Claro, com menos emissões: o governo endureceu as normas e, no fimroleta treino2017, suspendeu a produçãoroleta treino553 modelosroleta treinoveículos nacionais e estrangeiros que poluíam demais.
Ênfase nas principais cidades
"Estimamos que a China como um todo ganhará 2 anos emroleta treinoexpectativa médiaroleta treinovida se os cidadãos continuarem respirando um ar mais limporoleta treinorelação aos níveisroleta treino2013", indicou a diretoraroleta treinoprogramasroleta treinoqualidade do ar do EPIC.
Hasenkopf destaca que a maioria das principais cidades do país conseguiu reduzirroleta treinopoluição mais do que a média nacionalroleta treino40% entre 2013 e 2020.
Em Xangai, as partículas diminuíram 44%,roleta treinoGuangzhou 50%,roleta treinoShenzhen 49% eroleta treinoPequim 56%.
"Os cidadãos das quatro cidades respiram um ar significativamente mais puro", afirma.
Mais planos
O programaroleta treinoquatro anosroleta treino2013 foi seguido por mais dois planos trienais para combater a poluição do ar, umroleta treino2018 e outroroleta treino2020, que endureceram ainda mais as medidasroleta treinocontrole das emissões.
Por outro lado, as restrições e confinamentosroleta treinodecorrência da pandemiaroleta treinocovid-19 reduziram a atividade industrial e os transportes, o que se traduziuroleta treinouma diminuição da poluição.
Questionada se isso pode ter influenciado o resultado do estudo, Hasenkopf respondeu que o impacto da pandemia não havia sido avaliadoroleta treinoforma específica.
Ela assegurou, no entanto, que "os dados para 2020 na China parecem se enquadrar, no geral,roleta treinouma tendência constanteroleta treinodiminuição dos níveisroleta treinopoluição desde 2014", minimizando o fator covid.
A China comparada ao mundo
No entanto, nem tudo que reluz é ouro. Apesar dos esforços dos últimos anos, a China ainda tem um longo caminho pela frente para limpar os céusroleta treinosuas cidades.
A poluiçãoroleta treinoPequim éroleta treino37,9 µg/m3roleta treinomédia, valor bastante superior aos 6,3 µg/m3roleta treinoNova York; 9 µg/m3roleta treinoLondres; 6,9 µg/m3roleta treinoMadri; ou 20,7 µg/m3 da Cidade do México,roleta treinoacordo com os dadosroleta treinosatélite mais recentes.
Ainda assim, o estudo da Universidaderoleta treinoChicago estima que os habitantes da capital chinesa vão viverroleta treinomédia 4,4 anos a mais do queroleta treino2013, graças às recentes reduçõesroleta treinopartículas poluentes.
Em outros lugares, a situação é muito pior:roleta treinoNova Déli, na Índia, a poluição chega a 107,6 µg/m3, maisroleta treino20 vezes o limiteroleta treino5 µg/m3 recomendado pela OMS.
Bangladesh, Índia, Nepal e Paquistão são os países onde o ar é mais irrespirável, enquanto a China, que na última década estava incluída entre os cinco primeiros desta lista, ocupa hoje o 9º lugar com 31,6 µg/m3,roleta treinoacordo com os últimos dadosroleta treinosatéliteroleta treino2020.
Os Estados Unidos têm uma médiaroleta treino7,1 µg/m3. E na América Latina, Guatemala, Bolívia, El Salvador e Peru estão entre os países com maior poluição ambiental, com níveis entre 20 e 30, enquanto os demais estão emroleta treinomaioria entre 10 e 20.
A verdade é que poucas pessoas no planeta podem dizer que respiram ar puro: 97% da população mundial viveroleta treinolugaresroleta treinoque a qualidade do ar está abaixo dos padrões da OMS.
"Vivemos vidas mais curtas por causa da poluição no ar que respiramos: estimamos que maisroleta treinodois anosroleta treinoexpectativaroleta treinovidaroleta treinomédia são perdidos globalmente por causa disso", diz Hasenkopf.
"Este fardoroleta treinonossas vidas é maior do que o do HIV/AIDS, da malária ou da guerra."
A coautora do estudo afirma que o melhor recurso para reduzir a poluição do ar não são os avanços tecnológicos, mas "uma vontade política e social sustentadaroleta treinopromover, financiar e fazer cumprir as políticasroleta treinoar limpo".
- O texto foi originalmente publicadoroleta treinohttp://bbc.co.ukhttp://vesser.net/internacional-62053174
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