A história dos 15 mil livroscódigo bônus 1xbetGabriel García Márquez queimados por Pinochet:código bônus 1xbet

Os livros eram destinados a Arturo Navarro, representante da editora Oveja Negra no Chile. Na época, a editora era a responsável pela publicação dos livros do escritor no Chile.

O livro conta as dificuldades do cineasta chileno Miguel Littín, que vivia no exílio desde o golpe que levou Augusto Pinochet ao podercódigo bônus 1xbet1973.

Littín havia retornado ao Chile por duas semanascódigo bônus 1xbet1985, 12 anos após o golpe, para filmar secretamente um documentário sobre o que estava acontecendo no país.

Chamado Acta Centralcódigo bônus 1xbetChile (Ato Central do Chile), o filme estreou no Festivalcódigo bônus 1xbetCinemacódigo bônus 1xbetVenezacódigo bônus 1xbet1986.

Mas o livrocódigo bônus 1xbetGarcía Márquez foi mais longe: contava sobretudo detalhes que não constavam nas imagens, como o encontrocódigo bônus 1xbetLittín, que se passara por empresário uruguaio, com o próprio Pinochet nos corredores do Paláciocódigo bônus 1xbetla Moneda, onde o presidentecódigo bônus 1xbetfato não o reconheceu.

"Fiquei sabendo da apreensão dos livros duas semanas depois porque estava fora do país", lembra Arturo Navarro tomando um café sob a nave central do Museu Nacional da Memória, no coraçãocódigo bônus 1xbetSantiago.

Navarro havia retornadocódigo bônus 1xbetuma viagem aos Estados Unidos para visitarcódigo bônus 1xbetfamília quando encontrou uma mensagemcódigo bônus 1xbetalerta na secretária eletrônicacódigo bônus 1xbetsua casa.

Era do seu despachante aduaneiro e ele descreveu uma situação crítica: "Arturo, me disseram que os livros foram queimados".

Para Navarro, a remessa era essencial: era o principal produto que ele esperava expor durante a feira do livrocódigo bônus 1xbetSantiago, que aconteceria algumas semanas depois do incidente.

Navarro havia sido funcionário da Editorial Nacional Quimantú (amplamente perseguida pelo regime) e tinha vistocódigo bônus 1xbetperto os militares destruírem livros. Mas ele também sabia que o regimecódigo bônus 1xbetPinochet havia relaxado suas políticascódigo bônus 1xbetcensura.

Nesse contexto, ele acreditou que a apreensão poderia ter sido mais um mal-entendido do que um atocódigo bônus 1xbetrepressão e decidiu viajar para Valparaíso para resolver o problema pessoalmente.

"O livro já havia sido publicadocódigo bônus 1xbetcapítulos no Chile por uma revista (Análisis) meses antes", diz Navarro. "No entanto, o que me preocupou é que, segundo a imprensa, a apreensão dos livros deveu-se ao mau estado dos contêineres, o que me pareceu uma desculpa incomum.

Quando Navarro se aproximou do prédio militar onde poderia tentar resgatar os livros, percebeu imediatamente a tensão que se fazia sentir no governo naqueles dias.

Um mês e meio antes,código bônus 1xbet7código bônus 1xbetsetembro, militantes da Frente Patriótica Manuel Rodríguez tinham estado muito pertocódigo bônus 1xbetmatar Augusto Pinochet,código bônus 1xbetum ataque feroz quando voltava para Santiagocódigo bônus 1xbetsua residênciacódigo bônus 1xbetCajón del Maipó, a cercacódigo bônus 1xbet50 quilômetros da capital. O ataque deixou cinco guarda-costas mortos e vários feridos.

"No prédio pude conversar com um militarcódigo bônus 1xbetmédio escalão a quem pedi que pelo menos me permitisse devolver os livros a Lima", conta. "Mas depoiscódigo bônus 1xbetfazer algumas ligações, ele finalmente me disse: 'Navarro, já queimamos os livros'."

A versão na mídia foi mantida: contêinerescódigo bônus 1xbetmau estado, o que poderia explicar a apreensão, mas nunca a incineração.

'Feitocódigo bônus 1xbettrouxa'

Para Navarro, estava claro que a ordem tinha vindocódigo bônus 1xbetcima e, mesmo que ele não tivesse provas, ele não ficaria parado até que as pessoas soubessem que o regimecódigo bônus 1xbetPinochet havia ordenado a queimacódigo bônus 1xbet15 mil volumescódigo bônus 1xbetnada menos que um ganhador do Prêmio Nobel.

"Ainda defendo que foi um caprichocódigo bônus 1xbetPinochet: ele não queria ver um livro, muito menos depois do ataque, que descreve basicamente como eles o fizeramcódigo bônus 1xbettrouxa", diz Navarro.

A notícia o deixou desanimado e sem cópias para a feira.

Mas Navarro convocou coletivascódigo bônus 1xbetimprensa para divulgar o ocorrido, fez a denúncia pertinente perante a Câmara do Livro do Chile e, embora não houvesse muito eco no país, a notícia foi publicada mundo afora.

Navarro guarda recortescódigo bônus 1xbetjornais da Grécia, Holanda e Estados Unidos que falam dos livros queimados.

"Eu realmente não acrediteicódigo bônus 1xbetnada que eles me contaram. Nem mesmo que eles foram queimados", diz Navarro.

Umcódigo bônus 1xbetseus colegas recomendou que a melhor formacódigo bônus 1xbetobter uma resposta do regime seria pelos canais diplomáticos, então ele decidiu ir à embaixada colombiana, paíscódigo bônus 1xbetorigem dos livros.

"Lá conheci Libardo Buitrago, o cônsul colombiano, que se ofereceu para me ajudar."

O documento

Pouco depois, por pressão do país estrangeiro, um documento muito revelador chegou ao cônsul, uma carta datadacódigo bônus 1xbet9código bônus 1xbetjaneirocódigo bônus 1xbet1987, assinada pelo vice-almirante John Howard Balaresque, que não só confirmava a cremação dos livros, mas também as razões: as cópiascódigo bônus 1xbetA aventura clandestinacódigo bônus 1xbetMiguel Littín no Chile foram queimadas como "uma medidacódigo bônus 1xbetcensura prévia" sob o argumentocódigo bônus 1xbetque o conteúdo "transgrediu abertamente as disposições constitucionais".

"Aquele papel é o único documento oficial existentecódigo bônus 1xbetque o regime Pinochet aceita que queimou livros e que foi feito por meiocódigo bônus 1xbetcensura. Algo impossívelcódigo bônus 1xbetobter naqueles tempos", diz Navarro. "E agora está aqui, no Museu da Memória."

O documento, com assinatura oficial, serviu à editora Oveja para poder cobrar o seguro, mas também implantou na cabeçacódigo bônus 1xbetNavarro uma certeza que nunca o abandonou: a cultura seria a chave para o fim do regime.

"Essa repressão dos livros, da cultura, daria uma reviravolta e acabaria sendo um dos principais motivos para que Pinochet deixasse o poder. Porque eram os cantores, os artistas, os escritores que seriam fundamentais na campanha pelo voto no plebiscitocódigo bônus 1xbet1988 que poria fim à ditadura", conclui.

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