EUA tiveram mais2.000 ataques a tirosescolas desde 1970:

Parentes das vítimasSandy Hook2012

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Ataques a tiros contra escola primária Sandy Hook,2012, deixou 26 pessoas mortas

Os Estados Unidos tiveram mais2.000 ataques a tirosescolas desde 1970, ou um a cada nove dias.

A cifra impressionante —2.054 casos — foi calculada pelo CentroDefesa e Segurança Interna da EscolaPós-Graduação NavalMonterey, no Estado da Califórnia, e levaconta todos os incidentes envolvendo armasfogo nesses locais, independentemente do númerovítimas, hora do dia ou dia da semana.

Desse total, mais1.500 aconteceram depois do massacre na escola primária Sandy Hook,Newtown, no EstadoConnecticut, que matou 26 pessoas — 20 crianças com idades entre 6 e 7 anos e seis adultos. O caso foi2012.

Na terça-feira (24/5), mais um ataque a tirosuma escola primária, dessa vezUvalde, no Texas, chocou os Estados Unidos e se tornou o segundo mais mortal desde o ocorridoSandy Hook.

Armado com dois fuzis semiautomáticos do tipo AR-15 e 370 cartuchosmunição, Salvador Ramos,18 anos recém-completados, matou 19 crianças, dois professores.

Segundo parentes, Ramos adquiriu o armamentoforma totalmente legal.

As armasfogo são a principal causamorte entre crianças e adolescentes americanos. Umacada 10 vítimas por armasfogo tem 19 anos ou menos, segundo os Centros para Controle e PrevençãoDoenças dos Estados Unidos (CDC).

Nos últimos dias, usuários do Twitter e do Facebook compartilharam uma longa lista com ataques a tirosescolas do país desde 1998, demonstrando surpresa e choque.

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Desde o início deste ano, foram 27 deste tipo, que deixaram feridos e mortos, segundo a imprensa americana.

Salvador Ramos, o autor do massacre na escola Uvalde no Texas

Crédito, PolicíaTexas

Legenda da foto, Salvador Ramos, o autor do massacre na escola Uvalde no Texas

Dados indicam que os ataques a tirosescolas nos EUA voltaram aos níveis pré-covid e até aumentaram.

No entanto, uma pesquisa do DepartamentoSegurança Interna americano mostra que, se a população estiver ciente dos "sinais" da violência com armasfogo, é possível preveni-la e reverter a tendência.

Entre esses "sinais", oque 93% dos autores planejaram o ataque a escolas com antecedência,acordo com um estudo abrangente sobre o tema realizado pelo Serviço Secreto e pelo DepartamentoEducação do país.

Porém, na maioria dos casos (quatrocada cinco), pelo menos uma outra pessoa tinha conhecimento do plano do agressor, mas não o denunciou.

O ataque recenteUvalde renovou os apelos por um maior controle sobre as armasfogo no país, mas mudanças na legislação sofrem obstáculos — antigos e novos.

Para especialistas da área, a possibilidadeprogresso é remota — e há chances reaisretrocessosEstados que já conseguiram avanços nesse campo, com a Justiça dando ganhocausa a processos movidos por defensores do direito ao portearmas.

Segundo a ONG Gun Violence Archive, que contabiliza dadosviolência por armasfogo nos EUA, foram 2.000 tiroteiosmassa desde 2012 — a entidade considera "tiroteiomassa" quando maisquatro pessoas foram feridas ou mortas, excluindo o perpetrador do ataque.

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