Os desafiospag betsGustavo Petro, primeiro presidentepag betsesquerda eleito na Colômbia:pag bets

No seu discurso da vitória, o presidente eleito ratificoupag betspropostapag betsrealizar um acordo nacional com as diferentes linhas políticas do país, incluindo a extrema direita.

Petro convidou os eleitorespag betsHernández para que o visitem na Presidência, chamadapag bets'Casapag betsNariño' (leia-se Casapag betsNarinho).

"Fazer a paz na Colômbia significa que os maispag betsdez milhõespag betseleitorespag betsHernández são benvindos. Não vamos trabalhar destruindo o opositor. Todos serão 'benvindos' para dialogar no palácio presidencial", disse Petro.

Seus eleitores reagiram gritando: "Não à guerra".

Ele entende que somente através "do diálogo, do amor e sem ódio e vingança" será possível realizar as reformas necessárias para que o país seja mais igualitário e inclua também os indígenas, os afrodescendentes (comopag betsvice-presidente, Francia Márquez) e os que foram e são vítimas da violência.

O professor colombianopag betspolíticas públicas e internacionais da Universidadepag betsColumbia, dos Estados Unidos, José Antonio Ocampo, acredita que este "acordo nacional" é decisivo.

"Esperamos e devemos apoiar o acordo nacional (que Petro propôs). O acordo é essencial para que sejam superadas as profundas divisões sociais e regionais dos últimos anos e deste processo eleitoral colombiano".

Reforma agrária e sem petróleo

Petro pretende implementar a reforma agrária, desacelerar a produçãopag betspetróleo epag betscarvão e ampliar as energias limpas.

Suas ideias contam com respaldo dos seus simpatizantes, mas também com a rejeição do setor empresarial (e petroleiro) que associa suas iniciativas "à cartilha da esquerda dos anos setenta", como disse um deles.

A Colômbia não é, como apag betsvizinha Venezuela, um país petroleiro, como observou o professorpag betseconomia da universidade Javeriana,pag betsBogotá, Jorge Restrepo, mas é, disse o analista, "dependente" dos recursos financeiros gerados pela produção do combustível fóssil.

Este promete ser um dos grandes debates da Colômbia na era Petro-Francia e que já está sendo acompanhado com atenção pelos investidores e mercados financeiros.

A eles, o presidente também tem dito que as mudanças serão feitas através do diálogo e "não expropriará empresas" e "respeitará a Constituição".

Petro, porém, tem dito que não épag betsesquerda, mas quepag betspolítica é "política da vida". Alguns setores o definem como sendopag betscentro-esquerda ou "socialdemocrata do século 21". Ele diz que é capitalista, mas com a consciência da importância dos cuidados com o meio ambiente e os efeitos do clima.

'Aureliano'

Para críticos e opositores, o desafiopag betsPetro,pag bets62 anos, será mostrar quepag betsvidapag betsguerrilheiro ficou há muito tempo para trás, quando era jovem nos anos 1980.

Dois dias antes do segundo turno da eleição presidencial, a tradicional revista Semana,pag betsBogotá, publicou napag betscapa: "Ex-guerrilheiro ou engenheiro?",pag betsreferência as opções do eleitorado entre Petro e Hernández, que é engenheiro civil.

O presidente eleito reagiu à capa, dizendo: "quero lembrar que sou economista".

Guerrilheiro do grupo M-19, quando tinha pouco maispag betsvinte anos, ele conta que, na época, foi preso e torturado. Era quando usava o pseudônimopag bets"Aureliano", inspiradopag betsum dos personagens do livro Cem Anospag betsSolidão,pag betsGabriel García Márquez.

Em 2016, Petro apoiou o acordopag betspaz que levou grande parte da guerrilha a entregar as armas, após 50 anospag betsconflito.

Mas, apesarpag betssua trajetória política,pag betster sido prefeitopag betsBogotá e senador epag betsseus diplomaspag betseconomia com especializaçõespag betsmeio ambiente e administraçãopag betsempresas, seus opositores e críticos continuam ressaltando aquele seu período na guerrilha.

Um dos maiores desafios do novo presidente será a negociação que terápag betsconduzir no Congresso Nacional para realizar as mudanças que planeja. A expectativa do seu eleitorado é grande, observam analistas. Outro será opag betslidar com a criminalidade e a violência policial. No seu discursopag betsvitória, uma mãe apareceu ao seu lado, no palanque, carregando a fotopag betsum filho jovem morto.

'Invisíveis'

A Colômbia, como o Brasil, foi um portopag betsintenso desembarquepag betspessoas escravizadas. Petro disse que a população negra (cercapag bets10% do país), os indígenas (várias comunidades) e os mais pobres terão atenção especial empag betsgestão.

Em seu discursopag betsvitória, a vice-presidente eleita Francia Márquez, primeira afrodescendente a chegar ao posto, enfatizou o lemapag betsinclusão do novo governo e disse que a Colômbia, depoispag bets214 anos, terá um governo voltado aos "invisíveis".

A atual taxapag betsdesemprego do país épag bets12%. A conjuntura econômica e social inclui a preocupação crescente dos colombianos com a inflação. Até abril do ano passado, a inflação anual erapag bets1,8%. Em abril deste ano, o índice foipag betsquase 10%.

A altapag betspreços está entre as principais preocupações dos latino-americanos, após a pandemia do coronavírus e da invasão da Rússia na Ucrânia.

Mas antes mesmo da pandemia, como ocorreu no Chile, no Equador epag betsoutros países da região, a Colômbia viveu ondaspag betsprotestos que evidenciaram a insatisfação dos colombianos.

Insatisfação que acabou refletida nas urnas, com a exclusão, do segundo turno da eleição, dos partidos tradicionaispag betsdireita e centro-direita que governaram o país durante décadas.

Administrar esta herança econômica deixada pelo atual presidente Iván Duque,pag betsdireita, será outro dos grandes desafiospag betsPetro.

Amazônia

No âmbito internacional, a expectativa épag betsque Petro retome as relações diplomáticas da Colômbia com a Venezuela - os demais candidatos tinham prometido o mesmo. A Colômbia é um dos principais paísespag betschegadapag betsvenezuelanos e os dois países têm, historicamente, um forte fluxo comercial.

Na seara externa, Petro já disse que buscará uma relação diferente com os Estados Unidos, com quem a Colômbia tem acordopag betslivre comércio e há anos compartilhapag betspolíticapag betscombate às drogas.

Petro anunciou que também pretende incluir a questão do meio ambiente na agenda da relação com os Estados Unidos.

Para ele, a Amazônia (também colombiana) é um assunto regional, assim como a necessidadepag betspolíticas conjuntas contra a mudança do clima.

O presidente eleito da Colômbia acha que os colombianos devem enfatizar que são latino-americanos e aumentar a relação com seus vizinhos.

Mas um analista ressaltou que na Colômbia as classes mais favorecidas sempre estiveram mais ligadas aos Estados Unidos - e que esta é uma relação que não deveria ser alterada. Outro desafio para Petro, Francia epag betsequipe.

'Este texto foi originalmente publicadopag betshttp://vesser.net/internacional-61842345'

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